Artur Bernardes - Período presidencial
O governo
de Artur Bernardes sofreu forte instabilidade política gerada pelas revoltas
tenentistas contra as oligarquias dominantes e pelo avanço do movimento
operário, o que o levou a governar permanentemente em estado de sítio. A
candidatura pela quinta vez de Borges de Medeiros, líder do Partido Republicano
Rio-grandense, à presidência do estado deflagrou uma guerra civil envolvendo a
oposição no Rio Grande do Sul. A oligarquia dissidente gaúcha, agrupada na
Aliança Libertadora, contava com o apoio federal ao candidato Assis Brasil.
Borges de Medeiros, para defender sua posição, organizou os Corpos Provisórios
sob o comando de Flores da Cunha, Oswaldo Aranha e Getúlio Vargas, entre
outros, além de contratar mercenários uruguaios. Após meses de confrontos, foi
assinado um acordo entre Borges de Medeiros e Assis Brasil, em 14 de dezembro
de 1923, no qual o governo federal reconheceu Borges de Medeiros como presidente
do Rio Grande do Sul, não permitindo, entretanto, uma nova reeleição.
O
movimento tenentista eclodiu, no Rio Grande do Sul, em 1923, com o apoio da
Aliança Libertadora, atingindo também Santa Catarina e Paraná. No ano seguinte,
foi a vez de parte das guarnições militares paulistas aderir ao movimento.
Depois de vários dias de combate, a cidade de São Paulo ficou sob seu controle,
após a fuga do governador Carlos Campos. A rebelião foi planejada por militares
envolvidos no golpe fracassado de 1922, entre eles o tenente Eduardo Gomes, um
dos sobreviventes dos "18 do Forte". Artur Bernardes ordenou o
bombardeio da cidade, a partir do dia 11 de julho de 1924. A população paulista
abandonou a cidade e o saldo do ataque foi de 503 mortos e cerca de 4.800
feridos. Sem condições de resistir às pressões das tropas legalistas, aproximadamente
3.500 revoltosos dirigiram-se ao encontro das tropas gaúchas, lideradas por
Luís Carlos Prestes e Mário Fagundes Varela.
O
presidente Artur Bernardes ainda enfrentou a Coluna Prestes, formada em 1925,
sob o comando do tenente Luís Carlos Prestes, que percorreu o interior do país
durante dois anos procurando sublevar as populações contra o seu governo e as
oligarquias dominantes.
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