Ipea: inflação
é maior para as famílias de menor renda
Alta do frango
(4,5%) explica pressão inflacionária
Publicado em 15/09/2021 -
11:11 Por Ana Cristina Campos - Repórter da Agência Brasil - Rio de Janeiro
O Indicador de Inflação por
Faixa de Renda, apurado pelo Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea),
apontou que, enquanto a inflação das famílias de renda baixa e muito baixa
registrou alta de 0,91%, a das famílias no segmento superior de renda
apresentou variação menor (0,78%), em agosto.
O estudo divulgado hoje
(15), no Rio de Janeiro, mostra que o grupo de alimentação foi o que mais
contribuiu para a alta inflacionária das famílias dos três segmentos de renda
mais baixa. Já para as três faixas de renda mais alta, o maior impacto veio do
grupo de transportes.
Segundo o Ipea, para as
famílias com menor renda, mesmo diante de uma deflação em itens importantes
como arroz (-2,1%), feijão (-1,7%) e óleo de soja (-0,4%), os aumentos de
preços das proteínas animais, especialmente do frango (4,5%), dos ovos (1,6%),
da batata (20%), do açúcar (4,6%) e do café (7,6%) explicam a pressão
inflacionária que vem dos alimentos.
Já a alta inflacionária do
grupo de transportes deve-se aos reajustes de 2,8% da gasolina e de 4,7% do
etanol, combinados com a alta nos preços dos automóveis novos (1,8%) e dos
serviços de aluguel de veículos (6,6%), mesmo com a queda de 10,7% das
passagens aéreas.
O grupo de habitação foi o
terceiro que mais influenciou todas as faixas de renda, puxado pelos reajustes
de 1,1% da energia elétrica, de 2,7% do gás encanado e de 2,4% do gás de
botijão.
Segundo o Ipea, as
famílias de renda baixa e média baixa são as que apresentam as maiores taxas de
inflação (5,9%) no acumulado do ano.
Aceleração
inflacionária
Os dados acumulados em 12
meses mostram que, apesar da aceleração inflacionária generalizada, a taxa de
inflação das famílias de renda muito baixa (10,63%) mantém-se em patamar acima
da observada na faixa de renda alta (8%), pressionada pelas variações de 16,6% dos
alimentos no domicílio, de 21,1% da energia elétrica, de 31,7% do gás de
botijão e de 5,6% dos medicamentos.
“Já para as famílias de
renda mais alta, além dos reajustes de 41,3% dos combustíveis, de 30,2% das
passagens aéreas e de 12,4% dos aparelhos eletroeletrônicos em 12 meses, a
recente recuperação dos preços dos serviços de recreação, cuja alta em 12 meses
passou de 0,07% em janeiro para 5,3% em agosto, explica grande parte dessa
aceleração inflacionária”, indicou a pesquisa do Ipea.
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