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QUESTÕES SOBRE A REPÚBLICA VELHA I


1. (VUNESP) Na Primeira República (1889-1930) houve a reprodução de muitos aspectos da estrutura econômica e social constituída nos séculos anteriores. Noutros termos, no final do século XIX e início do XX conviveram, simultaneamente, transformações e permanências históricas. (Francisco de Oliveira. Herança econômica do Segundo Império, 1985.)
O texto sustenta que a Primeira República brasileira foi caracterizada por permanências e mudanças históricas. De maneira geral, o período republicano, iniciado em 1889 e que se estendeu até 1930, foi caracterizado
a) pela predominância dos interesses dos industriais, com a exportação de bens duráveis e de capital. 
b) por conflitos no campo, com o avanço do movimento de reforma agrária liderado pelos antigos monarquistas.
c) pelo poder político da oligarquia rural e pela economia de exportação de produtos primários.
d) pela instituição de uma democracia socialista graças à pressão exercida pelos operários anarquistas.
e) pelo planejamento econômico feito pelo Estado, que protegia os preços dos produtos manufaturados.


2. (FUVEST) Em um balanço sobre a Primeira República no Brasil, Júlio de Mesquita Filho escreveu: “... a política se orienta não mais pela vontade popular livremente manifesta, mas pelos caprichos de um número limitado de indivíduos sob cuja proteção se acolhem todos quantos pretendem um lugar nas assembleias estaduais e federais”.
A crise nacional, 1925. De acordo com o texto, o autor
a) critica a autonomia excessiva do poder legislativo.
b) propõe limites ao federalismo.
c) defende o regime parlamentarista.
d) critica o poder oligárquico.
e) defende a supremacia política do sul do país.


3. (FUVEST) A imigração de italianos (desde o final do século XIX) e a de japoneses (desde o início do século XX), no Brasil, estão associadas a
a) uma política nacional de atração de mão-de-obra para a lavoura e ás transformações sociais provocadas pelo capitalismo na Itália e no Japão.
b) interesses geopolíticos do governo brasileiro e às crises industrial e política pelas quais passavam a Itália e o Japão.
c) uma demanda de mão-de-obra para a indústria e às pressões políticas dos fazendeiros do sudeste do país.
d) uma política nacional de fomento demográfico e a um acordo com a Itália e o Japão para exportação de matérias-primas.
e) acordos internacionais que proibiram o tráfico de escravos e à política interna de embranquecimento da população brasileira.


4. (UFSCar) Em julho de 1924, a elite paulista buscava fugir da capital bombardeada a esmo pelas forças legalistas, descendo a serra em seus automóveis ou em táxis. (...) O bombardeio desencadeado pelas forças legais ao governo constituía o principal motivo do pânico. Situadas em uma posição elevada do Alto da Penha, um bairro ainda periférico, lançavam tiros de canhão contra a cidade, com uma imprecisão espantosa.
(Boris Fausto. Negócios e ócios. Histórias da imigração, 1997.)
Os acontecimentos descritos no texto referem-se à:
a) Revolta dos Tenentes.
b) Revolução Constitucionalista.
c) Deposição de Washington Luís.
d) Intentona Comunista. 
e) Revolta da Armada.


5. (VUNESP-2008) Com a proclamação da República no Brasil, as antigas províncias receberam a denominação de estados. A mudança de província no Império para estado na primeira República não foi somente questão de nomenclatura, considerando que
a) os presidentes das províncias indicavam o primeiro ministro no parlamentarismo brasileiro e os estados eram administrados por interventores nomeados pelo presidente.
b) os governantes das províncias eram membros das famílias tradicionais da sociedade local e os presidentes dos estados atendiam aos interesses gerais da nação.
c) os presidentes das províncias exerciam um mandato de quatro anos, enquanto na presidência dos estados havia grande rotatividade política provocada por lutas partidárias.
d) as províncias substituíam o poder central na manutenção da integridade territorial do país, enquanto os estados delegavam essa função ao presidente da república.
e) os presidentes das províncias eram indicados pelo poder central, enquanto os presidentes dos estados eram eleitos pelas situações políticas e sociais regionais.


