Prudente de Moraes - Período presidencial
Como
primeiro presidente civil da República, sua eleição marcou o término da
presença de militares no governo do país, inaugurando a representação dos
interesses das oligarquias agrícolas e paulistas, sobretudo as do café. Em
plena crise econômica, em decorrência da política do "encilhamento",
Prudente de Moraes enfrentou intensa oposição política, liderada por militares
florianistas e pelo grupo dos "jacobinos" que lutavam pela
consolidação do poder republicano; pelo Partido Monarquista que buscava se reorganizar;
e por parcelas dos setores médios da população descontente com o governo de um
presidente civil.
Prudente de
Moraes licenciou-se do cargo em novembro de 1896, por motivo de doença,
agravando a crise política, que passou a ser enfrentada pelo vice-presidente
Manuel Vitorino. Reassumiu a presidência na nova sede do governo, o Palácio do
Catete, em 4 março de 1897.
No ano
anterior, deu-se a eclosão do conflito em Canudos, no interior da Bahia,
motivado pela questão do corte da madeira e liderado por Antônio Vicente Mendes
Maciel, conhecido como Antônio Conselheiro, que, pregando uma vida ascética,
havia atraído ao seu redor uma comunidade de quase trinta mil sertanejos. A
revolta foi vista como uma reação monárquica, apesar de seu caráter messiânico
e regional. A derrota das tropas baianas levou o presidente do estado a
solicitar o envio de tropas federais. O fracasso de duas expedições e as mortes
de seus comandantes republicanos gerou uma onda de protestos e de violência na
cidade do Rio de Janeiro. Os florianistas organizaram-se em milícias fardadas e
assassinaram alguns monarquistas cariocas. Somente com a devastação do arraial
de Canudos, ocorrida em agosto de 1897, por uma expedição militar federal
composta por oito mil homens, e após o atentado sofrido por Prudente de Morais,
cometido por um soldado vitorioso em Canudos, deu-se fim à crise
político-institucional, com o restabelecimento da ordem republicana.
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