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QUESTÕES SOBRE O NATURALISMO


1. (UFRGS-RS) No romance O cortiço, de Aluísio Azevedo, a sintonia com os ideais naturalistas é acentuada pela seguinte característica básica da história.
a) personagem sobrepõe-se ao ambiente.
b) coletivo sobrepõe-se ao individual.
c) psicológico sobrepõe-se ao social.
d) trabalho sobrepõe-se ao capital
e) A força sobrepõe-se à razão.


2. (UFPA) Os personagens realistas-naturalistas têm seus destinos marcados pelo determinismo. Identifica-se esse determinismo:
a) pela preocupação dos autores em criar personagens perfeitos, sem defeitos físicos ou morais.
b) pelas forças atávicas e/ou sociais que condicionam a conduta dessas criaturas.
c) por ser fruto, especificamente, da imaginação e da fantasia dos autores.
d) por se notar a preocupação dos autores de voltarem para o passado ou para o futuro ao criarem seus personagens.
e) por representarem a tentativa dos autores nacionais de reabilitar uma faculdade perdida do homem: o senso do mistério.


3. (PUC-RJ) Estão relacionadas abaixo uma série de características de movimentos literários. Delas apenas uma não se refere ao Naturalismo. Qual é?
a) Busca da objetividade científica.
b) Idealização da natureza.
c) Determinismo biológico.
d) Tematização do patológico.
e) Aplicação do método experimental.


4. (FEI-SP) Leia atentamente:
I. "Segunda Revolução Industrial, o cientificismo, o progresso tecnológico, o socialismo utópico, a filosofia positivista de Auguste Comte, o evolucionismo formam o contexto sociopolítico-econômico-filosófico-científico em que se desenvolveu a estética realista."
II. "O escritor realista acerca-se dos objetos e das pessoas de um modo pessoal, apoiando-se na intuição e nos sentimentos."
III. "Os maiores representantes da estética realista/naturalista no Brasil foram: Machado de Assis, Aluísio Azevedo e Raul Pompéia."
IV. "Poderíamos citar como característica da estética realista: o individualismo, a linguagem erudita e a visão fantasiosa da sociedade."
Verificamos que em relação ao Realismo/naturalismo está (estão) correta (corretas):
a) apenas I e II.
b) apenas I e III.
c) apenas II e IV.
d) apenas II e III.
e) apenas III e IV.


5. (USF-SP) Pode-se entender o Naturalismo como uma particularização do Realismo que:
a) se volta para a Natureza a fim de analisar-lhe os processos cíclicos de renovação.
b) pretende expressar com naturalidade a vida simples dos homens rústicos nas comunidades primitivas.
c) defende a arte pela arte, isto é, desvinculada de compromissos com a realidade social.
d) analisa as perversões sexuais, condenando-as em nome da moral religiosa.
e) estabelece um nexo de causa e efeito entre alguns fatores sociológicos e biológicos e a conduta das personagens.


6. (MACK-SP) Assinale a alternativa incorreta sobre a prosa naturalista:
a) As personagens expressam a dependência do homem às leis naturais.
b) estilo caracteriza-se por um descritivismo intenso, capaz de refletir a visualização pictórica dos ambientes.
c) Os tipos são muito bem delimitados, física e moralmente, compondo verdadeiras representações caricaturais.
d) Tem como objetivo maior aprofundar a dimensão psicológica das personagens.
e) comportamento das personagens e sua movimentação no espaço determinam-lhe a condição narrativa.


7. (F. Objetivo-SP) Analise o seguinte fragmento e responda:
"A primeira que se pôs a lavar foi a Leandra, por alcunha a Machona, portuguesa feroz, berradora, pulsos cabeludos e grossos..." (Aluísio Azevedo)
Descrição de personagens pela acentuação de caracteres biológicos e raciais é característica do:
a) Romantismo.
b) Realismo.
c) Modernismo.
d) Impressionismo.
e) Naturalismo.


