1. (UCS RS/2012) O nazismo, na primeira metade do século XX, motivou inúmeras narrativas
de crimes contra a humanidade e de lutas pela sobrevivência. Um exemplo é o do
escritor Primo Levi, que, por sua condição de membro do grupo social cuja intensa
perseguição pelos nazistas ficou marcada pela expressão Holocausto e por sua
oposição ao regime político de seu país natal, liderado por Benito Mussolini,
foi preso e enviado ao complexo de campos de concentração de Auschwitz. Porém,
sua formação em química permitiu que, em Auschwitz, ele auxiliasse na pesquisa
para a produção de borracha sintética. Isso fez com que Levi não fosse enviado
à morte nas câmaras de gás, ao contrário do que ocorreu com vários patrícios
seus.
Pelo relato acima, pode-se concluir que Primo
Levi
a) era judeu,
italiano e escapou de ser exposto a uma atmosfera de gás cianídrico.
b) era judeu,
alemão e escapou de ser exposto a uma atmosfera de gás nitrogênio.
c) era católico,
italiano e escapou de ser exposto a uma atmosfera de gás hidrogênio.
d) era católico,
alemão e escapou de ser exposto a uma atmosfera de gás nitrogênio.
e) era
protestante, alemão e escapou de ser exposto a uma atmosfera de gás cianídrico.
2. (UNESP SP/2014) A viagem levou uns vinte minutos. O caminhão parou; via-se um grande
portão e, em cima do portão, uma frase bem iluminada (cuja lembrança ainda hoje
me atormenta nos sonhos): ARBEIT MACHT FREI – o trabalho liberta.
Descemos, fazem-nos entrar numa sala ampla,
nua e fracamente aquecida. Que sede! O leve zumbido da água nos canos da
calefação nos enlouquece: faz quatro dias que não bebemos nada. Há uma torneira
e, acima, um cartaz: proibido beber, água poluída. Besteira: é óbvio que o
aviso é um deboche. “Eles” sabem que estamos morrendo de sede [...]. Bebo, e
convido os companheiros a beber também, mas logo cuspo fora a água: está morna,
adocicada, com cheiro de pântano.
Isto é o inferno. Hoje, em nossos dias, o
inferno deve ser assim: uma sala grande e vazia, e nós, cansados, de pé, diante
de uma torneira gotejante, mas que não tem água potável, esperando algo
certamente terrível acontecer, e nada acontece, e continua não acontecendo
nada.
(Primo Levi. É isto um homem?, 1988.)
A descrição, por Primo Levi, de sua chegada a
Auschwitz em 1944 revela
a) o reconhecimento
da própria culpa, por um prisioneiro recolhido a um campo de concentração
nazista.
b) o alívio com
o fim da viagem em direção à prisão e a aceitação das condições de vida
existentes no campo de concentração.
c) a expectativa
de que, apesar dos problemas na chegada, houvesse tratamento digno aos
prisioneiros dos campos de concentração.
d) a falta de
entendimento do funcionamento do campo de concentração e a disposição de
colaborar com as autoridades nazistas.
e) a sensação
de horror, angústia e submissão que caracterizavam a condição dos prisioneiros
nos campos de concentração nazistas.
3. (FGV/2002) “Asa Heshel lia o jornal; campos de concentração, câmaras de tortura,
prisões, execuções. Diariamente chegavam da Alemanha levas de judeus
expatriados. Na Espanha, continuavam a liquidar os legalistas. Na Etiópia, os
fascistas assassinavam os nativos. Na Manchúria, os japoneses matavam os
chineses. Na Rússia soviética, continuavam os expurgos. A Inglaterra tentava ainda
chegar a um entendimento com Hitler. Entretanto emitia um Livro Branco sobre a
Palestina, proibindo a venda de terras aos judeus. Os poloneses começavam,
finalmente, a perceber que Hitler era seu inimigo; a imprensa alemã fazia
campanha de ódio declarado contra a Polônia. Mas no Sejm (parlamento) polonês
os deputados ainda tinham tempo para discutir longamente as minúcias dos
rituais judaicos para o abate do gado.”
