OMS alerta que vacinas estão escassas nos países mais
pobres
Covax entregou 90 milhões de doses a 131 países
Publicado em 22/06/2021 - 08:23 Por RTP – Genebra
Alguns países que recebem vacinas por meio do esquema de
partilha da Organização das Nações Unidas (ONU), a Covax, estão sem doses
suficientes para continuar os programas de vacinação, avisou a Organização
Mundial da Saúde (OMS).
A Covax entregou 90 milhões de doses a 131 países, número
que nem sequer está perto da quantidade suficiente para proteger aquelas
populações, alerta Bruce Aylward, conselheiro da OMS. A insuficiência é maior
na África, que enfrenta nova onda de infecções.
O presidente da África do Sul, Cyril Ramaphosa, pediu que
os países ricos deixem de monopolizar as
vacinas. Ele lembrou que em todo o continente africano só foram administradas
40 milhões de doses – menos de 2% da população.
Ramaphosa anunciou que a OMS está instalando na África do
Sul um hub para dar a companhias dos países pobres e em vias de desenvolvimento
o conhecimento e as licenças para produzir vacinas contra a covid-19. Ele
chamou a iniciativa de “passo histórico” na partilha de tecnologia que salva
vidas.
O hub pode permitir que as companhias africanas consigam
produzir vacinas com a tecnologia mRNA (usadas nas vacinas da Pfizer e da
Moderna) dentro de 9 a 12 meses.
Segundo a OMS, duas companhias já integram o sistema e há
negociações para que a Pfizer e a Moderna participem.
“Com a iniciativa, vamos mudar a narrativa”, disse
Ramaphosa, em entrevista coletiva para anunciar o programa.
A OMS vem pedindo aos países ricos que partilhem a
tecnologia das vacinas. A iniciativa de ajudar os países africanos a produzir
vacinas é especialmente urgente, em um momento em que os casos e mortes no
continente aumentaram quase 40% na semana passada.
"Tenho o prazer de anunciar que a OMS está em
negociações com um consórcio de empresas e instituições para estabelecer um
centro de transferência de tecnologia na África do Sul", disse o
diretor-geral da OMS, Tedros Adhanom Ghebreyesus.
Em comunicado, a OMS descreveu o hub como uma instalação de
treino, “onde a tecnologia é implantada em escala industrial e o desenvolvimento
clínico é realizado. Os fabricantes interessados, de países de baixo e médio
rendimento, podem receber treinamento e quaisquer licenças necessárias para a
tecnologia”.
As duas empresas sul-africanas que já participam são a Afrigen Biologics e a Biovac.
O cientista-chefe da OMS, Soumya Swaminathan, afirmou que a
organização negocia com a Pfizer e a Moderna, que produziram vacinas amplamente
utilizadas em países ricos usando a nova tecnologia de mRNA.
"Poderemos esperar vacinas a serem produzidas na
África no período de 9 a 12 meses, acrescentou Swaminathan.
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