8. (PUC - PR-2007) Assinale a alternativa que contém a afirmação correta sobre o Naturalismo no Brasil.
a) O Naturalismo, por seus princípios científicos, considerava as narrativas literárias exemplos de demonstração de teses e ideias sobre a sociedade e o homem.
b) O Naturalismo usou elementos da natureza selvagem do Brasil do século XIX para defender teses sobre os defeitos da cultura primitiva.
c) A valorização da natureza rude verificada nos poetas árcades se prolonga na visão naturalista do século XIX, que toma a natureza decadente dos cortiços para provar os malefícios da mestiçagem.
d) O Naturalismo no Brasil esteve sempre ligado à beleza das paisagens das cidades e do interior do Brasil.
e) O Naturalismo do século XIX no Brasil difundiu na literatura uma linguagem científica e hermética, fazendo com que os textos literários fossem lidos apenas por intelectuais.


9. (PUC) Assinale a alternativa que contém a afirmação correta sobre o Naturalismo no Brasil.
a) O Naturalismo, por seus princípios científicos, considerava as narrativas literárias exemplos de demonstração de teses e ideias sobre a sociedade e o homem.
b) O Naturalismo usou elementos da natureza selvagem do Brasil do século XIX para defender teses sobre os defeitos da cultura primitiva.
c) A valorização da natureza rude verificada nos poetas árcades se prolonga na visão naturalista do século XIX, que toma a natureza decadente dos cortiços para provar os malefícios da mestiçagem.
d) O Naturalismo no Brasil esteve sempre ligado à beleza das paisagens das cidades e do interior do Brasil.
e) O Naturalismo do século XIX no Brasil difundiu na literatura uma linguagem científica e hermética, fazendo com que os textos literários fossem lidos apenas por intelectuais.


10. (FUVEST) “E naquela terra encharcada e fumegante, naquela umidade quente e lodosa, começou a minhocar, e esfervilhar, a crescer, um mundo, uma coisa viva, uma geração, que parecia brotar espontânea, ali mesmo, daquele lameiro, a multiplicar-se como larvas no esterco.”
O fragmento de “O cortiço”, romance de Aluísio Azevedo, apresenta uma característica fundamental do Naturalismo. Qual?
a) Uma compreensão psicológica do Homem.
b) Uma compreensão biológica do Mundo.
c) Uma concepção idealista do Universo.
d) Uma concepção religiosa da Vida.
e) Uma visão sentimental da Natureza.


11. (UNIRG TO/2016) Em O Cortiço, Aluísio Azevedo reafirma a ideologia do Naturalismo e cumpre à risca alguns princípios cientificistas vigentes na segunda metade do século XIX.
Dentre as afirmativas a seguir, assinale aquela que não corresponde às propostas da Escola Naturalista:
a) Os personagens de O Cortiço constituem-se, em sua maioria, de operários das pedreiras, lavadeiras e outros miseráveis que ali vivem de forma degradante, o que evidencia a preferência do escritor naturalista pelas camadas mais baixas da sociedade.
b) Ao enfatizar as atitudes inescrupulosas de João Romão para com os habitantes do cortiço, em especial para com a negra Bertoleza, o narrador confirma as preocupações sociais do Naturalismo em sua inclinação reformadora.
c) Em O Cortiço, Aluísio Azevedo exprime um conceito naturalista da vida e, ao idealizar seus personagens, integra-os a elementos de uma natureza convencional.
e) O caráter determinista da obra tem como símbolo a personagem Pombinha, que, se antes era "pura" e de boa conduta moral, acaba prostituindo-se por força daquele meio sórdido e animalesco.


12. (FUVEST SP/2015)
E Jerônimo via e escutava, sentindo ir-se-lhe toda a alma pelos olhos enamorados.
Naquela mulata estava o grande mistério, a síntese das impressões que ele recebeu chegando aqui: ela era a luz ardente do meio-dia; ela era o calor vermelho das sestas da fazenda; era o aroma quente dos trevos e das baunilhas, que o atordoara nas matas brasileiras; era a palmeira virginal e esquiva que se não torce a nenhuma outra planta; era o veneno e era o açúcar gostoso; era o sapoti mais doce que o mel e era a castanha do caju, que abre feridas com o seu azeite de fogo; ela era a cobra verde e traiçoeira, a lagarta viscosa, a muriçoca doida, que esvoaçava havia muito tempo em torno do corpo dele, assanhando-lhe os desejos, acordando-lhe as fibras embambecidas pela saudade da terra, picando-lhe as artérias, para lhe cuspir dentro do sangue uma centelha daquele amor setentrional, uma nota daquela música feita de gemidos de prazer, uma larva daquela nuvem de cantáridas que zumbiam em torno da Rita Baiana e espalhavam-se pelo ar numa fosforescência afrodisíaca.
Aluísio Azevedo, O cortiço.
Em que pese a oposição programática do Naturalismo ao Romantismo, verifica-se no excerto – e na obra a que pertence – a presença de uma linha de continuidade entre o movimento romântico e a corrente naturalista brasileira, a saber, a
a) exaltação patriótica da mistura de raças.
b) necessidade de autodefinição nacional.
c) aversão ao cientificismo.
d) idealização das relações amorosas.
e) recusa dos modelos literários estrangeiros.


