Em 2019,
número de ocupados cresceu 1,7% e salário médio caiu 3,5%
Segundo
IBGE, número de assalariados chegou a 53,2 milhões
Publicado em
24/06/2021 - 10:00 Por Ana Cristina Campos – Repórter da Agência Brasil - Rio
de Janeiro
Apesar do
aumento do número de empresas e de pessoal ocupado em 2019, o país registrou
queda de 3,5% no salário médio mensal que foi de R$ 2.975,74, ante R$ 3.085,21
no ano anterior. Em 2019, o número de empresas e outras organizações formais no
país atingiu 5,2 milhões com 53,2 milhões de pessoal ocupado no total.
Os dados
constam do Cadastro Central de Empresas (Cempre) 2019 divulgado hoje (24) pelo
Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). O levantamento abrange
órgãos da administração pública, entidades empresariais e sem fins lucrativos e
organizações internacionais.
Na comparação
com 2018, observou-se aumento de 301 mil empresas e outras organizações, uma
variação 6,1%. O pessoal assalariado cresceu 1,7%, o equivalente a 758,6 mil
pessoas. O número de sócios e proprietários aumentou 3,6% (ou 244,1 mil
pessoas). Por outro lado, o total de salários e outras remunerações caiu 0,7%,
em termos reais.
Segundo o
gerente da pesquisa, Thiego Ferreira, esse comportamento de queda do salário
ainda no período pré-pandemia de covid-19 pode ser explicado pela combinação de
alguns fatores como a aceleração inflacionária, a taxa de desemprego elevada, a
mudança na composição do pessoal assalariado, com a reposição por uma mão de
obra mais barata e a criação de vagas com remuneração mais baixa. Essa queda
salarial também pode ser explicada pelo aumento da automação e da
informatização da economia.
De acordo com
o levantamento, 55,2% do pessoal ocupado assalariado eram homens e 44,8%,
mulheres. Os homens receberam um salário mensal médio (R$ 3.188,03) 17,5%
superior ao das mulheres (R$ 2.713,92).
As entidades
empresariais eram 90,6% das organizações ativas, ocupando 71,6% dos
assalariados e pagando 60,8% dos salários e remunerações. Já a administração
pública respondeu por 0,4% das empresas e outras organizações, 21,4% dos
assalariados e 32,5% dos salários e remunerações.
Atividades
econômicas
Comércio,
reparação de veículos automotores e motocicletas registraram 21,3% do pessoal
ocupado total, 19,3% dos assalariados e 34,2% do número de empresas.
Administração
pública, defesa e seguridade social ficaram na segunda colocação em pessoal
assalariado (16,8%) e a primeira colocação em salários e outras remunerações
(25%).
O setor de
indústrias de transformação ficou com a segunda colocação em salários e outras
remunerações (16,3%) e na terceira posição em número de empresas (7,5%) e em
pessoal ocupado assalariado (15,9%).
As atividades
administrativas e serviços tiveram o maior aumento proporcional de assalariados
(11,3%) enquanto o setor de educação teve a maior perda (1,2%).
Os setores com
os maiores salários médios mensais foram da área de eletricidade e gás, com R$
7.186,14 e atividades financeiras e seguro, como R$ 5.941,42. Na outra ponta,
com média salarial abaixo de R$ 2 mil estão agricultura, pecuária, comércio,
reparação de veículos, atividades administrativas, alojamento e alimentação.
Pela primeira
vez, o Cempre traz informações sobre empresas que participam do comércio
exterior. Em 2019, as empresas exportadoras representaram 0,4% das organizações
ativas, que ocuparam 5 milhões de assalariados (10,8% do total de
assalariados). Já as importadoras eram 0,7% das organizações, que ocuparam 8,3
milhões de assalariados (17,8% do total).
Nas organizações
exportadoras, a remuneração era 41% acima da média nacional e nas importadoras,
47%. Quase todas as exportadoras eram da indústria (62,5%) e do comércio
(30,1%).
Esta edição do
Cempre incorporou informações provenientes do Sistema de Escrituração Digital
das Obrigações Fiscais, Previdenciárias e Trabalhistas, o eSocial, que está
substituindo gradativamente a Relação Anual de Informações Sociais. A partir
desta edição, foram realizados ajustes metodológicos para a seleção das
unidades ativas.
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