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Questões sobre filosofia e educação

 


1. (FCC) Para o filósofo francês Jean-Jacques Rousseau, o homem é bom, livre e feliz no estado de natureza. Os vícios e a corrupção resultam da vida em sociedade. É na sociedade que os homens adquirem sentimento de inveja, cobiça e ódio entre seus semelhantes. Para que o homem viva conforme sua natureza boa, livre e feliz, Rousseau defende

A) a ruptura radical com os vícios da vida em sociedade e o retorno definitivo à vida em contato com a natureza.
B) uma educação em contato com a natureza para que na infância o homem não seja contaminado pelos vícios da sociedade.
C) uma revolução que ponha fim às instituições criadas pelo homem em sociedade e a adoção de um modo de vida anarquista.
D) a adequação aos bons costumes da vida em sociedade, pois é impossível o retorno definitivo à natureza.
E) que cada indivíduo busque ser bom na vida social ao controlar seus instintos maldosos, pois assim alcançará a felicidade.
 

2. (FCC) Partindo do pressuposto que cabe ao professor de filosofia definir a temática filosófica com a qual trabalhará com os alunos, uma pergunta que se coloca é a seguinte: como desencadear o processamento da aula? Lídia Maria Rodrigo (2009, p. 57) indica o seguinte: “Definido o tema filosófico a ser abordado, pode-se promover uma primeira aproximação, ainda pré-filosófica, empregando recursos e materiais que sejam familiares e do interesse do estudante, como por exemplo, música, poesia, trechos literários, textos de jornal, filmes, etc.” Ao mesmo tempo esta autora afirma que “esse ponto de partida deve ser rapidamente superado, se quisermos ingressar no terreno da filosofia, uma vez que uma postura filosófica implica a ruptura com uma visão comum de mundo”. A partir do que é dito acima, considere as afirmações abaixo.

I. Poesia, literatura, filmes, textos de jornais têm pouco valor na educação por serem expressões do senso-comum, ou de uma visão comum de mundo.
II. Só há uma maneira de fazer ocorrer aulas de filosofia no ensino médio: utilizar recursos relacionados à experiência dos alunos, como os da poesia, da música, dos trechos literários, dos filmes, de textos de jornais, etc.
III. Pontos de partida não são pontos de chegada. São iniciadores de uma caminhada que, no caso da caminhada em direção a uma formação filosófica de estudantes do ensino médio, devem ser superados com o alcance do ponto de chegada que é a superação de uma visão comum de mundo.
IV. Filmes, músicas, poesias ou quaisquer outras formas literárias não devem ser utilizadas como conteúdos em aulas de filosofia no ensino médio.
V. Os recursos mencionados no enunciado desta questão, familiares e do interesse dos alunos, podem ser utilizados com proveito como desencadeadores do processo reflexivo e crítico do filosofar que se deseja instaurar nas aulas de filosofia com o objetivo de promover a ruptura ou superação da maneira de pensar, própria do senso comum, relativa aos temas filosóficos.

Está correto o que se afirma APENAS em:

A) I e IV.
B) II e V.
C) II, IV e V.
D) III e V.
E) I e III.
 

3. (FCC) Alejandro Cerletti, em O ensino de filosofia como problema filosófico (2009) apresenta, às páginas 31 a 40, a ideia de que o fazer filosofia pode se caracterizar como “repetição criativa” (concordando com outro autor, Alan Badiou) e, ao mesmo tempo, por defender que aulas de filosofia devam ser exercícios do filosofar, mediados pelo professor e dentro das possibilidades dos alunos, diz que, assumindo isso, pode-se dizer que esta ideia deve ser a “condição de nosso ensino” (p. 35). Repetição, no caso, tem a ver com o apresentar os problemas postos pela tradição filosófica e as soluções dadas a elas; criação tem a ver com o atualizar estes problemas para a realidade de cada contexto no qual os alunos e o professor estão inseridos. A repetição ele a denomina de “dimensão objetiva” e a criação de “dimensão subjetiva”. Diz, também, que tradicionalmente o ensino de filosofia se esgotou na dimensão objetiva (repetição do já produzido). Indica superar isso mantendo a repetição com a atualização criativa dos problemas e das soluções, sempre provisórias.