13. (FUVEST SP/2015) O efeito expressivo do texto – bem como seu pertencimento ao Naturalismo em literatura – baseiam-se amplamente no procedimento de explorar de modo intensivo aspectos biológicos da natureza. Entre esses procedimentos empregados no texto, só NÃO se encontra a
a) representação do homem como ser vivo em interação constante com o ambiente.
b) exploração exaustiva dos receptores sensoriais humanos (audição, visão, olfação, gustação), bem como dos receptores mecânicos.
c) focalização dos processos de seleção natural como principal força direcionadora do processo evolutivo.
d) figuração variada tanto de plantas quanto de animais, inclusive observados em sua interação.
e) ênfase em processos naturais ligados à reprodução humana e à metamorfose em animais.


14. (UEL) Por força das teses deterministas que abraça em sua ficção, Aluísio Azevedo:
a) Subordina as marcas subjetivas de suas personagens às influências diretas do meio e da raça a que pertencem.
b) Revela-se um autor otimista quanto à possibilidade de os miseráveis reverterem historicamente sua situação.
c) Acredita que a cultura popular, por ser mais espontânea e criativa, superará os modelos da cultura letrada.
d) Faz com que as personagens triunfantes sejam aquelas cujas virtudes morais se imponham sobre o poder econômico.
e) É um autor pessimista, pois está convicto de que os bons instintos naturais são abafados na vida aristocrática.


15. (PUC-PR) Uma das características do Naturalismo é o determinismo. Assinale a alternativa que contém o exemplo correto para essa característica.
a) Determinismo é apresentar a vida como ela é.
b) Determinismo é a tendência de imitar a realidade.
c) O destino das personagens está subordinado às condições de raça, meio e momento histórico.
d) O narrador determina qual é o conflito que viverão as personagens.
e) A paisagem e as personagens obedecem a uma ordem científica.


16. Indique o trecho em que há visíveis marcas do estilo naturalista.
a) O vulto da mulher, quase invisível à frouxa luz do luar, pareceu-lhe uma fantasmagoria, e seu coração bateu mais forte, ao compasso das ondas, da música do mar que chegava pelo vento...
b) (...) tem tão bom céu e goza de tão bons ares toda a terra do Brasil, que nenhuma das causas que costumam fazer dano por outras regiões o fazem nela, nem cobram forças para o poderem fazer.
c) Quanta graça devemos à Fé que nos destes, porque ela só nos cativa o entendimento, para que, à vista destas desigualdades, reconheçamos contudo vossa justiça e previdência!
d) Tremiam-lhe as carnes como ao contato de um condutor elétrico, a distender-lhe os nervos escabujando na rede em espreguiçamentos lúbricos, vergando, como um vencido, ao poder irresistível da animalidade humana.
e) Na repartição, os pequenos empregados, amanuenses e escreventes, tendo notícia desse seu estudo do idioma tupiniquim, deram não se sabe por que em chamá-lo - Ubirajara.


17. (IFSP 2011) Considere os textos.
Tinham uma perspectiva biológica do mundo reduzindo, muitas vezes, o homem à condição animal, colocando o instinto sobre a razão. Os aspectos desagradáveis e repulsivos da condição humana são valorizados, como uma forma de reação ao idealismo romântico.
(OLIVEIRA, CIenir Bellezi de. Arte literária: Portugal / Brasil. São Paulo: Moderna, 1999.)
A sociedade é um grande laboratório onde o ser humano é observado agindo por instinto e, portanto desprovido de livre-arbítrio.
Assinale a alternativa que informa o período literário a que o texto se refere, um autor do mesmo período e sua respectiva obra.
a) Realismo, Machado de Assis, Dom Casmurro.
b) Naturalismo. Aluísio Azevedo, O Cortiço.
c) Simbolismo, Cruz e Souza, Missal e Broquéis.
d) Modernismo, Jorge Amado, Capitães da Areia.
e) Pós-modernismo, Guimarães Rosa, Grande Sertão: Veredas.


