Postagens recentes

10/recent/ticker-posts

QUESTÕES SOBRE LIMA BARRETO



1. (UFR-RJ) O autor de Triste fim de Policarpo Quaresma é um pré-modernista e aborda em seus romances a vida simples dos pobres e dos mestiços. Reveste o seu texto com a linguagem descontraída dos menos privilegiados socialmente.
O autor descrito acima é:
a) Graciliano Ramos
b) Euclides da Cunha
c) Graça Aranha
d) Manuel Bandeira
e) Lima Barreto


2. (FEI) Uma das obras citadas abaixo foi escrita por Lima Barreto. Assinale-a: 
a) Canaã. 
b) Os sertões. 
c) Triste fim de Policarpo Quaresma. 
d) Eu. 
e) Urupês.


3. (PUC-SP) 
"Iria morrer, quem sabe naquela noite mesmo? E que tinha ele feito de sua vida? nada. Levara toda ela atrás da miragem de estudar a pátria, por amá-la e querê-la muito bem, no intuito de contribuir para a sua felicidade e prosperidade. Gastara a sua mocidade nisso, a sua virilidade também; e, agora que estava na velhice, como ela o recompensava, como ela o premiava, como ela o condenava? matando-o. E o que não deixará de ver, de gozar, de fruir, na sua vida? Tudo. Não brincara, não pandegara, não amara – todo esse lado da existência que parece fugir um pouco à sua tristeza necessária, ele não vira, ele não provara, ele não experimentara.
Desde dezoito anos que o tal patriotismo lhe absorvia e por ele fizera a tolice de estudar inutilidades. Que lhe importavam os rios? Eram grandes? Pois se fossem... Em que lhe contribuiria para a felicidade saber o nome dos heróis do Brasil? Em nada... O importante é que ele tivesse sido feliz. Foi? Não. Lembrou-se das suas causas de tupi, do folclore, das suas tentativas agrícolas... Restava disto tudo em sua alma uma sofisticação? Nenhuma! Nenhuma!"
(Lima Barreto)
As obras do autor desse trecho integram o período literário chamado Pré-Modernismo. Tal designação para este período se justifica, porque ele:
a) desenvolve temas do nacionalismo e se liga às vanguardas europeias.
b) engloba toda a produção literária que se fez antes do Modernismo.
c) antecipa temática e formalmente as manifestações modernistas.
d) se preocupa com o estudo das raças e das culturas formadoras do nordestino brasileiro.
e) prepara pela irreverência de sua linguagem as conquistas estilísticas do Modernismo.


4. (UEL-PR) Nas duas primeiras décadas de nosso século, as obras de Euclides da Cunha e de Lima Barreto, tão diferentes entre si, têm como elemento comum:
a) a intenção de retratar o Brasil de modo otimista e idealizante.
b) a adoção da linguagem coloquial das camadas populares do sertão.
c) a expressão de aspectos até então negligenciados da realidade brasileira.
d) a prática de um experimentalismo linguístico radical.
e) o estilo conservador do antigo regionalismo romântico.


5. (UFRGS-RS) Lima Barreto é um autor que se caracteriza por criar tipos:
a) rústicos, ligados ao campo.
b) aristocratas, ligados ao campo.
c) aristocratas, ligados à cidade.
d) burgueses, ligados à cidade.
e) populares, ligados ao subúrbio.


6. (FATEC-SP) Assinale a alternativa incorreta.
a) Nos primeiros vinte anos deste século, a produção literária brasileira é marcada por diversidades, abrangendo, ao mesmo tempo, obras que questionam a realidade social e obras voltadas para os lugares-comuns herdados de autores anteriores.
b) Pode-se afirmar que um dos traços modernos de Euclides da Cunha é o compromisso com os problemas de seu tempo.
c) A importância da obra de Lima Barreto situa-se no plano do conteúdo, a partir do qual se revela seu caráter polêmico; a linguagem descuidada, porém, revela pouca consciência estética, em virtude de sua formação literária precária.
d) O estilo parnasiano permanece influenciando autores e caracterizando boa parte da obra poética escrita durante o período pré-modernista.
e) Graça Aranha faz parte do conjunto mais significativo de escritores do Pré-Modernismo. Nos anos anteriores à Semana de Arte Moderna, Graça Aranha interveio a favor da renovação artística a que se propunham os escritores modernistas.


