Eventos climáticos foram causa principal de deslocamentos
em 2020
Dados são do Centro de Monitoramento de Deslocamento
Interno
Publicado em 21/05/2021 - 08:01 Por Laurie Goering - Repórter
da Reuters - Londres
Eventos climáticos extremos ligados à mudança climática e
deslocamentos em massa para proteger pessoas ameaçadas estão provocando uma
disparada global de famílias forçadas a fugir de casa, uma parcela das quais
continua deslocada por longo prazo, disseram analistas nessa quinta-feira (20).
Cerca de 98% dos novos deslocamentos de pessoas de suas casas
em 2020 foram causados por eventos climáticos extremos, mostra relatório do
Centro de Monitoramento de Deslocamento Interno (IDMC), sediado em Genebra.
Algumas delas conseguiram voltar para casa rapidamente, disse Alexandra Bilak,
diretora do IDMC.
Mas, entre famílias australianas que perderam o lar para
incêndios florestais recordes, moradores de ilhas do Oceano Pacífico assolados
pelo ciclone Harold e os 5 milhões de sul-asiáticos retirados antes do ciclone
Amphan, no ano passado, uma parcela cada vez maior está tendo dificuldade de se
recuperar e retornar.
"O deslocamento pode durar meses ou até anos", disse
Bilak a repórteres durante um evento virtual. Ela afirmou que países ricos
vivenciam cada vez mais uma parcela desse deslocamento, como famílias
norte-americanas atingidas por furacões mais intensos no Atlântico. Mesmo para
aqueles afastados de casa temporariamente, lembrou Bilak, "isso realmente
representa um choque".
Pesquisadores disseram que 55 milhões de pessoas continuavam
deslocadas dentro de seus próprios países no fim de 2020. Segundo eles, a
maioria foi expulsa pela violência em anos anteriores, mas conflitos em
andamento elevaram os números no ano passado.
Jan Egeland, secretário-geral do Conselho Norueguês de
Refugiados, disse que a pandemia não conteve os conflitos, o que ajudou a
aumentar o deslocamento em geral.
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