18. (ENEM 2017)
— Recusei a mão de minha filha, porque o senhor é...filho de uma escrava.
— Eu?
— O senhor é um homem de cor!... Infelizmente esta é a verdade...
Raimundo tornou-se lívido. Manoel prosseguiu, no fim de um silêncio:
— Já vê o amigo que não é por mim que lhe recusei Ana Rosa, mas é por tudo! A família de minha mulher sempre foi muito escrupulosa a esse respeito, e como ela é toda a sociedade do Maranhão! Concordo que seja uma asneira; concordo que seja um prejuízo tolo! O senhor porém não imagina o que é por cá a prevenção contra os mulatos!... Nunca me perdoariam um tal casamento; além do que, para realizá-lo, teria que quebrar a promessa que fiz a minha sogra, de não dar a neta senão um branco de lei, português ou descendente direto de portugueses!
AZEVEDO, A. O mulato. São Paulo: Escala, 2008.
Influenciada pelo ideário cientifista do Naturalismo, a obra destaca o modo como o mulato era visto pela sociedade de fins do século XIX. Nesse trecho, Manoel traduz uma concepção em que a
a) miscigenação racial desqualificava o indivíduo.
b) condição econômica anulava os conflitos raciais.
c) discriminação racial era condenada pela sociedade.
d) escravidão negava o direito da negra à maternidade.
e) união entre mestiços era um risco à hegemonia dos brancos.


19. (ENEM 2011) Abatidos pelo fadinho harmonioso e nostálgico dos desterrados, iam todos, até mesmo os brasileiros, se concentrando e caindo em tristeza; mas, de repente, o cavaquinho de Porfiro, acompanhado pelo violão do Firmo, romperam vibrantemente com um chorado baiano. Nada mais que os primeiros acordes da música crioula para que o sangue de toda aquela gente despertasse logo, como se alguém lhe fustigasse o corpo com urtigas bravas. E seguiram-se outras notas, e outras, cada vez mas ardentes e mais delirantes. Já não eram dois instrumentos que soavam, eram lúbricos gemidos e suspiros soltos em torrente, a correrem serpenteando, como cobras numa floresta incendiada; eram ais convuisos, chorados em frenesi de amor música feita de beijos e soluços gostosos; caricia de fera, caricia de doer, fazendo estala de gozo.
AZEVEDO. A. O cortiço. São Paulo: Ática. 1983 (fragmento).
No romance O Cortiço (1890), de Aluízio Azevedo, as personagens são observadas como elementos coletivos caracterizados por condicionantes de origem social, sexo e etnia. Na passagem transcrita, o confronto entre brasileiros e portugueses revela prevalência do elemento brasileiro, pois

a) destaca o nome de personagens brasileiras e omite o de personagens portuguesas.
b) exalta a força do cenário natural brasileiro e considera o do português inexpressivo.
c) mostra o poder envolvente da música brasileira, que cala o fado português.
d) destaca o sentimentalismo brasileiro, contrário a tristeza dos portugueses.
e) atribui aos brasileiros uma habilidade maior com instrumentos musicais.


