1. (Enem/2018) Tudo aquilo que é válido para um tempo de guerra, em que todo homem é
inimigo de todo homem, é válido também para o tempo durante o qual os homens
vivem sem outra segurança senão a que lhes pode ser oferecida por sua própria
força e invenção.
HOBBES, T. Leviatã. São Paulo: Abril
Cultural, 1983.
TEXTO II
Não vamos concluir, com Hobbes que, por não
ter nenhuma ideia de bondade, o homem seja naturalmente mau. Esse autor deveria
dizer que, sendo o estado de natureza aquele em que o cuidado de nossa
conservação é menos prejudicial à dos outros, esse estado era, por conseguinte,
o mais próprio à paz e o mais conveniente ao gênero humano.
ROUSSEAU, J.-J. Discurso sobre a origem e o
fundamento da desigualdade entre os homens. São Paulo: Martins Fontes, 1993
(adaptado).
Os trechos apresentam divergências
conceituais entre autores que sustentam um entendimento segundo o qual a
igualdade entre os homens se dá em razão de uma
A) predisposição
ao conhecimento.
B) submissão ao
transcendente.
C) tradição
epistemológica.
D) condição original.
E) vocação
política.
2. (Enem/2017) Uma pessoa vê-se forçada pela necessidade a pedir dinheiro emprestado.
Sabe muito bem que não poderá pagar, mas vê também que não lhe emprestarão nada
se não prometer firmemente pagar em prazo determinado. Sente a tentação de
fazer a promessa; mas tem ainda consciência bastante para perguntar a si mesma:
não é proibido e contrário ao dever livrar-se de apuros desta maneira?
Admitindo que se decida a fazê-lo, a sua máxima de ação seria: quando julgo
estar em apuros de dinheiro, vou pedi-lo emprestado e prometo pagá-lo, embora
saiba que tal nunca sucederá.
KANT, l. Fundamentação da metafísica dos
costumes. São Paulo. Abril Cultural, 1980
De acordo com a moral kantiana, a “falsa
promessa de pagamento” representada no texto
A) Assegura que
a ação seja aceita por todos a partir livre discussão participativa.
B) Garante que
os efeitos das ações não destruam a possibilidade da vida futura na terra.
C) Opõe-se ao
princípio de que toda ação do homem possa valer como norma universal.
D)
Materializa-se no entendimento de que os fins da ação humana podem justificar
os meios.
E) Permite que a
ação individual produza a mais ampla felicidade para as pessoas envolvidas.
3. (Enem/2019)
TEXTO I
Duas
coisas enchem o ânimo de admiração e veneração sempre crescentes: o céu estrelado
sobre mim e a lei moral em mim.
KANT,
I. Crítica da razão prática. Lisboa: Edições 70, s/d (adaptado).
TEXTO
II
Duas
coisas admiro: a dura lei cobrindo-me e o estrelado céu dentro de mim.
FONTELA,
O. Kant (relido). In: Poesia completa. São Paulo: Hedra, 2015.
A
releitura realizada pela poeta inverte as seguintes ideias centrais do
pensamento kantiano:
A) Possibilidade
da liberdade e obrigação da ação.
B) Aprioridade
do juízo e importância da natureza.
C) Necessidade
da boa vontade e crítica da metafísica.
D)
Prescindibilidade do empírico e autoridade da razão.
E) Interioridade
da norma e fenomenalidade do mundo.
4. (Enem/2013) Até hoje admitia-se que nosso conhecimento se devia regular pelos
objetos; porém, todas as tentativas para descobrir, mediante conceitos, algo
que ampliasse nosso conhecimento, malogravam-se com esse pressuposto. Tentemos,
pois, uma vez, experimentar se não se resolverão melhor as tarefas da
metafísica, admitindo que os objetos se deveriam regular pelo nosso
conhecimento.
KANT,
I. Crítica da razão pura. Lisboa: Calouste-Gulbenkian, 1994 (adaptado).
O
trecho em questão é uma referência ao que ficou conhecido como revolução
copernicana na filosofia. Nele, confrontam-se duas posições filosóficas que
A) assumem
pontos de vista opostos acerca da natureza do conhecimento.
B) defendem que
o conhecimento é impossível, restando-nos somente o ceticismo.
C) revelam a
relação de interdependência entre os dados da experiência e a reflexão
filosófica.
D) apostam, no
que diz respeito às tarefas da filosofia, na primazia das ideias em relação aos
objetos.
E) refutam-se
mutuamente quanto à natureza do nosso conhecimento e são ambas recusadas por
Kant.
5. (Enem/2016) Sentimos que toda satisfação de nossos
desejos advinda do mundo assemelha-se à esmola que mantém hoje o mendigo vivo,
porém prolonga amanhã a sua fome. A resignação, ao contrário, assemelha-se à
fortuna herdada: livra o herdeiro para sempre de todas as preocupações.
SCHOPENHAUER,
A. Aforismo para a sabedoria da vida. São Paulo: Martins Fontes, 2005.
O
trecho destaca uma ideia remanescente de uma tradição filosófica ocidental,
segundo a qual a felicidade se mostra indissociavelmente ligada à
A) a consagração
de relacionamentos afetivos.
B) administração da independência interior.
C) fugacidade do
conhecimento empírico.
D) liberdade de
expressão religiosa.
D) busca de
prazeres efêmeros.
GABARITO
1:D - 2:C - 3:E - 4:A - 5:B
0 Comentários