Eurico
Gaspar Dutra - Biografia
Militar, nasceu em Cuiabá, estado do Mato Grosso,
em 18 de maio de 1883. Teve seu ano de nascimento alterado para 1885, aos 19
anos, para que tivesse um físico compatível com a idade, com o fim de
possibilitar seu ingresso no Exército. Estudou na Escola Preparatória e de
Tática do Rio Grande do Sul (1902-1904) e na Escola Militar do Brasil (a Escola
Militar da Praia Vermelha, no Rio de Janeiro), em 1904, de onde foi expulso por
participar de um levante neste mesmo ano, relacionado com a Revolta da Vacina,
mas anistiado, retornou à Escola, agora sediada em Realengo, concluindo o curso
em 1906. Foi aluno também da Escola de Guerra de Porto Alegre (1906), da Escola
de Artilharia e Engenharia, onde se aperfeiçoou em mecânica, balística e
metalurgia (1908-1910), e da Escola de Estado-Maior, onde se formou como o 1º
da turma e recebeu a rara menção "tres bien" (1922), atuando, pouco
depois, na repressão à revolução paulista de 1924. Ajudou a fundar a revista
Defesa Nacional em 1918, combateu a revolta conhecida como "os 18 do
Forte", em 1922, no Rio de Janeiro, e participou, integrando o
Destacamento do Norte, sob o comando do general Menna Barreto, (retirar) do
combate a uma insurreição irrompida em Manaus que se irradiou para o Pará. Por
ter combatido a revolução de 1930, foi enviado para o comando do 11º Regimento
de Cavalaria Independente, em Ponta Porá. Promovido a coronel, assumiu o
comando do 4º Regimento de Cavalaria Divisionária (1931-1933), em Três
Corações, de onde combateu a Revolução Constitucionalista de São Paulo, em
1932. Defendeu o governo do presidente Washington Luís contra os revoltosos de
1930, mas, já em 1932, combateu a Revolução Constitucionalista de São Paulo.
Designado comandante da 1ª Região Militar (1935-1936), destacou-se na reação ao
movimento comunista de 1935, passando a ocupar o posto de ministro da Guerra
(1936-1945). Como ministro, Dutra procurou modernizar o Exército, objetivo que
norteou suas posições diante do conflito internacional, dividindo-se entre o
apoio aos Estados Unidos ou à Alemanha. No Ministério, aprovou diversas leis
básicas, como o Estatuto dos Militares, a nova Lei do Serviço Militar, a Lei de
Organização do Exército, e a Lei do Ensino Militar. Com o término da Segunda
Guerra, manifestou-se pela redemocratização do país, e embora tenha sido um dos
mais fiéis colaboradores de Vargas e do Estado Novo, ficou ao lado dos oficiais
que destituíram o presidente em outubro de 1945. Candidatou-se à presidência da
República pelo Partido Social Democrático (PSD) e foi eleito em 2 de dezembro,
tendo contado, no final da campanha, com o apoio de Vargas. Passou para a
reserva dois dias antes de sua posse, em 31 de janeiro de 1946. Ao deixar a
presidência, permaneceu ativo na vida política até postular-se candidato nas
eleições indiretas para presidente da República em 1965. Diante do apoio
majoritário nos meios militares ao general Castelo Branco, retirou-se da
disputa. Afastado da vida pública, faleceu no Rio de Janeiro em 11 de junho de
1974.
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