Brasil é o quinto maior
produtor de lixo eletrônico
Pesquisa Resíduos
Eletrônicos no Brasil foi divulgada hoje
Publicado em 07/10/2021 -
17:12 Por Mariana Tokarnia – Repórter da Agência Brasil - Rio de Janeiro
Fones de ouvido, pilhas,
celulares, eletrodomésticos. Todos esses utensílios, quando deixam de funcionar
e não são mais aproveitados, viram lixo eletrônico. O Brasil é o quinto maior
gerador desse lixo no mundo. Mesmo assim, muita gente ainda não sabe o que é
esse tipo de resíduo e como ele deve ser descartado para evitar danos ao meio
ambiente e à saúde humana.
As informações são da
pesquisa Resíduos eletrônicos no Brasil - 2021, divulgada hoje (7) pela Green
Eletron, gestora sem fins lucrativos de logística reversa de eletroeletrônicos
e pilhas. O estudo foi conduzido pela Radar Pesquisas.
A maior parte dos
brasileiros (87%) já ouviu falar em lixo eletrônico, mas um terço (33%)
acredita que esse lixo está relacionado ao meio digital, como spam, e-mails, fotos
ou arquivos. Para outros 42% dos brasileiros lixo eletrônico são aparelhos
eletrônicos e eletrodomésticos quebrados e 3% acreditam que são todos os
aparelhos que já viraram lixo, ou seja, apenas os que foram descartados,
inclusive aqueles que acabam incorretamente em aterros ou na natureza.
A pesquisa também
especificou alguns produtos para saber se as pessoas os reconheciam como lixo
eletrônico. Mais de 90% acreditam que celulares, smartphones, tablets,
notebooks, pilhas e baterias são lixo eletrônico e estão corretos.
Houve, no entanto, muitas
respostas erradas: 51% não acham que lâmpadas comuns, incandescentes e
fluorescentes são lixo eletrônico; 34% acreditam que lanternas não são lixo
eletrônico; e 37% acreditam que balanças não são lixo eletrônico. Na verdade,
todos esses objetos são lixo eletrônico.
O conceito de Resíduo de
Equipamentos Elétricos e Eletrônicos (REEE) é todo produto elétrico ou
eletrônico que descartado por não ter mais utilidade. Inclui grandes
equipamentos como geladeiras, freezers, máquinas de lavar; pequenos
equipamentos como torradeiras, batedeiras, aspiradores de pó, ventiladores;
equipamentos de informática como computadores e celulares; e pilhas e baterias.
Descarte
O descarte incorreto de
lixo eletrônico é considerado um problema, pois os componentes químicos podem
ser prejudiciais ao meio ambiente e à saúde humana.
Anualmente, mais de 53
milhões de toneladas de equipamentos eletroeletrônicos e pilhas são descartadas
em todo o mundo, segundo o The Global E-waste Monitor 2020. Na outra ponta, o
número de dispositivos, no mundo, cresce cerca de 4% por ano. Apenas o Brasil
descartou, em 2019, mais de 2 milhões de toneladas de resíduos eletrônicos,
sendo que menos de 3% foram reciclados, de acordo com o relatório desenvolvido
pela Universidade das Nações Unidas.
A pesquisa mostrou que, no Brasil, 16% descartam com certa frequência algum eletroeletrônico no lixo comum. Esse tipo de descarte não permite a reciclagem das matérias-primas presentes nos aparelhos. Um terço dos entrevistados (33%) nunca ouviu falar em pontos ou locais de descarte correto para lixo eletrônico.
A maioria (87%) disse
guardar algum tipo de eletroeletrônico sem utilidade em casa. Mais de 30% fica
com eles por mais de um ano.
Ao todo, foram
entrevistadas para o estudo 2.075 pessoas de 18 a 65 anos, entre os dias 14 e
24 de maio de 2021. A pesquisa foi feita no Distrito Federal e em 13 estados:
São Paulo, Rio de Janeiro, Minas Gerais, Espírito Santo, Bahia, Ceará,
Pernambuco, Rio Grande do Sul, Paraná, Santa Catarina, Pará, Goiás e Mato
Grosso do Sul.
O que diz a lei
No Brasil, a destinação
correta do lixo eletrônico está prevista na Política Nacional de Resíduos
Sólidos (Lei 12.305/2010) e é regulamentada pelo Decreto Federal 10.240/2020.
Este dispositivo define metas para os fabricantes, importadores, distribuidores
e comerciantes sobre a quantidade de pontos de Entrega Voluntária (PEV) que
devem ser instalados, o número de cidades atendidas e o percentual de aparelhos
eletroeletrônicos a serem coletados e destinados corretamente.
Pelo decreto, as empresas
devem, gradualmente, até 2025, instalar PEVs nas 400 maiores cidades do Brasil
e coletar e destinar o equivalente em peso a 17% dos produtos colocados no
mercado em 2018, ano definido como base.
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