SINGER, Isaac Bashevis, A família Moskat. Rio
de Janeiro, Francisco Alves, 1982, p. 474-475.
O trecho do romance de Bashevis Singer
oferece um panorama sobre a situação do mundo às vésperas da Segunda Guerra
Mundial. A esse respeito, é correto afirmar:
a) O regime nazista desencadeou uma ampla
campanha de perseguição a grupos considerados inferiores e degenerados, como
judeus, comunistas, homossexuais e ciganos, reunindo-os em campos de
concentração onde eram submetidos a torturas, trabalhos forçados e experiências
médico-científicas, culminando na chamada “Solução Final”, ou seja, no extermínio
da população aprisionada.
b) A posição da
Inglaterra em negociar com Hitler devia-se ao receio da expansão comunista na
Europa, mas foi alterada com o crescente processo de militarização da Alemanha
e com a anexação da Áustria, em 1938.
c) O temor com
relação aos comunistas era comum a quase todos os governantes capitalistas da
década de 1930, mas o preconceito contra os judeus era um traço específico da
cultura alemã, habilmente explorado por Hitler.
d) Os expurgos
que se processavam na União Soviética dirigiam-se sobretudo contra os
bolcheviques nacionalistas, críticos do acordo Ribentrop-Molotov, que
estabelecia um pacto de não-agressão entre a Alemanha e a URSS. Em nome da
revolução permanente e de uma renovação contínua dos quadros dirigentes, o
stalinismo promoveu uma furiosa perseguição a suspeitos e opositores, lançando
mão de processos e julgamentos viciados, torturas e execuções sumárias.
e) O
fortalecimento de ideologias nacionalistas, militaristas e autoritárias ocorreu
como uma resposta à crise da democracia após a Primeira Guerra Mundial, num
contexto de expansão econômica que garantia pleno emprego, estabilidade
monetária e investimentos de capitais privados.
4. (UFT TO/2012)
Considere os dois trechos abaixo
Em 11 de janeiro de 1948, um editorial do Le
monde, intitulado “Os sobreviventes dos Campos de Extermínio,” conseguiu aludir
de modo tocante a “280 mil deportados, 25 mil sobreviventes,” mas sem mencionar
uma única vez a palavra “judeu.”
(...)
Em 15 de março de 2005, no Museu do
Holocausto, em Jerusalém, o primeiro ministro francês Jean-Pierre Raffarin
declarou solenemente: “A França foi, por vezes, cúmplice dessa infâmia. Ela
contraiu uma dívida imprescindível que a mantém sob obrigação”.
Adaptado de JUDT, Tony. Pós-guerra. Uma
história da Europa desde 1945. Rio de Janeiro: Editora Objetiva, 2008.
A reavaliação do passado feita por
Jean-Pierre Raffarin é perceptível ao contrapormos os dois trechos. Com base
nessa reavaliação é CORRETO afirmar que existiu
a) a
colaboração de cidadãos franceses com os alemães na captura e envio de judeus
para os campos de concentração.
b) a colaboração
francesa com o exército alemão durante a invasão da Bélgica em 1939.
c) um acordo
militar secreto de não agressão entre o governo francês e a Itália fascista no
começo de 1938, o que impediu que os exércitos franceses entrassem prontamente
na guerra.
d) apoio militar
e logístico francês ao exército alemão durante a invasão da União Soviética em
1943.
e) participação
francesa no extermínio de judeus nos campos de concentração localizados na
Espanha.
5. (FATEC SP/2005) Até setembro de 1944, não existiam crianças em Auschwitz: eram todas
mortas a gás na chegada. Depois dessa data, começaram a chegar famílias
inteiras de poloneses: todos eles foram tatuados, inclusive os recém-nascidos.
(Primo Levi, Os afogados e os sobreviventes.)
O texto acima refere-se
a) ao chamado
holocausto do povo palestino.
b) ao chamado
holocausto do povo judeu.
c) à Primeira
Guerra Mundial e à política de Anschluss.
d) à Segunda
Guerra Mundial e à política de Anschluss.
e) ao terror
retratado pelo palestino Levi ao ver seu povo sendo dominado pelos ingleses.
GABARITO
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