Supermercados têm alta de 5,32% nas vendas até maio, diz
Abras
Na comparação com mesmo periodo de 2020, o resultado ficou
em 2,88%
Publicado em 08/07/2021 - 13:33 Por Ludmilla Souza -
Repórter da Agência Brasil - São Paulo
Atualizado em 08/07/2021 - 15:19
O setor de supermercados acumula alta real nas vendas de
5,32% (deflacionado pelo Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo - IPCA)
no acumulado de janeiro a maio deste ano, comparado a igual período de 2020, de
acordo com o Índice Nacional de Consumo dos Lares Brasileiros, calculado pelo
Departamento de Economia e Pesquisa da Associação Brasileira de Supermercados
(Abras), divulgado nesta quinta-feira (8) pela entidade. Em maio, na comparação
com o mesmo período do ano passado, houve crescimento de 2,88%. Em relação a
abril deste ano, a alta foi de 1,98%.
Para a Abras, o desempenho positivo teve influência de um
conjunto de fatores. Entre eles, o pagamento da primeira parcela do décimo
terceiro salário para aposentados e pensionistas do Instituto Nacional do
Seguro Social (INSS) na segunda quinzena de maio. Foram depositados R$ 25
bilhões nas contas de 31 milhões de beneficiários. Segundo a associação, o
pagamento do auxílio emergencial também contribuiu para o aumento.
Outro fator citado pela Abras foi o fato de o setor não ter
parado, apesar da pandemia de covid-19 e houve planejamento, ressaltou o
vice-presidente Institucional da Abras, Marcio Milan. "O planejamento,
feito em 2020 para os primeiros meses de 2021, está sendo realizado e o
resultado está aparecendo. Só entre abril e maio passados, foram abertas 24
novas lojas no Brasil. E outras 45 passaram por grandes reformas."
Com os investimentos houve geração de empregos: 30.883
postos de trabalho foram abertos no setor entre janeiro e maio de 2021 e há
previsão de abertura de pelo menos outras 12 lojas. “O investimento que gera
emprego acaba voltando para o próprio setor. Os novos funcionários também
passam a aplicar parte de sua renda na alimentação da família”, explica Milan.
Produtos mais vendidos
Em maio, o Índice Abrasmercado, composto por uma cesta de
35 produtos mais vendidos nos supermercados, subiu 1,52% em relação a abril.
Com isso, a cesta chegou ao valor de R$ 653,42, contra R$ 643,67 do mês
anterior.
A cesta Abrasmercado é composta por produtos alimentícios,
incluindo cerveja e refrigerante, de higiene, de beleza e de limpeza doméstica.
As maiores altas nos preços da cesta em maio foram: tomate, 7,12%, biscoito cream cracker, 3,58%, carne (corte dianteiro), 3,20%, carne (traseiro) 3,07% e a farinha de trigo, 3,02%.
Entre as principais baixas aparecem: cebola 11,47%, arroz
1,92%, xampu 1,20%, batata 0,86%, feijão 0,83% e queijo muçarela, 0,83%.
Destaque para o tomate que, apesar da alta no mês, acumula uma queda de preços
de 15,24% no ano. Batata com acumulado de quase 30% de queda de janeiro a maio.
E para a cebola, a tendência é mais redução de preços nos próximos meses.
Em maio, as cinco regiões do país tiveram alta nos preços
da cesta Abrasmercado. A maior oscilação foi no Sul, 2,1%. A cesta passou de R$
694,99 para R$ 709,59. O Nordeste veio em segundo lugar, com aumento de 2,01%.
Nesta região, a cesta subiu de R$ 569,78 para R$ 581,26. Nas capitais e
principais regiões pesquisadas, a cesta só baixou de preço em João Pessoa,
0,75%, passando de R$ 557,80 para R$ 553,62. A maior elevação no custo da cesta
foi em Natal, 6,51%, saindo de R$ 565,81 para R$ 602,65. Em Fortaleza, alta de
2,25%.
Vacinação e perspectivas
A entidade tem expectativas otimistas para o setor no
segundo semestre do ano. Entre os fatores está o pagamento da segunda parcela
do décimo terceiro aos beneficiários do INSS; a prorrogação do auxílio
emergencial até outubro e a restituição do Imposto de Renda Pessoa Física - são
mais R$ 6 bilhões pagos aos contribuintes só pela restituição.
Para o executivo da Abras, o avanço da vacinação também vai
reverter o melhor funcionamento da economia, com reflexo sobre o movimento nos
supermercados. “A vacinação traz uma segurança pra a economia como um todo”,
disse Marcio Milan durante a coletiva.
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