1. (Mackenzie
SP/2001) Isolado
no Palácio do Catete, sentindo que um golpe de Estado seria iminente, Vargas
iria dar sua última aula de política. Às oito horas da manhã do dia 24 de
agosto, as Forças Armadas, através do general Zenóbio da Costa, apresentaram
seu irrevogável ultimato, exigindo imediatamente a renúncia presidencial. Apresentando
calma, Getúlio se recolheu aos seus aposentos e, pouco depois suicidou-se com
um tiro no coração. (...) deixava uma carta inflamada, logo conhecida como
‘Carta Testamento’
O texto
refere-se ao suicídio de Vargas como um último ato político, no sentido de que
os desdobramentos desse fato provocaram:
a) A ocupação do poder pelos
seus opositores do P.T.B.
b) A fantástica mobilização popular pró Vargas que sacudiu o país,
impedindo que a UDN e a cúpula militar implantassem sua proposta de governo. O
regime democrático populista sobreviveria mais dez anos.
c) O fim do populismo
varguista que desapareceria logo em seguida, já que a UDN venceria as eleições
de 1955.
d) A não ocorrência de
manifestações populares após a morte de Vargas, fato que demonstrou o alto grau
de desgaste político do governo.
e) A indiferença popular
em relação aos setores oposicionistas nos meios de comunicação, UDN, o político
Carlos Lacerda, Embaixada Americana – que, após o suicídio, não foram alvos da
fúria popular.
2. (Unesp) O segundo governo de Getúlio Vargas (1951-1954)
terminou com o suicídio do presidente. Contribuiu para a crise política desse governo
a) o fechamento do
Congresso, que acabou por unir, numa frente ampla, os defensores dos ideais democráticos.
b) o apoio do presidente
aos políticos da UDN (União Democrática Nacional), favoráveis à organização de um
golpe para mantê-lo no poder.
c) a política econômica adotada, de cunho nacionalista, da qual um dos
marcos foi a criação da Petrobrás, em 1953.
d) a série de convulsões
sociais provocadas pela inflação, com movimentos grevistas organizados pelo Partido
Comunista, então na legalidade.
e) a ruptura entre civis
e militares, que culminou com o assassinato do político e jornalista Carlos
Lacerda.
3. (UNIMONTES
MG/2010) Tenho
lutado mês a mês, dia a dia, hora a hora, resistindo a uma agressão constante,
incessante, tudo suportando em silêncio. (...) Era escravo do povo e hoje me
liberto para a vida eterna. Mas esse povo de quem fui escravo não será mais
escravo de ninguém. (...) Lutei contra a espoliação do povo. Eu vos dei a minha
vida. Agora ofereço a minha morte.
(Carta Testamento de Getúlio Vargas – 1954)
Acerca do
contexto e personagem identificados no documento citado, é INCORRETO afirmar que
a) a referência à escravidão
feita pelo ex-presidente é um recurso de retórica para afirmar sua
identificação com os trabalhadores.
b) os mais poderosos adversários de Vargas nessa conjuntura, os quais ele
alega agredi-lo constantemente, são os comunistas liderados por Luiz Carlos
Prestes.
c) a UDN, oposição ao
varguismo, pagou um alto preço político por isso, como evidenciou a eleição de
JK.
d) o mais duradouro
legado varguista, a legislação trabalhista, permaneceu sem sofrer grandes
alterações por praticamente todas as décadas subsequentes a sua morte.
4. (ENEM/2009)
Sigo o
destino que me é imposto. Depois de decênios de domínio e espoliação dos grupos
econômicos e financeiros internacionais, fiz-me chefe de uma revolução e venci.
Iniciei o trabalho de libertação e instaurei o regime de liberdade social. Tive
de renunciar. Voltei ao governo nos braços do povo. [...] Quis criar liberdade
nacional na potencialização das nossas riquezas através da Petrobrás, mal
começa esta a funcionar, a onda de agitação se avoluma.
VARGAS,
Getúlio. Carta Testamento, Rio de Janeiro, 23/08/1954 (fragmento).
Disponível em: . Acesso
em: 26 jun. 2009.
O
contexto político tratado refere-se a um significativo período da história do
Brasil, o 2º Governo de Vargas (1951-1954), que foi marcado pelo aumento da
infiltração do Partido Comunista Brasileiro (PCB) nos sindicatos e pelo
distanciamento entre Getúlio e os militares que o haviam apoiado durante o
Estado Novo. O conteúdo da carta testamento de Getúlio aponta para a
a) existência de um conflito ideológico entre as forças nacionais e a
pressão do capital internacional.
b) tendência de
instalação de um governo com o apoio do povo e sob a égide das privatizações.
c) construção de um pacto
entre o governo e a oposição visando fortalecer a Petrobrás.
d) iminência de um golpe
protagonizado pelo Partido Comunista Brasileiro (PCB).
e) pressão dos militares
contra o monopólio estatal sobre a exploração e a comercialização do petróleo.
5. (UFPEL
RS/2007) “[...]
Depois de decênios de domínios e espoliação dos grupos econômicos e financeiros
internacionais, fiz-me chefe de uma revolução e venci. [...] A campanha
subterrânea dos grupos internacionais aliou-se à dos grupos nacionais
revoltados contra o regime de garantia do trabalho. A lei de lucros
extraordinários foi detida no Congresso. Contra a justiça da revisão do
salário-mínimo se desencadearam os ódios. Quis criar a liberdade individual na
potencialização das nossas riquezas através da Petrobrás, mal começa esta a
funcionar, a onda de agitação se avoluma. A Eletrobrás foi obstaculada até o
desespero. Não querem que o trabalhador seja livre. Não querem que o povo seja
independente. Assumi o Governo dentro da espiral inflacionária que destruía os
valores do trabalho. Os lucros das empresas estrangeiras alcançavam até 500% ao
ano. [...] Lutei contra a exploração do Brasil. Lutei contra a espoliação do
povo. [...] Eu vos dei a minha vida. Agora ofereço a minha morte. Nada receio.
Serenamente dou o primeiro passo no caminho da eternidade e saio da vida para
entrar na História.”
Carta
Testamento de Getúlio Vargas – 24/08/1954.
O
documento expressa uma política de
a) liberalismo econômico
e nacionalismo, características do período em que governou provisoriamente.
b) estatização, restrição ao capital externo e financeiro, que corresponde
ao período no qual foi eleito diretamente pelo povo.
c) abertura ao capital
externo, criação de empresas estatais, como a Eletrobrás e a Petrobrás,
representando o período do Estado Novo.
d) protecionismo estatal
e populismo, sintetizando a ditadura legalizada pela constituição “polaca”,
momento político no qual a Carta foi redigida.
e) assistência aos
trabalhadores e liberalismo, que ensejava o “Estado mínimo”, durante o seu
Governo Constitucional”.
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