6. (UNIFESP) Em tempos de forte turbulência republicana, o ano de 1922 converteu-se em marco simbólico de grandes rupturas e da vontade de mudança. Eventos como a Semana de Arte Moderna, o levante tenentista, a criação do Partido Comunista e ainda a conturbada eleição presidencial sepultaram simbolicamente a Velha República e inauguraram uma nova época.
(Aspásia Camargo, “Federalismo e Identidade Nacional”, Brasil, um século de transformações. 2001.)
Pode-se afirmar que a situação descrita decorre, sobretudo,
a) do forte crescimento urbano e das classes médias.
b) do descontentamento generalizado dos oficiais do Exército.
c) da postura progressista das elites carioca e paulista.
d) do crescimento vertiginoso da industrialização e da classe operária.
e) da influência das vanguardas artísticas europeias e norte- americanas.


7. (UEMG) Leia o fragmento a seguir, relativo à história política brasileira. “Esse procedimento fez com que as eleições daquela época se tornassem conhecidas como ‘eleições a bico de pena’, pois na ‘feitura das atas, a pena todo-poderosa dos mesários realizava portentosos milagres’. O número de pessoas envolvidas diretamente com as fraudes era alto, e muitas recebiam nomes especiais: os ‘cabalistas’ eram os encarregados de incluir novos nomes nas listas dos votantes, os ‘fósforos’ eram os que assumiam a identidade de eleitores mortos ou ausentes, e os ‘capangas’ ou ‘capoeiras’ eram os que intimidavam o eleitor e, se necessário, faziam uso da força física”.
(PANDOLFI, Dulce Chaves. Voto e participação política nas diversas repúblicas do Brasil. In: GOMES, Ângela de Castro; PANDOLFI, Dulce Chaves e ALBERTI, Verena (coords.). A República no Brasil. Rio de Janeiro: Nova Fronteira, 2002.)
O fragmento acima SÓ PODE SER CORRETAMENTE associado com
a) a eleição dos “homens bons” para o Senado da Câmara colonial.
b) a prática eleitoral da Primeira República.
c) o controle eleitoral característico da Era Vargas.
d) o cerceamento político do regime militar brasileiro.


8. (Mack) Dos fatos históricos referidos abaixo, um NÃO se inclui entre os que compuseram o Movimento Tenentista. Assinale-o:
a) A sublevação de alguns jovens oficiais do Forte de Copacabana, em julho de 1922, na qual ganhou notoriedade o episódio dos “dezoito do Forte”.
b) A chamada “Revolução Paulista”, de julho de 1924, cujo propósito era, declaradamente, a derrubada do presidente Artur Bernardes.
c) A formação de uma coluna armada, no Rio Grande do Sul, em 1924- 1925, que se uniria, em seguida, à “Coluna Paulista”.
d) A longa marcha pelo interior do Brasil, entre 1925 e 1927, da “Coluna Prestes”, cujo principal líder se veria depois envolvido numa aura de heroísmo, a do “Cavaleiro da Esperança”. 
e) Os levantes em Natal, Recife e Rio de Janeiro, em novembro de 1935, nos quais se destacou a figura de Luís Carlos Prestes.


9. (Mack) As moças ricas não podem compreender o casamento senão com o doutor; e as pobres, quando alcançam um matrimônio dessa natureza, enchem de orgulho a família toda, os colaterais e os afins. Não é raro ouvir alguém dizer com todo o orgulho: — Minha prima está casada com o doutor Bacabau. (...) O título — doutor — anteposto ao nome tem na Bruzundanga o efeito do — dom — em terra de Espanha. Mesmo no Exército, ele soa em todo o seu prestígio nobiliárquico. Quando se está em face de um coronel com o curso de engenharia, o modo de tratá-lo é matéria para atrapalhações protocolares. Se só se o chama tout court — doutor Kamisão — ele ficará zangado porque é coronel; se se o designa unicamente por coronel, ele julgará que o seu interlocutor não tem em grande consideração o seu título universitário-militar. Lima Barreto - Os bruzundangas A sátira que o escritor carioca traçou a partir da descrição da “República dos Estados Unidos da Bruzundanga” se refere, no trecho acima, a um fenômeno próprio da sociedade brasileira da época. Trata-se do
a) bacharelismo.
b) coronelismo.
c) parnasianismo.
d) arrivismo.
e) militarismo.


