Desocupação no Brasil subiu para 12,5% entre 2015 e 2017
A taxa de desocupação no Brasil, que era de
6,9%, subiu para 12,5% entre 2014 e 2017, o que significa 6,2 milhões de
pessoas desocupadas a mais no período, com crescimento em todas as regiões e em
todos os grupos etários. O trabalho informal chegou a 37,3 milhões de pessoas,
o mesmo que 40,8% da população ocupada, ou dois em cada cinco trabalhadores.
Segundo o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), o contingente
cresceu 1,2 milhão desde 2014, quando representava 39,1% da população ocupada.
Os dados fazem parte da Síntese dos
Indicadores Sociais 2018, divulgada hoje (5) pelo IBGE, que classifica o estudo
como “um conjunto de informações sobre a realidade social do país”. O trabalho
tem como principal fonte de dados para a construção dos indicadores a Pesquisa
Nacional por Amostra de Domicílios Contínua (PNAD Contínua), de 2012 a 2017.
A maior participação em trabalhos informais,
em 2017, era de pretos ou pardos (46,9%), ante a de brancos (33,7%), que
ganhavam, em média, R$ 2.615, ou seja, 72,5% a mais que os pretos ou pardos,
que tinham vencimentos de R$ 1.516. A diferença ocorre também no gênero. Os
homens recebiam R$ 2.261, equivalentes a 29,7% a mais que as mulheres, que
tinham salários de R$ 1.743.
A proporcionalidade de brancos (45,8%) e a de
pretos e pardos (53,2%), na visão do IBGE, “constitui também uma característica
importante na segmentação das ocupações e a persistência, ainda hoje, da
segregação racial no mercado de trabalho”. A presença de pretos ou pardos era
maior em atividades com menores rendimentos médios, como agropecuárias (60,8%),
construção civil (63,0%) e serviços domésticos (65,9%), justamente as que no
ano passado tinham os menores rendimentos médios. A situação foi diferente nas
atividades de educação, saúde e serviços sociais, que tiveram mais participação
de pessoas brancas (51,7%).
Carteira assinada
De acordo com o IBGE, no mesmo ano, a razão
entre o topo da distribuição dos rendimentos e a base mostrou que os 10% com
maiores rendimentos recebiam 12,4 vezes mais do que os 40% com menores
rendimentos. Entre os empregados sem carteira assinada, os da agropecuária
tinham a desigualdade mais acentuada. Recebiam, em média, 47,1% do que ganhavam
aqueles com o documento assinado. Era também desigual na indústria e na
construção civil. Nessas atividades, os trabalhadores recebiam pouco mais da
metade do que os de carteira assinada.
Falta de horas
Entre 2014 e 2017, houve elevação de 28,9% na
população subocupada por insuficiência de horas. No período, subiu de 5 milhões
de pessoas em 2014, para 6,5 milhões em 2017. No ano passado, as mulheres que
representavam 43,4% da população ocupada chegaram a 53,6% da população
subocupada por insuficiência de horas. As pessoas pretas ou pardas eram 53,2%
dos ocupados, mas aumentavam e chegavam a 65,4% dos subocupados. Houve
diferença ainda entre os trabalhadores de 14 a 29 anos. Eles eram 26,6% dos
ocupados, mas 34,1% dos subocupados. Já os sem instrução ou com fundamental
incompleto eram 27,6% dos ocupados e 37,7% dos com insuficiência de horas.
Entre os trabalhadores em serviços
domésticos, que representavam 6,3 milhões em 2017, ou 6,8% dos ocupados, a
maior parte, ou seja, 5,8 milhões é constituída de mulheres, enquanto os homens
eram 475 mil. Já na construção civil, a situação é diversa. A atividade
caracterizada pela baixa remuneração tem mais trabalhadores (6,8 milhões) do
que trabalhadoras (240 mil).
Fonte: Agência Brasil
0 Comentários