7. (UFTM) Considere os dados:
I. Contraste entre um Brasil arcaico – representado principalmente pelo tradicionalismo agrário – e outro, com novos centros urbanos marcados pelo início da industrialização e pela emergência de novas classes socioeconômicas.
II. Problematização da realidade social e cultural, pela revelação das tensões da vida nacional.
III. Primeira Guerra Mundial e crise da República Velha.
IV. Modernidade estilística e negação do estilo da belle époque.
Caracterizam o período histórico e cultural do Pré-Modernismo, em que se insere Lima Barreto, os dados contidos em:
a) I e II, apenas.
b) II e III, apenas.
c) I, II e III, apenas.
d) II, III e IV, apenas.
e) I, II, III e IV.


8. (UNIVEST) Triste Fim de Policarpo Quaresma, de Lima Barreto, é
a) a narrativa da vida e morte de um funcionário humilde conformado com a realidade social do seu tempo.
b) uma autobiografia em que a personagem-título expõe sua insatisfação com relação a burocracia carioca.
c) o relato das aventuras de um nacionalista ingênuo e fanático que lidera um grupo de oposição no início da República.
d) um livro de memórias em que o personagem-título, através de um artifício narrativo, conta as atribulações de sua vida até a hora da morte.
e) a história de um nacionalista fanático que, quixotescamente, tenta resolver sozinho os males sociais de seu tempo.


9. (ENEM 2012)
Desde dezoito anos que o tal patriotismo lhe absorvia e por ele fizera a tolice de estudar inutilidades. Oue lhe importavam os rios? Eram grandes? Pois que fossem... Em que lhe contribuia para a felicidade saber o nome dos heróis do Brasil? Em nada... O importante e que ele tivesse sido feliz. Foi? Não. Lembrou-se das coisas do tupi, do folk-lore, das suas tentativas agrícolas... Restava disso tudo em sua alma uma satisfação? Nenhuma! Nenhuma!
O tupi encontrou a incredulidade geral, o riso, a mofa, o escárnio; e levou-o à loucura. Uma decepção. E a agricultura? Nada. As terras não eram ferazes e ela não era fácil como diziam os livros. Outra decepção. E, quando o seu patriotismo se fizera combatente, o que achara? Decepções. Onde estava a doçura de nossa gente? Pois ele a viu combater como feras? Pois não a via matar prisioneiros, inúmeros? Outra decepção. A sua vida era uma decepção, uma série, melhor, um encadeamento de decepções.
A pátria que quisera ter era um mito; um fantasma criado por ele no silêncio de seu gabinete.
BARRETO, L. Triste fim de Policarpo Quaresma. Disponível em: www.dominiopubIico.gov.br. Acesso em: 8 nov. 2011.
O romance Triste fim de Policarpo Quaresma, de Lima Barreto, foi publicado em 1911. No fragmento destacado, a reação do personagem aos desdobramentos de suas iniciativas patrióticas evidencia que
a) A dedicação de Policarpo Quaresma ao conhecimento da natureza brasileira levou-o a estudar inutilidades, mas possibilitou-lhe uma visão mais ampla do país.
b) A curiosidade em relação aos heróis da pátria levou-o ao ideal de prosperidade e democracia que o personagem encontra no contexto republicano.
c) A construção de uma pátria a partir de elementos míticos, como a cordialidade do povo, a riqueza do solo e a pureza linguística, conduz ã frustração ideológica.
d) A propensão do brasileiro ao riso, ao escárnio, justifica a reação de decepção e desistência de Policarpo Quaresma, que prefere resguardar-se em seu gabinete.
e) A certeza da fertilidade da terra e da produção agrícola incondicional faz parte de um projeto ideológico salvacionista, tal como foi difundido na época do autor.


10. (UFRGS 2007) Considere as seguintes afirmações a respeito do romance "O Triste Fim de Policarpo Quaresma", de Lima Barreto.
I - O protagonista não compreende bem o mundo em que vive, passando da ingênua crença no idealismo dos homens, vistos como capazes de construir um Brasil melhor, para o desencanto melancólico em relação às instituições e às suas escolhas pessoais.
II - Quaresma é condenado à morte, porque ofendeu moralmente o presidente da República, quando este não analisou suas propostas de reforma rural, nem atendeu às suas reivindicações.
III - No romance, são introduzidos personagens representativos do subúrbio do Rio de Janeiro, como Ricardo Coração dos Outros, com a sua fala popular e expressões típicas do brasileiro da época.
Quais estão corretas?
a) Apenas I.
b) Apenas I e II.
c) Apenas I e III.
d) Apenas II e III.
e) I, Il e III.


