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Palácio Rio Branco, sede do
governo assim nomeada em homenagem ao Barão do Rio Branco, e obelisco em
homenagem aos heróis da Revolução Acreana. |
Formação Histórica
O processo de
incorporação do Acre ao Brasil decorreu do desbravamento de populações do Nordeste,
que o povoaram e o fizeram produtivo.
No caso do Acre,
foram as secas nordestinas e o apelo econômico da borracha - produto que no
final do século XIX alcançava preços altos nos mercados internacionais - que
motivaram a movimentação de massas humanas oriundas do Nordeste, para aquela
região amazônica.
Datam de 1877 os
primeiros marcos de civilização efetiva ocorrida no Acre, com a chegada dos
imigrantes nordestinos que iniciaram a abertura de seringais. Até então, o Acre
era habitado apenas por índios, uma vez que a expansão luso-brasileira ocorrida
na Amazônia durante o período colonial, não o havia alcançado. A partir dessa
época, no entanto, a região tornou-se ativa frente pioneira, que avançou pelas
três vias hidrográficas existentes: o rio Acre, o Alto-Purus e o Alto-Juruá.
O território do Acre
pertencia à Bolívia até o início do século XX, embora desde as primeiras
décadas do século XIX a maioria da sua população fosse formada por brasileiros
que exploravam os seringais e não obedeciam à autoridade boliviana, formando,
na prática, um território independente e exigindo a sua anexação ao Brasil.
Em 1899, na tentativa
de assegurar o domínio da área, os bolivianos instituíram a cobrança de
impostos e fundaram a cidade de Puerto Alonso, hoje Porto Acre. Os brasileiros
revoltaram-se com tal providência, o que resultou na disseminação de vários
conflitos, que somente terminaram com a assinatura, em 17 de novembro de 1903,
do Tratado de Petrópolis, pelo qual o Brasil adquiriu, em parte por compra e em
parte pela troca de pequenas áreas nos Estados do Amazonas e Mato Grosso, o
futuro território e depois Estado do Acre.
Problemas de
fronteira também existiram com o Peru, que reivindicava a propriedade de todo o
Território do Acre e mais uma extensa área no Estado do Amazonas, tendo tentado
estabelecer delegações administrativas e militares na região do Alto-Juruá
entre os anos de 1898 e 1902, e do Alto-Purus entre 1900 e 1903. Os
brasileiros, no entanto, com seus próprios recursos, forçaram os peruanos a
abandonar o Alto-Purus em setembro de 1903. Com base nos títulos brasileiros e
nos estudos das comissões mistas que pesquisaram as zonas do Alto-Purus e do
Alto-Juruá, o Barão do Rio Branco, Ministro das Relações Exteriores na época,
propôs ao Governo do Peru o acerto de limites firmado a 8 de setembro de 1909. Com
este ato completou-se a integração política do Acre à comunidade brasileira.
A partir de 1920, a
administração do Acre foi unificada e passou a ser exercida por um Governador,
nomeado pelo Presidente da República. Pela Constituição de 1934, o Território
passou a ter direito a dois representantes na Câmara dos Deputados. Em 1957,
projeto apresentado pelo Deputado José Guiomard dos Santos elevava o Território
à categoria de Estado, o que resultou na Lei nº. 4.070, de 15 de junho de 1962,
sancionada pelo então Presidente da República, João Goulart. O primeiro
governador do Estado do Acre foi o Senhor José Augusto de Araújo, eleito em
outubro de 1962, com 7.184 votos.
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