20. (UFPR 2016) A respeito do narrador do romance Bom-Crioulo, de Adolfo Caminha, assinale a alternativa correta.
a) O narrador naturalista descreve com objetividade e riqueza de detalhes o cenário em que se ambienta o romance, como se observa neste trecho: “A lua, surgindo lenta e lenta, cor de fogo, a princípio, depois fria e opalescente, misto de névoa e luz, alma e solidão, melancolizava o largo cenário das ondas, derramando sobre o mar essa luz meiga, essa luz ideal que penetra o coração do marinheiro, comunicando-lhe uma saudade infinita dos que navegam”.
b) O narrador descreve com minúcia o pensamento das personagens, desvendando seu refinado sistema de valores culturais, como se observa neste trecho: “Estimava Bom-Crioulo desde o dia em que ele, desinteressadamente, por um acaso providencial, livrou-a de morrer na ponta de uma faca, história de ladrões... [...]”.
c) O narrador evidencia a percepção sofisticada de Amaro, que fica nítida nas referências do marinheiro à cultura grega: “Aleixo surgia-lhe agora em plena e exuberante nudez, muito alvo, as formas roliças de calipígio ressaltando na meia sombra voluptuosa do aposento, na penumbra acariciadora daquele ignorado e impudico santuário de paixões inconfessáveis... Belo modelo de efebo que a Grécia de Vênus talvez imortalizasse em estrofes de ouro límpido e estátuas duma escultura sensual e pujante”.
d) O narrador deixa pistas da vingança planejada por Amaro contra Aleixo, como se pode perceber nas referências intertextuais a Otelo, o clássico do ciúme, lido pelo marinheiro nos seus momentos de ócio: “Aleixo era seu, pertencia-lhe de direito, como uma coisa inviolável. Daí também o ódio ao grumete, um ódio surdo, mastigado, brutal como as cóleras de Otelo”.
e) O narrador interpreta o conflito vivido pelo ex-escravo, justapondo uma percepção animalizante ao lado de outra, construída por meio de comparações artísticas: “Dentro do negro rugiam desejos de touro ao pressentir a fêmea... Todo ele vibrava, demorando-se na idolatria pagã daquela nudez sensual como um fetiche diante de um símbolo de ouro ou como um artista diante duma obra-prima”.


21. (UEG 2003) O romance Casa de pensão, de Aluísio Azevedo, é tradicionalmente considerado como pertencente à estética naturalista.
A esse respeito, é CORRETO afirmar:
a) As personagens são sempre remanescentes do meio rural e encontram-se desajustadas pelos vícios herdados da vida no campo.
b) A heroína do romance é concebida como um ser angelical e ao mesmo tempo demoníaco, resgatando, no final do século XIX, as convenções do amor cortês.
c)  O narrador apresenta-se claramente na primeira pessoa do singular, justificando, assim, o privilégio que o Naturalismo atribui ao individualismo.
d) O meio social é preponderante, visto que sua influência é decisiva na conduta e na formação do caráter das personagens, haja vista a lascívia que domina o protagonista da obra.
e) A família é apresentada como uma entidade sagrada, protegida dos riscos iminentes que determinados comportamentos desviantes podem provocar.


22. (UNIFESP 2007)
Jerônimo bebeu um bom trago de parati, mudou de roupa e deitou-se na cama de Rita.
— Vem pra cá... disse, um pouco rouco.
— Espera! espera! O café está quase pronto!
E ela só foi ter com ele, levando-lhe a chávena fumegante da perfumosa bebida que tinha sido a mensageira dos seus amores (...)
Depois, atirou fora a saia e, só de camisa, lançou-se contra o seu amado, num frenesi de desejo doído.
Jerônimo, ao senti-la inteira nos seus braços; ao sentir na sua pele a carne quente daquela brasileira; ao sentir inundar-se o rosto e as espáduas, num eflúvio de baunilha e cumaru, a onda negra e fria da cabeleira da mulata; ao sentir esmagarem-se no seu largo e peludo colo de cavouqueiro os dois globos túmidos e macios, e nas suas coxas as coxas dela; sua alma derreteu-se, fervendo e borbulhando como um metal ao fogo, e saiu-lhe pela boca, pelos olhos, por todos os poros do corpo, escandescente, em brasa, queimando-lhe as próprias carnes e arrancando-lhe gemidos surdos, soluços irreprimíveis, que lhe sacudiam os membros, fibra por fibra, numa agonia extrema, sobrenatural, uma agonia de anjos violentados por diabos, entre a vermelhidão cruenta das labaredas do inferno.
Pode-se afirmar que o enlace amoroso entre Jerônimo e Rita, próprio à visão naturalista, consiste
a) na condenação do sexo e consequente reafirmação dos preceitos morais.
b) na apresentação dos instintos contidos, sem exploração da plena sexualidade.
c) na apresentação do amor idealizado e revestido de certo erotismo.
d) na descrição do ser humano sob a ótica do erótico e animalesco.