10. (FUVEST) Sobre a economia brasileira durante a Primeira República, é possível destacar os seguintes elementos:
a) exportações dirigidas aos mercados europeus e asiáticos e crescimento da pecuária no Nordeste. 
b) investimentos britânicos no setor de serviços e produção de bens primários para a exportação.
c) protecionismo alfandegário para estimular a indústria e notável ampliação do mercado interno.
d) aplicação de capital estrangeiro na indústria e consolidação do café como único produto de exportação.
e) integração regional e plano federal de defesa da comercialização da borracha na Amazônia.


11. (ESPM) No Rio Grande do Sul, a violência atingiu um grau de sofisticado barbarismo, tendo até matadores profissionais, como Adão Latorre, homem que trabalhava para os ‘maragatos’ executando ‘pica-paus’. Durante a luta, tanto ‘pica-paus’ como ‘maragatos’ praticaram atos de extrema violência e barbarismo.
(Renato Mocellin. A Revolução da Degola)
O texto deve ser relacionado com:
a) A Revolução Farroupilha.
b) A Revolução Praieira.
c) A Confederação do Equador.
d) A Revolução Federalista.
e) A Guerra do Contestado.


12. (Mack) (...) A pergunta “Quem é você?” recebia invariavelmente a resposta: “Sou gente do coronel Fulano”. Essa maneira de redarguir dava imediatamente a quem ouvia as coordenadas necessárias para conhecer o lugar socioeconômico do interlocutor, além de sua posição política.
Maria I. P. de Queiroz - História Geral da Civilização Brasileira O fenômeno sociopolítico, a que se alude no fragmento acima e que alcançou seu maior vigor nas primeiras décadas do Brasil republicano, pode ser entendido como
a) a expressão do poder político dos empresários industriais, que, embora formassem uma classe numericamente pequena, experimentavam desde o Império um significativo crescimento de sua importância econômica.
b) o resultado da militarização das instituições políticas brasileiras em virtude de a liderança do movimento republicano ter sido exercida por militares, como Deodoro da Fonseca e Floriano Peixoto. 
c) uma reação dos líderes políticos nos Estados à instituição do voto secreto pela Constituição de 1891, inovação que reduziu drasticamente o poder dos grandes proprietários rurais.
d) uma forma de clientelismo em que chefes políticos locais (geralmente proprietários rurais), dominando grupos de eleitores e lançando mão sistematicamente da fraude eleitoral, sustentavam o poder das oligarquias no plano estadual e, indiretamente, no federal.
e) a consequência da ascensão social — por meio das escolas militares — de membros das classes médias urbanas, formando uma oficialidade coesa de tenentes, capitães, majores e coronéis.


13. (PUC) Segundo o historiador Jose Murilo de Carvalho, o povo acompanhou bestializado a criação do regime republicano no Brasil. Essa afirmação pode explicar nossa Proclamação da República no Brasil como:
a) adoção das teses sobre a ordem e o progresso, inspiradas na revolução norte-americana do século XVIII.
b) uma ruptura com os valores liberais, instituídos pelo ideário dos membros do clube militar do Rio de Janeiro.
c) um golpe militar ou quartelada, que instaurou novo modelo político nos moldes que tivemos mais tarde em 1964.
d) estabelecimento de uma nova ordem social, que promovia a igualdade social com base na organização do trabalho.


14. (Mack-2004) Exigia-se para a cidadania política uma qualidade que só o direito social da educação poderia fornecer e, simultaneamente, desconhecia-se esse direito. Era uma ordem liberal, mas profundamente antidemocrática e resistente aos esforços de democratização. José Murilo de Carvalho A República Velha (1894-1930), em relação à participação política dos cidadãos, determinou:
a) a escolha de um modelo republicano pautado nos moldes norte-americanos, que garantiam a defesa da liberdade individual, expressa no voto censitário.
b) o projeto de uma república liberal dos cafeicultores, que, para se efetivar, necessitou do apoio das demais classes sociais. O voto era extensivo a todo o povo brasileiro.
c) a formulação de uma república que garantisse os direitos individuais de todos os seus cidadãos, sem distinções, evidenciada na eliminação do voto censitário.
d) a perpetuação da injustiça social e dos privilégios de setores oligárquicos. O voto popular era manipulado pelos grupos dominantes.
e) a eliminação do voto censitário e a adoção do voto universal, que ampliaram, de forma significativa, a porcentagem de eleitores nesse período.


