PIB tem alta
de 1,2% no primeiro trimestre de 2021
Dados são do
Sistema de Contas Nacionais Trimestrais do IBGE
Publicado em
01/06/2021 - 10:43 Por Cristina Indio do Brasil - Repórter da Agência Brasil -
Rio de Janeiro
O Produto
Interno Bruto (PIB) - a soma dos bens e serviços produzidos no Brasil - cresceu
1,2%, no primeiro trimestre deste ano, na comparação com os últimos três meses
do ano passado. É o terceiro resultado positivo, depois dos recuos de 2,2% no
primeiro e de 9,2% no segundo trimestres de 2020, quando a economia recuou
4,1%, atingida pela pandemia da covid-19.
Em valores
correntes, o PIB chegou a R$ 2,048 trilhões. Os dados são do Sistema de Contas
Nacionais Trimestrais, divulgados hoje (1º) pelo Instituto Brasileiro de
Geografia e Estatística (IBGE).
Com a alta
de 1,2% no primeiro trimestre, embora ainda esteja 3,1% abaixo do ponto mais
alto da atividade econômica do país, alcançado no primeiro trimestre de 2014, o
PIB retornou ao patamar do quarto trimestre de 2019, período pré-pandemia.
Os
resultados positivos na agropecuária (5,7%), na indústria (0,7%) e nos serviços
(0,4%) contribuíram para a expansão da economia brasileira. A coordenadora de
Contas Nacionais do IBGE, Rebeca Palis, observou que esse crescimento ocorreu
apesar da evolução da pandemia no país, “Mesmo com a segunda onda da pandemia
de covid-19, o PIB cresceu no primeiro trimestre, já que, diferente do ano
passado, não houve tantas restrições que impediram o funcionamento das
atividades econômicas no país”, disse.
Agropecuária
Segundo o
IBGE, a alta na agropecuária, foi favorecida pela melhora na produtividade e no
desempenho de alguns produtos, sobretudo, a soja, que tem maior peso na lavoura
brasileira e previsão de safra recorde este ano.
Indústria
O avanço das
indústrias extrativas (3,2%) ajudou a atividade industrial, que também
registrou crescimento na construção (2,1%) e na atividade de eletricidade e
gás, água, esgoto, atividades de gestão de resíduos (0,9%).
O único
resultado negativo ficou nas indústrias de transformação (-0,5%). “Todos
subsetores da indústria cresceram, menos a indústria de transformação, que tem
o maior peso, impactada pela indústria alimentícia, que afetou o consumo das
famílias”, comentou a coordenadora.
Serviços
De acordo
com o IBGE, os resultados positivos nos serviços, que contribuem com 73% do
PIB, ocorreram em transporte, armazenagem e correio (3,6%), intermediação
financeira e seguros (1,7%), informação e comunicação (1,4%), comércio (1,2%) e
atividades imobiliárias (1,0%). Outros serviços ficaram estáveis (0,1%).
Rebeca Palis
afirmou que a única variação negativa ocorreu em administração, saúde e
educação pública (-0,6%). “Não está havendo muitos concursos para o
preenchimento de vagas e trabalhadores estão se aposentam, reduzindo a ocupação
do setor. Isso afeta a contribuição da atividade para o valor adicionado”,
ressaltou.
Consumo
A pandemia
influenciou a estabilidade no consumo das famílias que caiu 0,1% no primeiro
trimestre deste ano, se comparado ao quarto trimestre. No consumo do governo
houve recuo de 0,8%.
Segundo a
coordenadora, o aumento da inflação pesou principalmente no consumo de
alimentos, ao longo do período. “O mercado de trabalho ficou desaquecido. Houve
ainda redução significativa nos pagamentos dos programas do governo às
famílias, como o auxílio emergencial”, disse, acrescentando, que, por outro
lado, ocorreu aumento no crédito para pessoas físicas.
Os investimentos - formação bruta de capital fixo - avançaram 4,6%. Contribuíram para isso, o aumento na produção interna de bens de capital e no desenvolvimento de softwares, a alta na construção e os impactos do Repetro, regime aduaneiro especial que permite ao setor de petróleo e gás adquirir bens de capital sem pagar tributos federais.
Em relação
ao quarto trimestre de 2020, a balança comercial brasileira registrou alta de
3,7% nas exportações de bens e serviços e crescimento de 11,6% nas importações.
Rebeca Palis informou que, na pauta de importações, destacaram-se os produtos
farmoquímicos para a produção de vacinas contra a covid-19, máquinas e
aparelhos elétricos, e produtos de metal. Entre as exportações, foram os
produtos alimentícios e veículo automotores.
Anual
Na
comparação anual, no primeiro trimestre, o PIB cresceu 1%, com alta de 5,2% na
agropecuária e de 3% na indústria. Os serviços, no entanto, tiveram queda de
0,8%. O motivo, para a coordenadora, é o perfil dos serviços, que em maioria é
feito de maneira presencial.
“As
atividades de outros serviços, que são majoritariamente presenciais, e a
administração pública puxaram o resultado dos serviços para baixo. Esse é um
setor que ainda sofre os efeitos da pandemia”, analisou.
Nas
despesas, houve destaque para os investimentos, com alta de 17%, sendo a maior
taxa desde o segundo trimestre de 2010. O consumo das famílias registrou queda
de 1,7%. A explicação, segundo o IBGE, foram o aumento da inflação e os
reflexos da pandemia, que afetaram negativamente o mercado de trabalho,
reduzindo o número de ocupações e a massa salarial real. O consumo do governo
também apresentou recuo (-4,9%).
Ainda na
comparação anual, as exportações subiram 0,8% e as importações 7,7% em relação
ao terceiro trimestre de 2020.
Contas
nacionais
Conforme o
IBGE, o Sistema de Contas Nacionais apresenta os valores correntes e os índices
de volume trimestralmente para o PIB a preços de mercado, impostos sobre
produtos, valor adicionado a preços básicos, consumo pessoal, consumo do
governo, formação bruta de capital fixo, variação de estoques, exportações e importações
de bens e serviços. A pesquisa começou em 1988 no IBGE e foi reestruturada a
partir de 1998, quando os seus resultados foram integrados ao Sistema de Contas
Nacionais, de periodicidade anual.
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