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Keynesianismo: o que diz essa teoria econômica?



Keynesianismo: o que diz essa teoria econômica?
Escrito por Jhonattan Henrique/Portal Politize!
Você já ouviu falar sobre o Keynesianismo? Nas primeiras décadas do século XX, principalmente, em 1929, com a grande crise financeira que ficou conhecida como “A grande Depressão”, surgiu uma nova teoria econômica, desenvolvida pelo economista John Maynard Keynes, que ficou conhecida como Keynesianismo.
No século XIX, o cenário econômico estava divido em duas teorias econômicas: Teoria Liberal e Teoria Marxista. A última, tendo como maestro o ideólogo Karl Marx, defendia a ideia de que o Estado deveria ser forte e predominante, ou seja, controlando os meios de produções e toda a economia de um país. Contrapondo essas ideias, a teoria liberal, tendo como fundador o economista e filósofo Adam Smith, defendia o funcionamento do livre mercado. Nessa teoria, o estado deverá garantir apenas direito à propriedade privada.
Assim, o Keynesianismo surge com uma alternativa às teorias econômicas liberal e marxista.
Quem foi Keynes?
John Maynard Keynes nasceu em Cambridge, Inglaterra, no dia 5 de junho de 1883. Filho do economista John Neville Keynes foi educado em um colégio em Elton e no King’s College da Universidade de Cambridge. Em 1905 graduou-se em Matemática recebendo orientação do professor e economista Alfred Marshall que o aproximou cada vez mais dos temas ligados à economia.
Em 1906, John Maynard seguiu para a Índia onde trabalhou no serviço administrativo britânico, permanecendo durante dois anos, experiência que resultou na publicação de seu primeiro livro sobre economia “Indian Currency and Finance” (1913). Em 1909 foi nomeado professor de economia no King’s College de Cambridge, onde permaneceu até 1915. Dividia seu tempo como editor do Economic Journal, até 1945.
Após sair de Cambridge, foi designado para trabalhar no Tesouro Britânico, com a missão de preparar a delegação do país que seria enviada para negociar no Tratado de Versalhes depois da derrota da Alemanha na Primeira Guerra Mundial (1914-1918).
Por não concordar com as duras condições impostas aos vencidos, demitiu-se do cargo e em seguida publicou “As Consequências Econômicas da Paz” (1919), para argumentar que tais condições seriam impossíveis de se cumprir e levaria à ruína econômica da Alemanha, com graves consequências para o resto do mundo. O tempo mostrou que as previsões de Keynes eram acertadas. Ainda sobre o tema escreveu “A Revision of the Treeaty” (1922).
O que é o Keynesianismo?
A doutrina Keynesiana ficou conhecida como uma “revisão da teoria liberal”. Nesta teoria, o Estado deveria intervir na economia sempre que fosse necessário, afim de evitar a retração econômica e garantir o pleno emprego.
De acordo com Keynes, a teoria liberal-capitalista não disponibiliza mecanismos e ferramentas capazes de garantir a estabilidade empregatícia de um país. Segundo Keynes, o poder público deveria investir em áreas em que as empresas privadas negligenciavam.
Principais Características do Keynesianismo:
- Defesa da intervenção estatal em áreas que as empresas privadas não podem ou não desejam atuar;
- Oposição ao sistema liberal;
- Redução de taxas de juros;
- Equilíbrio entre demanda e oferta;
- Garantia do Pleno Emprego
- Introdução de benefícios sociais para a população de baixa renda, afim de garantir um sustento mínimo;
A aplicação do Keynesianismo
Com a “grande depressão”, ficou claro que o liberalismo clássico, sozinho, não foi capaz de garantir o pleno emprego. Em 1932, com a quebra da bolsa de valores e com uma grande crise financeira, o presidente Franklin Delano Roosevelt, baseado nos princípios defendidos por John, implementou o famoso plano “New Deal”, visando tirar o EUA da retração econômica.
De fato, o plano funcionou. Além da intervenção estatal, o plano estabelecia o controle na emissão de valores monetários, o investimento em setores básicos da indústria e, claro, políticas de criação de emprego.
Com a implementação de uma série de ações que conciliaram as questões econômicas e sociais, foram criadas as bases do chamado welfare state (Estado de Bem-Estar Social).
Bons resultados foram alcançados através do new deal. Porém, ele perdeu espaço no final de década de 1970 quando o neoliberalismo surgiu com novas propostas, como a abertura comercial internacional e a privatização de empresas estatais. Estados Unidos, Chile e Reino Unido foram os primeiros países a adotarem o neoliberalismo.
Os preceitos defendidos por Keynes só voltaram aos holofotes com a grande crise de 2008, ocasião em que as principais economias do mundo se viram diante da necessidade de evitar uma situação semelhante à recessão americana de 1929.
Críticas ao Keynesianismo
Muitos autores criticavam a doutrina keynesiana alegando que se tratava de uma teria “socialista”. Apesar de ser contra o sistema liberal, cabe ressaltar que John Keynes nunca defendeu a estatização da economia, mas, sim, a participação do estado para suprir necessidades que o sistema privado não atendia.
Para muitos, as críticas feitas por nomes como o de W. H. Hutt, que procurou identificar falhas no sistema keynesiano, foram importantes para que alguns teóricos atuais também conseguissem determinar que há de fato algumas falhas nele.
Hutt sempre criticou Keynes por identificá-lo muito mais com os valores e com os ideais mercantilistas do que com os valores e ideais liberais, o que ficava evidente na forma como ele próprio definia Keynes: um homem que quer “que nós acreditemos que os mercantilistas estavam certos e que as críticas feitas a eles pelos clássicos, erradas.”.
Mesmo com todas as críticas e controvérsias, após passados muitos anos, a Teoria de Keynes continua sendo usada como base de estudos em diversas universidades no mundo.
Levando em consideração toda sua contribuição para os estudos no campo econômico, não seria um equívoco, sem dúvidas, afirmar que John Maynard Keynes foi uma das figuras mais importantes no estudo da economia no século passado. Apesar do neoliberalismo ter praticamente tomado conta da maioria dos países, o keynesianismo deixou sua marca na história.

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