G7 exige ação da Rússia contra crimes cibernéticos
Grupo também pede que China investigue origem do novo
coronavírus
Publicado em 13/06/2021 - 18:41 Por Agência Brasil* -
Carbis Bay (Inglaterra)
O G7, grupo dos sete países mais industrializados do mundo,
exigiu neste domingo (13) que a Rússia tome medidas contra os que fazem ataques
cibernéticos e usando ransomware a partir do país. O ransomeware é um ataque
que restringe o acesso ao sistema infectado com uma espécie de bloqueio e cobra
um resgate em criptomoedas para que o acesso possa ser restabelecido.
A reprimenda veio em um comunicado emitido após uma cúpula
de três dias entre líderes do G7 no Reino Unido, que também pediu que Moscou
"pare com seu comportamento desestabilizante e atividades malignas" e
conduza uma investigação sobre o uso de armas químicas em território russo.
O comunicado diz que a Rússia precisa "responsabilizar
aqueles que, dentro de suas fronteiras, conduzem ataques ransomeware, abusam de
moedas virtuais para lavar dinheiro e outros crimes cibernéticos".
A questão está sob os holofotes após um ataque virtual ao
Colonial Pipeline, maior tubulação de combustíveis dos Estados Unidos, e outro
que interrompeu as operações norte-americanas e australianas do frigorífico
JBS.
A nota do G7 pede ações mais amplas contra ataques cibernéticos. "Pedimos que os estados identifiquem e interrompam redes criminosas de ransomware que operem de dentro de suas fronteiras e responsabilizem essas redes por suas ações", diz o documento.
O pedido por investigação sobre uso de armas químicas vem
após o crítico do Kremlin Alexei Navalny ser atendido na Alemanha, com médicos
alemães informando que foi um envenenamento com um agente nervoso de uso
militar. Navalny acusa Putin de ordenar o envenenamento, mas o Kremlin nega as
acusações.
China
Os líderes do G7 também repreenderam a China sobre os
direitos humanos em Xinjiang, pediram que Hong Kong tenha um alto grau de
autonomia e exigiram uma investigação completa das origens da covid-19.
Depois de discutir como chegar a uma posição unificada
sobre a China, os líderes emitiram um comunicado final sobre questões delicadas
para o país.
O presidente dos Estados Unidos, Joe Biden, considera a
China como maior rival estratégico e prometeu enfrentar abusos econômicos
chineses e reagir a violações dos direitos humanos.
"Promoveremos nossos valores, inclusive apelando à
China para que respeite os direitos humanos e as liberdades fundamentais,
especialmente em relação a Xinjiang e os direitos, liberdades e alto grau de
autonomia para Hong Kong", disse o G7.
"Também pedimos a fase 2 de um estudo transparente,
liderado por especialistas e baseado na ciência sobre as origens da covid-19 na
China", afirmou o grupo, que reúne EUA, França, Reino Unido, Alemanha,
Itália, Japão, Canadá e União Europeia.
Antes que surgissem as críticas do G7, a China alertou os
líderes do G7 que os dias em que "pequenos" grupos de países decidiam
o destino do mundo já se foram.
O G7 também disse que destacou "a importância da paz e
da estabilidade em todo o Estreito de Taiwan e encoraja a resolução pacífica
dos problemas através do Estreito".
O G7 disse estar preocupado com o trabalho forçado nas
cadeias de abastecimento globais, incluindo os setores agrícola, solar e de vestuário.
Pequim tem revidado contra o que considera tentativas das
potências ocidentais de conter a China, e diz que muitas das principais
potências ainda estão dominadas por uma mentalidade imperial desatualizada,
após anos humilhando a China.
Especialistas e grupos de direitos humanos estimam que mais
de um milhão de pessoas, incluindo uigures e outras minorias muçulmanas, foram
detidas nos últimos anos em um vasto sistema de campos em Xinjiang.
A China nega as acusações de trabalho forçado ou abuso. No
começo, negou que os campos existissem. Depois, disse que eles são centros
vocacionais projetados para combater o extremismo.
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