15. (VUNESP-2006) Além das funções rituais, a religião historicamente tem desempenhado o papel de catalisadora do protesto social. Nos movimentos messiânicos isso ocorre de forma clara, pois estão ligados a crises de estrutura e organizações sociais.
(Elizete da Silva, Entre a fé e a política. Nossa História, nº- 30, 2006).
No Brasil podem ser considerados movimentos messiânicos
a) a Revolta da Chibata e a Coluna Prestes.
b) a Revolta do Quebra Quilo e a Questão das Salvações.
c) a Revolta de Canudos e a Guerra do Contestado.
d) a Revolta dos Mücker e a Guerra dos Cabanos.
e) a Revolta do Caldeirão e a Guerra dos Farrapos.


16. (VUNESP) Padre Cícero, prontamente, jurou lealdade ao Papa e à Constituição republicana do Brasil e, de imediato, recorreu aos potentados políticos do interior, atitudes com as quais ele, mais uma vez, desviou de si a hostilidade ambivalente do Estado e da Igreja. Desde que começara sua querela com a hierarquia eclesiástica do Ceará, em 1891, padre Cícero, diferentemente de Antônio Conselheiro, inúmeras vezes procurou, obteve e cultivou a proteção da hierarquia política local.
(Ralph Della Cava. Milagre em Joazeiro.)
O texto distingue a Canudos, de Antônio Conselheiro, do movimento de Joazeiro, no Ceará, liderado pelo padre Cícero. Apesar das suas diferenças, percebe-se pelas atitudes do padre Cícero que ele enfrentava problemas semelhantes aos confrontados por Antônio Conselheiro no interior da Bahia. Aos olhos de parcela das elites brasileiras da época, sobretudo litorâneas, estes movimentos
a) resultaram da reação da população brasileira à corrupção da Igreja e ao Dogma da Infalibilidade do Papa.
b) tinham propósitos distintos, porque padre Cícero era membro da Igreja e Antônio Conselheiro não era cristão.
c) ameaçavam a hierarquia eclesiástica, a ordem social no interior do país e a estabilidade do regime político vigente.
d) exprimiam os ideais da civilização cristã na sua fase de maior desenvolvimento nas sociedades americanas.
e) eram liderados por políticos republicanos radicais, insatisfeitos com os rumos tomados pelo governo.


17. (UNIFESP) “Será exagero… dizer-se que os colonos se acham sujeitos a uma nova espécie de escravidão, mais vantajosa para os patrões do que a verdadeira, pois recebem os europeus por preços bem mais moderados do que os dos africanos… Sem falar no fato do trabalho dos brancos ser mais proveitoso do que o dos negros?”
(Thomas Davatz, Memórias de um colono no Brasil, 1854-1857.)
Do texto pode-se afirmar que:
a) denuncia por igual a escravidão de negros e brancos.
b) revela a tentativa do governo de estimular a escravidão branca.
c) indica a razão pela qual fracassou o sistema de parceria.
d) defende que o trabalho escravo é mais produtivo que o livre.
e) ignora o enorme prejuízo que os fazendeiros tiveram com a contratação dos colonos.


18. (Vunesp) Completaram-se, ontem e hoje, 99 anos da reunião dos presidentes de São Paulo, Minas e Rio de Janeiro que culminou no Convênio de Taubaté. A primeira crise global do café foi provocada pela triplicação da produção brasileira na década de 1890 — de 5,5 milhões a 16,3 milhões de sacas (…)
(Folha de S.Paulo, 27.02.2005. Adaptado.)
Do Convênio de Taubaté, origina-se a Política de Valorização do Café, que se constituiu
a) na isenção tributária sobre todas as mercadorias e serviços relacionados com o café, como o transporte ferroviário. 
b) na proibição de se plantar novos cafeeiros no prazo mínimo de 10 anos, até a produção igualar-se ao consumo externo.
c) no acordo entre todos os países produtores e exportadores de café de diminuírem a produção em 25% em 5 anos.
d) no controle dos preços do café por meio da compra da produção excedente, por parte dos governos estaduais.
e) na criação de um imposto sobre cada saca de café exportada e no incentivo à criação de fazendas de café no Espírito Santo.


