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QUESTÕES SOBRE ALCÂNTARA MACHADO



1. (Unitau) "Brás, Bexiga e Barra Funda "tenta fixar tão-somente alguns aspectos da vida trabalhadeira, íntima e cotidiana desses novos mestiços e nacionalistas". É dessa forma que Antônio de Alcântara Machado explica sua obra. Indique a alternativa que corresponde à referência feita pelo autor:
a) aos japoneses;
b) aos italianos;
c) aos alemães;
d) aos portugueses;
e) aos índios.


2. Dentre os escritores do movimento modernista, Alcântara Machado foi o que mais conseguiu integrar à literatura a figura do imigrante. De que imigrante o autor mais se ocupou em sua obra?
a) Japoneses.
b) Italianos.
c) Alemães.
d) Portugueses.
e) Colombianos.


3. (Unifesp/2002) Um dos maiores benefícios que o movimento moderno nos trouxe foi justamente esse: tornar alegre a literatura brasileira. Alegre quer dizer saudável, viva, consciente de sua força, satisfeita com seu destino. Até então no Brasil a preocupação de todo escritor era parecer grave e severo. O riso era proibido. A pena molhava-se no tinteiro da tristeza e do pessimismo. O papel servia de lenço. De tal forma que os livros espremidos só derramavam lágrimas. Se alguma ideia caía vinha num pingo delas. A literatura nacional não passava de uma queixa gemebunda.
Por isso mesmo o segundo tranco da reação foi mais difícil: integração no ambiente. Fazer literatura brasileira, mas sem choro. Disfarçando sempre a tristeza do motivo quando inevitável. Rindo como um moleque.
(Antônio de Alcântara Machado, Cavaquinho e saxofone.)
Entre os textos de Manuel Bandeira (de O Ritmo dissoluto), transcritos nas cinco alternativas, aquele que comprova a opinião de Alcântara Machado é
a) E enquanto a mansa tarde agoniza, Por entre a névoa fria do mar Toda a minh’alma foge na brisa; Tenho vontade de me matar.
b)  A beleza é um conceito. E a beleza é triste. Não é triste em si, Mas pelo que há nela de fragilidade e de incerteza.
c) Sorri mansamente... em um sorriso pálido... pálido Como o beijo religioso que puseste Na fronte morta de tua mãe... sobre a sua fronte morta…
d) Noite morta. Junto ao poste de iluminação Os sapos engolem mosquitos
e) A meiga e triste rapariga Punha talvez nessa cantiga A sua dor e mais a dor de sua raça… Pobre mulher, sombria filha da desgraça!


4. (UEL/2003) A questão refere-se aos textos abaixo. O primeiro reproduz observações de Alcântara Machado sobre o estilo dos escritores do início do século XX. O segundo é um trecho do conto "Gaetaninho", do próprio Alcântara Machado.
Texto 1
"O literato nunca chamava a coisa pelo nome. Nunca. Arranjava sempre um meio de se exprimir indiretamente. Com circunlóquios, imagens poéticas, figuras de retórica, metalepses, metáforas e outras bobagens complicadíssimas. Abusando. Ninguém morria, partia para os páramos ignotos. Mulher não era mulher. Qual o quê. Era flor, passarinho, anjo da guarda, doçura desta vida, bálsamo de bondade, fada, o diabo. Mulher é que não. Depois a mania do sinônimo difícil. (...) A preocupação de embelezar, de esconder, de colorir. Nada de pão, pão, queijo, queijo. Não senhor. Escrever assim não é vantagem. (...)"
(MACHADO, Antônio de Alcântara. "Novelas Paulistanas". 3 ed. Rio de Janeiro: José Olympio, 1973. p. XXXIV).
*circunlóquios: uso excessivo de palavras para emitir um enunciado que não chega a ser claramente expresso; rodeios
*metalepses: metonímias
Texto 2
"O Nino veio correndo com a bolinha de meia. Chegou bem perto. Com o tronco arqueado, as pernas dobradas, os braços estendidos, as mãos abertas, Gaetaninho ficou pronto para a defesa. 
- Passa pro Beppino!
- Beppino deu dois passos e meteu o pé na bola. Com todo o muque. Ela cobriu o guardião sardento e foi parar no meio da rua.
- Vá dar tiro no inferno!
- Cala a boca, palestrino!
- Traga a bola!
Gaetaninho saiu correndo. Antes de alcançar a bola um bonde o pegou. Pegou e matou.
- No bonde vinha o pai de Gaetaninho.
- A gurizada assustada espalhou a notícia na noite.
- Sabe o Gaetaninho?
- Que é que tem?
- Amassou o bonde!
- A vizinhança limpou com benzina suas roupas domingueiras."
(MACHADO, Antônio de Alcântara. "Novelas Paulistanas". 3ª ed. Rio de Janeiro: José Olympio, 1973. p. 13.)
Sobre os textos acima, considere as seguintes afirmativas:
I - Os dois textos retratam a visão literária de Alcântara Machado. No Texto 1, ele comenta o estilo dos escritores da segunda fase modernista. No Texto 2, cria uma narrativa com o estilo próprio do momento em que escreveu seus livros, a década de 1930.
II - Há nos dois textos ironia e humor. Enquanto no Texto 1 ele ironiza a retórica parnasiana e passadista, no Texto 2 ele mescla a situação trágica da morte de Gaetaninho com expressões humorísticas.
III - O Texto 1 é um depoimento crítico de Alcântara Machado sobre o modo de escrever de alguns escritores brasileiros do início do século e representa a luta dos modernistas por uma linguagem mais direta, coloquial e permeada de oralidade.
IV - O Texto 2 é um exemplo típico da estética realista da segunda fase modernista, o que mostra que o escritor Alcântara Machado não conseguiu realizar, na criação literária, o que defendeu em sua crítica aos escritores mais conservadores.
V - Pelo que se pode observar nos dois textos, Alcântara Machado foi defensor da prosa com linguagem direta e sem enfeites, o que faz de sua obra literária um bom exemplo da literatura modernista da primeira fase.
a) Apenas as afirmativas I, II e III são corretas.
b) Apenas as afirmativas I, II e IV são corretas.
c) Apenas as afirmativas II, III, e IV são corretas.
d) Apenas as afirmativas II, III e V são corretas.
e) Apenas as afirmativas II, IV e V são corretas.


GABARITO
1: B   2:B   3:D   4:D

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