1. (Enem/2019) Para Maquiavel, quando um homem decide dizer a verdade pondo em risco a
própria integridade física, tal resolução diz respeito apenas a sua pessoa. Mas
se esse mesmo homem é um chefe de Estado, os critérios pessoais não são mais
adequados para decidir sobre ações cujas consequências se tornam tão amplas, já
que o prejuízo não será apenas individual, mas coletivo. Nesse caso, conforme
as circunstâncias e os fins a serem atingidos, pode-se decidir que o melhor
para o bem comum seja mentir.
ARANHA, M. L. Maquiavel: a lógica da força.
São Paulo: Moderna, 2006 (adaptado).
O texto aponta uma inovação na teoria
política na época moderna expressa na distinção entre
A) idealidade
e efetividade da moral.
B) nulidade e
preservabilidade da liberdade.
C) ilegalidade e
legitimidade do governante.
D)
verificabilidade e possibilidade da verdade.
E) objetividade
e subjetividade do conhecimento.
2. (Enem/2012)
TEXTO I
Experimentei algumas vezes que os sentidos
eram enganosos, e é de prudência nunca se fiar inteiramente em quem já nos
enganou uma vez.
DESCARTES, R. Meditações Metafísicas. São
Paulo: Abril Cultural, 1979.
TEXTO II
Sempre que alimentarmos alguma suspeita de
que uma ideia esteja sendo empregada sem nenhum significado, precisaremos
apenas indagar: de que impressão deriva esta suposta ideia? E se for impossível
atribuir-lhe qualquer impressão sensorial, isso servirá para confirmar nossa
suspeita.
HUME, D. Uma investigação sobre o
entendimento. São Paulo: Unesp, 2004 (adaptado).
Nos textos, ambos os autores se posicionam
sobre a natureza do conhecimento humano. A comparação dos excertos permite
assumir que Descartes e Hume
A) defendem os
sentidos como critério originário para considerar um conhecimento legítimo.
B) entendem que
é desnecessário suspeitar do significado de uma ideia na reflexão filosófica e
crítica.
C) são legítimos
representantes do criticismo quanto à gênese do conhecimento.
D) concordam que
conhecimento humano é impossível em relação às ideias e aos sentidos.
E) atribuem
diferentes lugares ao papel dos sentidos no processo de obtenção do
conhecimento.
3. (Enem/2019)
TEXTO I
Considero apropriado deter-me algum tempo na
contemplação deste Deus todo perfeito, ponderar totalmente à vontade seus
maravilhosos atributos, considerar, admirar e adorar a incomparável beleza
dessa imensa luz. DESCARTES, R. Meditações. São Paulo: Abril Cultural, 1980.
TEXTO II
Qual será a forma mais razoável de entender
como é o mundo? Existirá alguma boa razão para acreditar que o mundo foi criado
por uma divindade todo-poderosa? Não podemos dizer que a crença em Deus é
“apenas” uma questão de fé. RACHELS, J. Problemas da filosofia. Lisboa:
Gradiva, 2009.
Os textos abordam um questionamento da
construção da modernidade que defende um modelo
A) centrado
na razão humana.
B) baseado na
explicação mitológica.
C) fundamentado
na ordenação imanentista.
D) focado na
legitimação contratualista.
E) configurado
na percepção etnocêntrica.
4. (Enem/2019) Dizem que Humboldt, naturalista do século XIX, maravilhado pela
geografia, flora e fauna da região sul-americana, via seus habitantes como se
fossem mendigos sentados sobre um saco de ouro, referindo-se a suas
incomensuráveis riquezas naturais não exploradas. De alguma maneira, o
cientista ratificou nosso papel de exportadores de natureza no que seria o
mundo depois da colonização ibérica: enxergou-nos como territórios condenados a
aproveitar os recursos naturais existentes.
ACOSTA, A. Bem viver: uma oportunidade para
imaginar outros mundos. São Paulo: Elefante, 2016 (adaptado).
A relação entre ser humano e natureza
ressaltada no texto refletia a permanência da seguinte corrente filosófica:
A) Relativismo
cognitivo.
B) Materialismo
dialético.
C) Racionalismo
cartesiano.
D) Pluralismo
epistemológico.
E)
Existencialismo fenomenológico.
5. (Enem/2013) Para que não haja abuso, é preciso organizar as coisas de maneira que o
poder seja contido pelo poder. Tudo estaria perdido se o mesmo homem ou o mesmo
corpo dos principais, ou dos nobres, ou do povo, exercesse esses três poderes:
o de fazer leis, o de executar as resoluções públicas e o de julgar os crimes
ou as divergências dos indivíduos.
Os poderes Legislativo, Executivo e
Judiciário atuam de forma independente para a efetivação da liberdade, sendo
que esta não existe se uma mesma pessoa ou grupo exercer os referidos poderes
concomitantemente.
MONTESQUIEU, B. Do Espírito das Leis. São
Paulo: Abril Cultural, 1979 (adaptado).
A divisão e a independência entre os poderes
são condições necessárias para que possa haver liberdade em um estudo. Isso
pode ocorrer apenas sob um modelo político em que haja
A) exercício de
tutela sobre atividades jurídicas e políticas.
B) consagração
do poder político pela autoridade religiosa.
C) concentração
do poder nas mãos de elites técnico-científicas.
D) estabelecimento
de limites aos atores públicos e às instituições do governo.
E) reunião das
funções de legislar, julgar e executar nas mãos de um governo eleito.
GABARITO
1:A - 2:E - 3:A - 4:C - 5:D
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