Segundo o texto,

A) repetir criativamente, no ensino de filosofia, consiste em oferecer aos alunos acesso a textos dos filósofos, auxiliá-los na identificação de aproximações entre a sua realidade e os problemas que nela os afetam e o pensamento dos filósofos e, ainda, auxiliá-los a pensar filosoficamente, de uma maneira própria, sua realidade e seus problemas.
B) o que importa verdadeiramente num ensino de filosofia que atenda às necessidades dos alunos é fazê-los pensar a partir dos seus problemas, sem necessidade de cotejá-los com os problemas presentes na história do pensamento humano.
C) o autor citado afirma que o ensino tradicional de filosofia foi totalmente inócuo.
D) oferecer aos alunos acesso a produções dos filósofos realizadas ao longo da história do pensamento humano auxiliando os na compreensão delas é algo não recomendável num ensino de filosofia contemporâneo.
E) repetir criativamente, no ensino de filosofia, significa ter acesso a textos dos filósofos para que, apenas por eles mesmos, os alunos identifiquem relações com os problemas de sua realidade.
 
4. (FCC) Diversos estudiosos de metodologia de ensino de filosofia insistem na necessidade de não apenas oferecer informações filosóficas aos alunos, mas também, em buscar, nas aulas de filosofia, desenvolver neles algumas características próprias do filosofar. Alguns destes estudiosos reportam-se a uma fala de Kant posta desta forma: não se deve ensinar filosofia e sim a filosofar. Lídia M. Rodrigo (2009) diz algo a respeito: “Retoma-se, assim, a perspectiva posta pelos PCN sobre o ensino de filosofia, ao propor que a aquisição de um conteúdo filosófico esteja vinculada à apropriação de um método de acesso a esse conhecimento”. Ao se referir a alguns estudiosos, diz ela que eles apontam três aspectos como “definidores da prática do ensino de filosofia: problematizar, conceituar e argumentar”.
A partir do texto acima, é correto afirmar:
A) Não se deve ensinar, nas aulas de filosofia, o pensamento de algum filósofo, mas sim deve-se ensinar a filosofar.
B) Aulas de filosofia devem exclusivamente ensinar ou oferecer ajuda aos alunos para que saibam problematizar, conceituar e argumentar.
C) Kant era contra o ensino de filosofia.
D) Aulas de filosofia devem ser exercícios de filosofar sem preocupação com qualquer conteúdo especificamente filosófico, visto que o que interessa é que o aluno saiba perguntar, problematizar e argumentar.
E) No ensino de filosofia, segundo certa maneira de pensá-lo por parte de alguns estudiosos, deve-se aliar ao estudo de certos conteúdos, a busca de desenvolvimento, nos alunos, de aspectos que caracterizam o filosofar.
 

5. (FCC) Com relação ao desenvolvimento da capacidade de conceituar, em aulas de filosofia, e partindo-se da aceitação da afirmação de que “não há filosofia sem conceito” (Frédéric Cossutta, 2001, p. 41) e de considerações apresentadas por Lídia M. Rodrigo (2009, p. 39 a 63), fica clara a dificuldade da obtenção de resultados positivos nesta empreitada. Até porque, como é dito aí, há duas dificuldades no trabalho com o conceito: a primeira é a da passagem da concretude da experiência à abstração conceptual e a segunda é a da passagem da abstração conceptual às situações singulares da experiência vivida. O texto de Rodrigo apresenta sugestões. Dentre elas a de caminhar gradualmente através de “pontes cognitivas que facilitem a passagem do concreto ao abstrato”. O uso de metáforas, analogias, comparações, exemplificações e outros meios é sugerido, mas com uma ressalva importante: “... é preciso certo cuidado no emprego desses recursos. Eles constituem pontos de apoio para a abstração, não seu substitutivo; um exemplo ou uma analogia, por mais adequados que sejam, não podem ser tomados como equivalentes do próprio conceito”.

Considere:

I. Sem conceitos não há filosofia e nem o filosofar.
II. Em aulas de filosofia, é fundamental o trabalho com o conceito e com a busca de desenvolvimento do processo de conceituar nos alunos.
III. A busca de desenvolvimento do processo de abstrair por parte dos alunos não é um trabalho fácil, mas é fundamental para que aulas de filosofia sejam, de fato, filosóficas.
IV. Há caminhos facilitadores deste desenvolvimento e cabe ao professor de filosofia buscá-los, como a utilização de analogias, comparações, exemplificações e outros.
V. A exemplificação é facilitadora no processo de busca do desenvolvimento da conceituação nos alunos, mas, por si mesma, não basta. Ela é recurso para algo mais que é a produção conceitual.

Está correto o que se afirma em

A) I, II, III, IV e V.
B) IV e V, apenas.
C) II, III e V, apenas.
D) I, III e IV, apenas.
E) II, IV e V, apenas.


GABARITO
1:B - 2:D - 3:C - 4:E - 5:A


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