11. (UPF 2012) Em Triste fim de Policarpo Quaresma, a personagem principal, nos instantes que antecedem sua morte, conclui que todos os seus projetos haviam resultado em sucessivas decepções e que a pátria que idealizara não existia. Nesses momentos, __________ do protagonista e ___________ do narrador é que propiciam ao leitor a possibilidade de tomar conhecimento de tais conclusões.
A alternativa que completa corretamente as lacunas do texto anterior é:
a) o ufanismo - a onisciência
b) o patriotismo - a onisciência
c) a tristeza - o ufanismo
d) a tristeza - o patriotismo
e) a reflexão - a onisciência


12. (UEL 2006) A questão refere-se à passagem de Recordações do Escrivão Isaías Caminha (1909), de Lima Barreto (1881-1922).
[...] Aquele começo de mês foi para mim de grande sossego e de muito egoísmo. Embora minha mãe tivesse afinal morrido havia alguns meses, eu não tinha sentido senão uma leve e ligeira dor. Depois de empregado no jornal, pouco lhe escrevi. Sabia-a muito doente, arrastando a vida com esforço. Não me preocupava... Os ditos do Floc, as pilhérias de Losque, as sentenças do sábio Oliveira, tinham feito chegar a mim uma espécie de vergonha pelo meu nascimento, e esse vexame me veio diminuir em muito a amizade e a ternura com que sempre envolvi a sua lembrança. Sentia-me separado dela. Conquanto não concordasse ser ela a espécie de besta de carga e máquina de prazer que as sentenças daqueles idiotas a abrangiam no seu pensamento de lorpas, entretanto eu, seu filho, julgava-me a meus próprios olhos muito diverso dela, saído de outra estirpe, de outro sangue e de outra carne. Ainda não tinha coordenado todos os elementos que mais tarde vieram encher-me de profundo desgosto e a minha inteligência e a minha sensibilidade não tinham ainda organizado bem e disposto convenientemente o grande stock de observações e de emoções que eu vinha fazendo e sentindo dia a dia. Vinham uma a uma, invadindo-me a personalidade insidiosamente para saturar-me mais tarde até ao aborrecimento e ao desgosto de viver. Vivia, então, satisfeito, gozando a temperatura, com almoço e jantar, ignobilmente esquecido do que sonhara e desejara. Houve mesmo um dia em que quis avaliar ainda o que sabia. Tentei repetir a lista dos Césares não sabia; quis resolver um problema de regra de três composta, não sabia; tentei escrever a fórmula da área da esfera, não sabia. E notei essa ruína dos meus primeiros estudos cheio de indiferença, sem desgosto, lembrando-me daquilo tudo como impressões de uma festa a que fora e a que não devia voltar mais. Nada me afastava da delícia de almoçar e jantar por sessenta mil-réis mensais.
BARRETO, Lima. Recordações do escrivão Isaías Caminha. Rio de Janeiro: Garnier, 1989. p. 194-195.
Com base no texto, é correto afirmar:
a) Isaías Caminha sente-se sossegado, afinal agora é um jornalista de renome, tem amigos e está sem problemas com sua mãe.
b) O egoísmo a que se refere Isaías diz respeito à forma como lidava com seus amigos de infância Oliveira, Losque e Floc.
c) Sua relação com a mãe foi boa até que revelações sobre a sua origem bastarda abalaram de vez a confiança do jovem.
d) Losque, Oliveira e Floc sentiam inveja do talento de Caminha, por isso tentavam desmoralizar sua mãe, o que agora não era mais possível.
e) Caminha não gosta das insinuações maldosas que Losque, Oliveira e Floc fazem sobre sua mãe, mas ele próprio se sente desconfortável em relação à sua origem.


13. (MILTON CAMPOS 2013) Nos diálogos presentes em Recordações do escrivão Isaías Caminha, transparecem críticas à sociedade brasileira.
Isso NÃO se verifica em:
a)  – Ah, bom! Diga isso! Pela polícia, não; ela vive com os bicheiros... Não serve pra nada, fique certo.
b)  – Você tem direito, seu Valentim... É... Você trabalhou pelo Castro... Aqui para nós: se ele está eleito, deve-o a mim e aos defuntos, e você que desenterrou alguns.
c)  – Nada há tão parecido como o pirata antigo e o jornalista moderno: a mesma fraqueza de meios, servida por uma coragem de salteador.
d)  – Sou muito moço, tenho vinte e dois anos, faço versos desde os dezoito; agora, fiz uma escolha e publiquei este volume...


