Mais de 70%
das indústrias têm dificuldades em conseguir matéria-prima
É o que
revela pesquisa feita pela CNI
Publicado em
09/04/2021 - 07:30 Por Danilo Macedo - Repórter da Agência Brasil - Brasília
A escassez de
insumos e matérias-primas nacionais para a produção atingiu 73% das empresas da
indústria geral (extrativa e de transformação) e 72% da indústria da construção
em fevereiro. Os números foram divulgados nesta sexta-feira (9) pela
Confederação Nacional da Indústria (CNI) dentro de uma pesquisa feita com 1.782
empresas.
Os percentuais
são próximos aos da sondagem anterior, realizada em novembro de 2020, de 75% e
72%, respectivamente, fazendo com que as expectativas anteriores dos
empresários, de que a normalização das cadeias produtivas nacionais se desse no
primeiro semestre de 2021, fossem postergadas. Enquanto 37% acreditam que a
situação se normalize até o fim de junho, 42% creem que isto acontecerá no
segundo semestre e 14%, somente em 2022. Cerca de 6% esperavam que a normalização
ocorresse ainda em março.
Além da
escassez de insumos nacionais, as empresas também estão enfrentando
dificuldades em conseguir matérias-primas importadas, independente de pagarem
mais caro pelos produtos. Nas empresas da indústria geral que precisam
importar, em fevereiro 65% estavam com essa barreira, patamar que chegou a 79%
na indústria da construção.
Segundo a CNI,
as dificuldades atuais ainda são resultado das incertezas que a economia
atravessou durante a primeira onda da pandemia de covid-19 em 2020, quando
muitas empresas cancelaram a compra de insumos. “A rápida retomada da economia
no segundo semestre de 2020 não pode ser acompanhada no mesmo ritmo por todas
as empresas, o que gerou dificuldades nos diversos elos da cadeia”, explicou a
entidade.
Dólar alto
prejudica importações
A
desvalorização do real frente ao dólar, de acordo com a CNI, além de elevar o
custo das importações, também fez com que as exportações de insumos brasileiros
se tornassem mais atrativas, levando fornecedores nacionais a redirecionar para
o mercado internacional parte do que era comercializado aqui.
Com a escassez
de insumos, várias empresas também declararam na pesquisa dificuldade para
atender clientes. Na indústria da construção, o problema atinge 30% delas,
enquanto na indústria geral aumenta para 45%. No setor de informática,
eletrônicos e ópticos, a falta de insumos alcançou 69% das empresas em
fevereiro.
Ainda segundo
a pesquisa da CNI, entre os setores com maior dificuldade para atender às
demandas dos clientes estão: metalurgia, veículos automotores, máquinas e
equipamentos, móveis, têxteis, celulose e papel, madeira, máquinas e materiais
elétricos, produtos de metal e material plástico.
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