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QUESTÕES SOBRE MITO E FILOSOFIA


1. (AOCP) A respeito da relação entre mito e filosofia, encontramos basicamente duas visões opostas: uma que afirma a descontinuidade entre mito e filosofia e outra que defende a continuidade entre mito e filosofia. Assinale a alternativa correta sobre o tema.
A) Ao descrever as condições históricas que determinaram o nascimento da filosofia grega, Hegel aponta o desaparecimento da sociedade patriarcal e o surgimento das cidades livres e organizadas por leis. A exposição hegeliana do nascimento da filosofia produziu uma linhagem de historiadores da filosofia para os quais esse nascimento significa continuidade entre a religião, os mitos e a filosofia.
B) Segundo o historiador John Burnet, que é um dos principais representantes da concepção que defende a descontinuidade entre mito e filosofia, esta nasceu quando as velhas explicações míticas e religiosas da realidade já não podiam explicar coisa alguma e haviam se tornado contos fantasiosos aos quais ninguém dava crédito.
C) O helenista F. M. Cornford, como fiel discípulo de Hegel, contestou a ideia de um nascimento da filosofia como continuidade do pensamento mitológico e afirmou que a filosofia nascente transportou, em uma forma laica e em um pensamento mais abstrato, as formulações da religião e do mito sobre a natureza e os homens.
D) Na linha de descontinuidade, está o alemão Werner Jaeger, o qual, em sua obra Paideia: a formação do homem grego, considera que a filosofia nasce em clara oposição às epopeias homéricas e aos poemas de Hesíodo.


2. (AOCP) O Mito da Caverna, de Platão, estabelece uma relação interna ou intrínseca entre paideia e aletheia: a filosofia é educação ou pedagogia para a verdade. Sobre o Mito da Caverna e o conceito de verdade em Platão, assinale a alternativa INCORRETA.
A) A relação entre paideia e aletheia é proposta pelo mito com a analogia entre os olhos do corpo e os olhos do espírito quando passam da obscuridade à luz: assim como os primeiros ficam ofuscados pela luminosidade do Sol, também o espírito sofre um ofuscamento no primeiro contato com a luz da ideia do Bem, que ilumina o mundo das ideias.
B) Platão abandonou o antigo conceito de verdade, isto é, a evidência como adequação entre a ideia e o intelecto, o inteligível e a inteligência, obtida apenas pelas operações da própria alma e o substituiu por aquele em que o próprio ser se manifesta no mundo e ao mundo.
C) A trajetória realizada pelo prisioneiro é a descrição da essência do homem (um ser dotado de corpo e alma) e sua destinação verdadeira (o conhecimento intelectual das ideias). Essa destinação é seu destino: o homem está destinado à razão e à verdade.
D) O Mito da Caverna preserva o antigo sentido da aletheia como não esquecimento e não ocultamento da realidade, pois aletheia é o que é arrancado do esquecimento e do ocultamento da realidade, fazendo-se visível para o espírito, embora invisível para o corpo.


3. (UECE) A utilização de sentimentos humanos para a compreensão dos fenômenos da natureza é própria do conhecimento
A) científico.
B) filosófico.
C) tecnológico.
D) mitológico.


4. (CESPE/CEBRASPE) Duas figuras da mitologia grega são fundamentais para a definição da tragédia segundo Nietzsche. Uma representa o princípio vital elementar e, portanto, remete à dissolução do indivíduo no fluxo do caótico do ser primordial e leva à embriaguez, ao excesso, ao êxtase e à potência do irracional que dissolve as formas. A outra figura mítica corresponde à potência ordenadora e estabilizadora, que faz nascer a medida, as formas claras e bem individualizadas e o sonho das belas aparências. Assim sendo, é correto afirmar que essas figuras míticas são, respectivamente,
A) Dioniso e Zeus.
B) Apolo e Dioniso.
C) Dioniso e Apolo.
D) Zeus e Apolo.
E) Zeus e Dioniso.


5. (CESPE/CEBRASPE) O estudo sobre o episódio das sereias, concernente à Odisseia de Homero, é uma passagem emblemática da obra A dialética do esclarecimento, de Adorno e Horkheimer. Na Odisseia, Ulisses narra que, para sobreviver ao canto das sereias, tapou com cera os ouvidos dos marinheiros e mandou que o atassem ao mastro da nau sem, contudo, tapar seus próprios ouvidos. Amarrado, Ulisses ouviu o canto inebriante, mas não sucumbiu a ele. Seus nautas, por sua vez, não escutaram o canto e remaram incessantemente, surdos à beleza. Para Adorno e Horkheimer, as medidas tomadas por Ulisses quando seu navio se aproximou do território das sereias pressagiam alegoricamente a dialética do esclarecimento. Tendo o texto como referência inicial, assinale a opção correta com base na teoria de Adorno e Horkheimer.
A) Ulisses triunfa sobre as sereias, pois abdica do gozo de escutar seus cantos. No entanto, aos nautas é permitido o gozo desse canto, emblema do próprio gozo da arte.
B) Ulisses somente pode escutar o canto das sereias, porque escolheu sua própria prisão. Os remadores sabem que algo belo existe, mas também sabem que, para sobreviver, devem viver sem essa beleza. 
C) Os remadores estão condenados a trabalhar sem o gozo completo da beleza, enquanto Ulisses, o chefe, tem direito ao gozo livre e completo do belo.
D) A atitude de Ulisses marca a libertação estética das classes sociais oprimidas, pois remando surdas sem parar, elas vencem as sereias.
E) O triunfo de Ulisses sobre as sereias constitui uma forma emergente de mito sobre a racionalidade, ou seja, representa a transformação da arte em magia.


GABARITO
1:B - 2:B - 3:D - 4:C - 5:B



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