14. (UNEMAT 2010) Sobre Triste fim de Policarpo Quaresma, de Lima Barreto, pode-se afirmar:
a) É um poema épico que conta a história de Marechal Floriano.
b) É uma narrativa de ficção que conta a história de Brás Cubas.
c) É um livro de memórias escrito por Riobaldo Tatarana.
d) É um conto que narra a história de amor de Olga e Marechal Floriano.
e) É um romance em que é narrada a história de um brasileiro visionário.


15. (UNEMAT 2009) “À proporção que falava, mais Quaresma se entusiasmava. Ele não podia ver bem a fisionomia do ditador, encoberto agora como lhe restava o rosto pelas abas do chapéu de feltro; mas, se a visse, teria de esfriar, pois havia na sua máscara sinais do aborrecimento mais mortal. Aquele falatório de Quaresma, aquele apelo à legislação, a medidas governamentais, iam mover-lhe o pensamento, por mais que não quisesse. O presidente aborrecia-se. Num dado momento disse:
- Mas, pensa você, Quaresma, que eu hei de por a enxada na mão de cada um desses vadios?! Não havia exército que chegasse...
Quaresma espantou-se, titubeou, mas retorquiu:
– Mas, não é isso, Marechal. Vossa Excelência, com o seu prestígio e poder, está capaz de favorecer, com medidas enérgicas e adequadas, o aparecimento de iniciativas, de encaminhar o trabalho, de favorecê-lo e torná-lo remunerador...
Bastava, por exemplo... [...]
Floriano já ouvia Quaresma muito aborrecido. O bonde chegou; ele se despediu do Major, dizendo com aquela sua placidez de voz:
– Você, Quaresma, é um visionário...” (p.128)
Do texto acima, depreende-se que a personagem Policarpo Quaresma é:
a) corrompível, sempre disposto a se vender em qualquer oportunidade.
b) desiludido, quase sempre indiferente aos acontecimentos em volta.
c) quixotesco, em busca de projetos ideais e abstratos para problemas reais.
d) psicótico, conduzindo ao extremo as soluções drásticas dos problemas.
e) apático, preocupado apenas com os livros e as artes.


16. (UNEMAT 2010) Assinale a alternativa correta com relação ao romance de Lima Barreto, considerando que, em Triste fim de Policarpo Quaresma, a tragédia do protagonista está relacionada à/ao:
a) falta de caráter de Policarpo.
b) conluio político do protagonista com o marechal Floriano Peixoto.
c) discordância de Policarpo quanto à realidade política brasileira.
d) relação amorosa impossível com a recatada Olga.
e) defesa dos vícios políticos e ideológicos do país.


17. (UNEMAT 2009) No romance Triste fim de Policarpo Quaresma, Lima Barreto torna caricatural o nacionalismo ingênuo e ufanista através do Major Policarpo Quaresma.
Nesse sentido o autor realiza:
a) uma representação das conquistas utópicas do Major.
b) uma crítica bem-humorada dos acontecimentos históricos e políticos durante a fase de instalação da República.
c) o ridículo da reivindicação do Major de tornar oficial a língua portuguesa.
d) a presença de senso crítico do Major levando suas ideias à vitória.
e) uma versão brasileira do protagonista bem-sucedido.


18. (UFAM 2009) Assinale a opção que NÃO apresenta de modo correto a relação entre o personagem e seu criador:
a) O diretor Aristarco – Raul Pompéia
b) O português João Romão – Lima Barreto
c) Capitu, a dos olhos de ressaca – Machado de Assis
d) Milkau, o imigrante alemão – Graça Aranha
e) O doutor Cirino – Visconde de Taunay


