Nilo Peçanha - Período presidencial
Durante o
breve mandato de Nilo Peçanha, a campanha eleitoral para a presidência da
República tornou-se uma acirrada disputa entre os candidatos Hermes da Fonseca,
sobrinho do ex-presidente marechal Deodoro da Fonseca e ministro da Guerra do
governo de Afonso Pena, e Rui Barbosa. Paulistas e mineiros, que durante anos
estiveram unidos em torno de um mesmo candidato, fazendo a conhecida
"política do café com leite", desta vez estavam em lados opostos.
Hermes da Fonseca foi apoiado por Minas Gerais, pelo Rio Grande do Sul e pelos
militares, enquanto o candidato Rui Barbosa recebeu o apoio de São Paulo e da
Bahia. A campanha de Rui Barbosa ficou conhecida como "campanha
civilista", ou seja, como uma oposição civil à candidatura militar de
Hermes da Fonseca. O estado de São Paulo proporcionou os recursos financeiros
necessários à campanha de Rui Barbosa, que percorreu o país procurando o apoio
popular, fato inédito na vida republicana brasileira.
O presidente
Nilo Peçanha enfrentou o agravamento dos conflitos entre as oligarquias de São
Paulo e Minas Gerais decorrentes da campanha civilista, realizando intervenções
em alguns estados para garantir a posse dos presidentes aliados ao governo
federal. Uma das intervenções ocorreu no estado do Amazonas no intuito de
apoiar o presidente Antônio Bittencourt, de tendências civilistas, que havia
sido destituído pelo seu vice Sá Peixoto, com o apoio de Pinheiro Machado. Esse
episódio levou ao rompimento definitivo de Nilo Peçanha com o influente líder
do Partido Republicano Conservador, o gaúcho Pinheiro Machado.
Dentre
suas realizações, destacaram-se o impulso ao ensino técnico-profissional, a
reorganização do Ministério da Agricultura e a criação do Serviço de Proteção
ao Índio, sob a direção do tenente-coronel Cândido Rondon. Em 1910, a população
do Brasil era de 23.151.669 habitantes, dos quais cerca de 67% viviam no campo.
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