23. (ENEM 2014) O mulato
Ana Rosa cresceu; aprendera de cor a gramática do Sotero dos Reis; lera alguma coisa; sabia rudimentos de francês e tocava modinhas sentimentais ao violão e ao piano. Não era estúpida; tinha a intuição perfeita da virtude, um modo bonito, e por vezes lamentara não ser mais instruída. Conhecia muitos trabalhos de agulha; bordava como poucas, e dispunha de uma gargantazinha de contralto que fazia gosto de ouvir.
Uma só palavra boiava à superfície dos seus pensamentos: “Mulato”. E crescia, crescia, transformando-se em tenebrosa nuvem, que escondia todo o seu passado. Ideia parasita, que estrangulava todas as outras ideias.
— Mulato!
Esta só palavra explicava-lhe agora todos os mesquinhos escrúpulos, que a sociedade do Maranhão usara para com ele. Explicava tudo: a frieza de certas famílias a quem visitara; as reticências dos que lhe falavam de seus antepassados; a reserva e a cautela dos que, em sua presença, discutiam questões de raça e de sangue.
AZEVEDO, A. O Mulato. São Paulo: Ática, 1996 (fragmento).
O texto de Aluísio Azevedo é representativo do Naturalismo, vigente no final do século XIX. Nesse fragmento, o narrador expressa fidelidade ao discurso naturalista, pois
a) relaciona a posição social a padrões de comportamento e à condição de raça.
b) apresenta os homens e as mulheres melhores do que eram no século XIX.
c) mostra a pouca cultura feminina e a distribuição de saberes entre homens e mulheres.
d) ilustra os diferentes modos que um indivíduo tinha de ascender socialmente.
e) critica a educação oferecida às mulheres e os maus-tratos dispensados aos negros.


24. (UPE 2014) E viu a Rita Baiana, que fora trocar o vestido por uma saia, surgir de ombros e braços nus, para dançar. A lua destoldara-se nesse momento, envolvendo-a na sua cama de prata, a cujo refulgir os meneios da mestiça melhor se acentuavam, cheios de uma graça irresistível, simples, primitiva, feita toda de pecado, toda de paraíso, com muito de serpente e muito de mulher.
Aluísio Azevedo. O cortiço.
O texto acima constitui um fragmento do romance “O cortiço”, obra que se inscreve no Naturalismo. Tendo em vista as características temáticas e estilísticas dessa corrente literária, considere as afirmativas a seguir.
I. A forma como Rita Baiana é descrita constitui um indício de valorização do poder da mulher, um fenômeno social que está associado às teorias cientificistas da segunda metade do século XIX.
II. O texto de Azevedo põe em relevo o erotismo e a sexualidade de Rita Baiana, seguindo, assim, o modelo naturalista que analisa o comportamento humano com base nos seus aspectos mais biológicos.
III. Rita Baiana, como todo personagem do romance naturalista, está fadada a reagir de uma forma predeterminada, em conformidade com um ambiente social do qual ela não pode escapar.
IV. Azevedo mostra grande capacidade de retratar agrupamentos humanos, mas seus personagens são reféns do instinto e da herança biológica, e a relação amorosa é tratada no plano puramente físico.
Estão CORRETAS, apenas:
a) I e II.
b) I, II e IV.
c) I e III.
d) II, III e IV.
e) III e IV.


25. (UFAM 2010) Daí a pouco, em volta das bicas era um zunzum crescente, uma aglomeração tumultuosa de machos e fêmeas. Uns, após outros, lavavam a cara, incomodamente, debaixo do fio d’água que escorria da altura de uns cinco palmos. O chão inundava-se. As mulheres precisavam já prender as saias entre as coxas para não as molhar; via-se-lhes a tostada nudez dos braços e do pescoço, que elas despiam, suspendendo o cabelo todo para o alto do casco; os homens, esses não se preocupavam em não molhar o pelo, ao contrário metiam a cabeça bem debaixo da água e esfregavam com força as ventas e as barbas, fossando e fungando contra as palmas das mãos.
AZEVEDO, Aluísio de. O Cortiço. São Paulo: Martins Fontes, 1968.
Esse fragmento pertence a O Cortiço, obra emblemática do Naturalismo. São características desse fragmento, típicas desse movimento literário, entre outras,
a) o idealismo na descrição feminina.
b) a sensualidade idealizada.
c) a visão da realidade atrelada aos elementos naturais.
d) a fuga à realidade, a partir de um local idealizado, como o cortiço.
e) a descrição visando aproximar homens de animais e destacar aspectos desagradáveis do ambiente.


GABARITO




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