19. (UNCISAL 2016) Os subúrbios do Rio de Janeiro são a mais curiosa coisa em matéria de edificação de cidade. A topografia do local, caprichosamente montuosa, influiu decerto para tal aspecto, mais influíram, porém, os azares das construções.
Nada mais irregular, mais caprichoso, mais sem plano qualquer, pode ser imaginado. As casas surgiam como se fossem semeadas ao vento e, conforme as casas, as ruas se fizeram. Há algumas delas que começam largas como boulevares e acabam estreitas que nem vielas; dão voltas, circuitos inúteis e parecem fugir ao alinhamento reto com um ódio tenaz e sagrado.
Às vezes se sucedem na mesma direção com uma frequência irritante, outras se afastam, e deixam de permeio um longo intervalo coeso e fechado de casas. Num trecho, há casas amontoadas umas sobre outras numa angústia de espaço desoladora, logo adiante um vasto campo abre ao nosso olhar uma ampla perspectiva.
Marcham assim ao acaso as edificações e conseguintemente o arruamento. Há casas de todos os gostos e construídas de todas as formas.

Vai-se por uma rua a ver um correr de chalets, de porta e janela, parede de frontal, humildes e acanhados, de repente se nos depara uma casa burguesa, dessas de compoteiras na cimalha rendilhada, a se erguer sobre um porão alto com mezaninos gradeados. Passada essa surpresa, olha-se acolá e dá-se com uma choupana de pau-a-pique, coberta de zinco ou mesmo palha, em torno da qual formiga uma população; adiante, é uma velha casa de roça, com varanda e colunas de estilo pouco classificável, que parece vexada a querer ocultar-se, diante daquela onda de edifícios disparatados e novos.
BARRETO, Lima. Triste Fim de Policarpo Quaresma. São Paulo: Ateliê Editorial, 2001. (Fragmento).
O texto acima apresenta, como características da escrita de Lima Barreto,
a) a análise da Guerra de Canudos e o otimismo acerca do futuro da nação.
b) o nacionalismo ufanista e a tematização da escravidão indígena e africana.
c) o uso de uma linguagem rebuscada e o tema da loucura nas classes menos abastadas.
d) o olhar para a realidade social do país e a opção por uma linguagem não rebuscada.
e) a predileção por figuras de linguagem que expressam contraste e o nacionalismo ufanista.


20. (UFU 2006) “Que lhe importavam os rios? Eram grandes? Pois que fossem... Em que lhe contribuiria para a felicidade saber o nome dos heróis do Brasil? Em nada... O importante é que ele tivesse sido feliz. Foi? Não. Lembrou-se das suas coisas de tupi, do folk-lore, das suas tentativas agrícolas... Restava disso tudo em sua alma uma satisfação? Nenhuma! Nenhuma! O tupi encontrou a incredulidade geral, o riso, a mofa, o escárnio; e levou-o à loucura. Uma decepção. E a agricultura? Nada. As terras não eram ferazes e ela não era fácil como diziam os livros. Outra decepção. E, quando o seu patriotismo se fizera combatente, o que achara? Decepções. Onde estava a doçura de nossa gente? Pois ele não a viu combater como feras? Pois não a via matar prisioneiros, inúmeros? Outra decepção. A sua vida era uma decepção, uma série, melhor, um encadeamento de decepções.”
(Lima Barreto. Triste fim de Policarpo Quaresma).
Verifica-se que:
a) O trecho mostra que em todos os momentos de sua vida, Quaresma preocupou-se com o bem coletivo. Mas, neste momento, ele pensa em si próprio e vê que é um homem abandonado, incompreendido, injustiçado. Toda a sua dedicação à pátria não lhe deu felicidade nenhuma: é um homem só e decepcionado.
b) O trecho foi extraído do 1º capítulo do romance em questão, que introduz o major Quaresma em seu sítio, fazendo uma reflexão de sua vida passada. A partir daí, em tempo psicológico, a narrativa resgata os episódios marcantes da vida de Quaresma envolvido na consolidação de seus projetos nacionalistas.
c) Este trecho mostra que em todos os momentos de sua vida, Quaresma agiu como um cidadão nacionalista, envolvido, sobretudo, com o bem da pátria. Em sua reflexão fica claro que, mesmo após sua vida ter sido “um encadeamento de decepções”, ele, o indivíduo, não se importa.
d) Nas últimas linhas do trecho acima há a afirmação de que “A sua vida era uma decepção, uma série, melhor, um encadeamento de decepções”. A última grande decepção de Quaresma, dentro de seu projeto de mostrar que o Brasil era uma nação viável e grandiosa, foi descobrir que o rio Amazonas era menor que o rio Nilo.


GABARITO







Postar um comentário

0 Comentários