19. (Mack) A Proclamação da República, em novembro de 1889, apontou para a crise decorrente das transformações econômicas e sociais verificadas no país desde a segunda metade do século XIX. Com relação a essas transformações, podemos afirmar que:
a) a abolição da escravidão foi contrária aos interesses dos novos setores agrários, representados pelos cafeicultores do Oeste paulista.
b) as instituições monárquicas haviam se tornado incapazes de realizar as mudanças necessárias para a dinamização da vida social e econômica do país.
c) os setores populares, como os trabalhadores do campo e da cidade, e as classes médias atuaram ativamente para a mudança do regime monárquico. 
d) o Exército brasileiro, após a Guerra do Paraguai, foi o único segmento da sociedade a permanecer fiel à monarquia.
e) apesar de o país atravessar uma série de mudanças, o poder econômico continuava nas mãos dos antigos comerciantes portugueses.


20. (Mack) O mito de Tiradentes começou a ser construído durante a Proclamação da República, em 1889, quando, de criminoso, o inconfidente foi elevado à categoria de mártir e herói nacional. Sobre a necessidade da construção da figura de herói nacional, podemos afirmar que:
a) o novo regime foi produto de um golpe desfechado por militares que associaram ao nome do alferes Tiradentes o prestígio popular necessário ao Exército.
b) a associação do herói mineiro com a figura de Cristo trouxe problemas posteriores entre o Estado republicano e a Igreja católica.
c) como a Proclamação da República foi um movimento apoiado pelas classes populares, seria necessária uma figura saída das mesmas, que passasse a legitimar o regime.
d) durante o período da ditadura militar, a figura de Tiradentes como herói nacional, foi substituída por outros personagens da história.
e) a República resultou de um movimento com pouca participação popular. Por isso, necessitava de legitimação e de uma figura heroica que congregasse as diferenças e unificasse a nação.


21. (Mack) O filósofo Charles Spencer defendia, em meados do século XIX, o darwinismo social, segundo o qual as diferenças sociais seriam encaradas como resultado da luta pela sobrevivência do mais forte. Os teóricos liberais brasileiros foram inspirados por essas ideias, pois:
a) nos meios militares, tais conhecimentos eram difundidos e justificavam que cabia ao Exército, o setor mais disciplinado da sociedade, a missão de governar o país, para a construção de um Estado democrático.
b) para evitar as conturbações sociais, a liderança do governo nacional deveria ser levada a cabo por uma elite intelectual, devidamente preparada e formada nos meios acadêmicos europeus.
c) de acordo com esses pressupostos, o grupo superiormente mais forte seria a burguesia agrária cafeeira, especialmente a paulista, que deveria exercer a liderança política, pois se tratava do grupo economicamente mais forte.
d) as ideias desses teóricos defendiam a adoção de um regime baseado em uma ordem democrática que impediria as desordens e revoltas que poderiam comprometer o bem estar social.
e) nas sociedades capitalistas, a evolução em direção a uma organização voltada para a conquista da ordem e do progresso deveria adotar o regime republicano como forma política que garantiria ampla participação popular.


