Rodrigues
Alves - Período presidencial
Rodrigues Alves centrou suas atenções no
programa de remodelação urbana e de saneamento da capital da República. O
engenheiro Pereira Passos foi nomeado prefeito da cidade do Rio de Janeiro, com
plenos poderes para a implementação das reformas de modernização. O porto foi
ampliado, os antigos quarteirões com seus cortiços foram demolidos e os
moradores transferidos para a periferia, abrindo espaço para o alargamento de
ruas e a construção de novas avenidas, entre elas a avenida Central, atual
avenida Rio Branco. A modernização da cidade também compreendeu a
regulamentação de novas posturas públicas, como a proibição do comércio
ambulante, da venda de bilhetes de loterias pelas ruas e no interior dos
bondes, dos fogos de artifício, dos balões e das fogueiras. O seu governo
dispunha de dinheiro, já que coincidiu com o auge do ciclo da borracha no
Brasil, cabendo ao país 97% da produção mundial.
O cientista e médico Oswaldo Cruz, que até
então dirigira o Instituto Manguinhos, foi nomeado diretor-geral de Saúde
Pública, implementando o combate às epidemias, como a peste bubônica e a febre
amarela. Em 1904, a obrigatoriedade de vacinação contra a varíola levou a
população carioca ao protesto nas ruas, no dia 10 de fevereiro, movimento que
ficou conhecido como a Revolta da Vacina.
Rodrigues Alves enfrentou a primeira greve
geral na capital da República em 15 de agosto de 1903, iniciada pelos operários
da indústria têxtil que reivindicavam aumento de salários e jornada diária de
oito horas para todas as categorias de trabalhadores. No seu governo foi
assinado o Tratado de Petrópolis, cujas negociações foram dirigidas pelo barão
do Rio Branco, definindo os limites entre o Brasil e a Bolívia, cabendo ao
Brasil a posse do Acre. A Bolívia recebeu uma compensação no valor de dois
milhões de libras esterlinas, além da construção da estrada de ferro
Madeira-Mamoré. No último ano de governo, apesar da oposição de Rodrigues
Alves, foi concluído o Convênio de Taubaté, com apoio do Congresso Nacional.
Assinado pelos estados de São Paulo, Minas Gerais e Rio de Janeiro, o convênio
instituiu a estabilização cambial e a proteção aos cafeicultores, cabendo ao
governo central comprar as safras com recursos financeiros externos e
estocá-las para vendê-las no momento oportuno.
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