Pandemia teve impacto na deterioração da paz mundial, diz
relatório
Levantamento é do Instituto de Economia e Paz, divulgado
hoje
Publicado em 17/06/2021 - 10:57 Por RTP - Sydney
RTP - Rádio e Televisão de Portugal
A pandemia covid-19 teve "impacto significativo"
nos níveis de conflito e violência no mundo, resultando em mais agitação civil
e instabilidade política, diz a organização não governamental (ONG) Instituto
de Economia e Paz (IEP) em relatório publicado hoje (17)
Segundo a edição de 2021, com dados relativos a 2020, o
"Índice Global de Paz" caiu 0,07% comparado ao ano anterior, com
melhorias identificadas em 87 países e deteriorações em 73.
A violência doméstica também aumentou em todo o mundo, mas
conflitos e crimes de ódio parecem ter caído.
"No início da pandemia covid-19, houve uma série de
indicadores que melhoraram, como os crimes, homicídios e a instabilidade
social, mas voltaram a aumentar, incluindo 5 mil manifestações violentas
relacionadas com a pandemia entre janeiro de 2020 e abril de 2021 por todo o
mundo", afirmou hoje o fundador e diretor do IEP, Steve Killelea, em
apresentação à imprensa.
O empresário australiano disse que a pandemia
"exacerbou tensões em alguns países" e que, "se a situação
económica difícil persistir, é provável que agitação social e instabilidade
política aumentem".
Portugal desceu uma posição no índice, para quarto lugar,
atrás da Islândia, Nova Zelândia e Dinamarca, que usa vários indicadores sobre
conflitos em nível nacional e internacional, segurança da sociedade e
militarização.
O Timor-Leste, na 56ª posição da tabela, a Guiné Equatorial
(62ª), Angola (80ª), Guiné-Bissau (99ª), Moçambique (103ª) são os outros países
lusófonos incluídos na 15ª edição do Índice, que cobre 163 países e territórios
independentes, equivalentes a 99,7% da população.
Cabo Verde e São Tomé e Príncipe não estão incluídos.
O Afeganistão é o país menos pacífico pelo quarto ano
consecutivo, seguido pelo Iêmen, a Síria, o Sudão do Sul e Iraque.
A Europa é a região mais pacífica, enquanto a América do
Norte registrou a pior deterioração regional devido à agitação civil e
manifestações violentas nos Estados Unidos relacionadas com a conjuntura
política, como as eleições presidenciais e protestos antirracismo.
O relatório identifica ainda a Guiné Equatorial, o Timor
Leste e Angola entre os dez países com maior risco de aumento da violência nos
próximos cinco anos devido ao elevado "déficit de paz positiva".
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