22. (PUC-SP) O fragmento a seguir, extraído do livro Os sertões, de Euclides da Cunha, publicado originalmente em 1902, fala de Canudos: de sua terra, de seus homens e da guerra lá ocorrida entre 1896 e 1897. “Um negro, um dos raros negros puros que ali [em Canudos] havia, preso em fins de setembro [de 1897], foi conduzido à presença do comandante da 1ª- coluna, general João da Silva Barbosa. Chegou arfando, exausto da marcha aos encontrões e do recontro em que fora colhido. Era espigado e seco. Delatava na organização desfibrada os rigores da fome e do combate. A magreza alongara-lhe o porte, ligeiramente curvo. (…) o rosto desaparecia na lanugem espessa da barba, feita uma máscara amarrotada e imunda. Chegou em cambaleios. O passo claudicante e infirme, a cabeça lanzuda, a cara exígua, um nariz chato sobre lábios grossos, entreabertos pelos dentes oblíquos e saltados, os olhos pequeninos, luzindo vivamente dentro das órbitas profundas, os longos braços desnudos, oscilando (…).” [recontro: combate]
Euclides da Cunha. Os sertões (edição crítica por Walnice Nogueira Galvão). São Paulo: Brasiliense, 1985, p. 535.
A descrição, pelo autor, da atitude e das condições físicas do prisioneiro, permite-nos perceber
a) a vontade do prisioneiro de sair de Canudos, livrando-se da tirania do Conselheiro e passando a lutar pela República brasileira ao lado das tropas federais lideradas pelo general que o prendeu.
b) o reconhecimento, pelo autor, da coragem e da valentia do prisioneiro, diferenciando-o do militar, que está fora de combate, enquanto o canudense mantém sua luta na defesa de Antonio Conselheiro. 
c) as condições precárias de Canudos no momento da derrota final, motivadas pela dificuldade de obtenção de alimentos, pelas doenças, pela longa guerra e pelo cerco das tropas federais.
d) os traços físicos semelhantes aos de Antonio Conselheiro, caracterizado pelo autor como um herói brasileiro que, a despeito das dificuldades enfrentadas por Canudos, manteve suas convicções religiosas e seus interesses políticos.
e) a tristeza do canudense, despojado de sua terra e distante de seus companheiros de combate em defesa da República, preso pelos militares que haviam destruído o arraial e reimplantado a Monarquia.


23. (UNIFESP) “A associação dá ao operariado coesão e meios de pedir, e de exigir… pois a associação solidariza os operários da mesma indústria. Assim, nós, patrões, perdemos as vantagens de tratar ‘só com os nossos operários’, isolados e fracos e vamos ser obrigados a tratar com a associação, pelo menos tão forte como nós. Assim, o contrato individual… tem de ser substituído pelo contrato coletivo com essas associações. É desagradável, concordo, mas é inevitável e, afinal, é justo”.                
(Jorge Street, O País, 12.06.1919.)
Essa observação pode ser considerada
a) representativa do empresariado da época, consciente da fraqueza dos trabalhadores.
b) socializante, por se tratar de um empresário que defende os interesses operários.
c) demagógica, por estimular os trabalhadores a se organizarem em sindicatos.
d) avançada, dado que, na época, os empresários em geral e o Estado eram insensíveis à questão social.
e) populista, uma vez que visava cooptar o movimento operário para a luta em prol da industrialização.


24. (FGV) “A cidade é um monstro onde as epidemias se albergam dançando sabats magníficos, aldeia melancólica de prédios velhos e alçapados, a descascar pelos rebocos, vielas sórdidas cheirando mal.”
Nosso Século. São Paulo: Abril Cultural/Círculo do Livro, 1985, v. 1, p. 37.
Era dessa forma que o jornalista Luiz Edmundo descrevia o Rio de Janeiro no começo do século XX. De fato, em 1904 eclodia na cidade a chamada Revolta da Vacina. Essa rebelião popular foi provocada:
a) pelo profundo descontentamento com a epidemia de dengue que afligia a cidade.
b) pela decisão do governo de limitar a importação de vacinas contra a febre amarela.
c) pela recusa do governo de promover a vacinação contra a peste bubônica.
d) pelo cancelamento da vacinação contra a paralisia infantil.
e) pelo decreto que tornava obrigatória a vacinação contra a varíola.


25. (Fuvest) “Não é por acaso que as autoridades brasileiras recebem o aplauso unânime das autoridades internacionais das grandes potências, pela energia implacável e eficaz de sua política saneadora [...]. O mesmo se dá com a repressão dos movimentos populares de Canudos e do Contestado, que no contexto rural [...] significavam praticamente o mesmo que a Revolta da Vacina no contexto urbano”.
Nicolau Sevcenko. A revolta da vacina.
De acordo com o texto, a Revolta da Vacina, o movimento de Canudos e o do Contestado foram vistos internacionalmente como
a) provocados pelo êxodo maciço de populações saídas do campo rumo às cidades logo após a abolição.
b) retrógrados, pois dificultavam a modernização do país.
c) decorrentes da política sanitarista de Oswaldo Cruz.
d) indícios de que a escravidão e o império chegavam ao fim para dar lugar ao trabalho livre e à república.
e) conservadores, porque ameaçavam o avanço do capital norte-americano no Brasil.



GABARITO





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