1.
(VUNESP)
Na Primeira República (1889-1930) houve a reprodução de muitos aspectos da
estrutura econômica e social constituída nos séculos anteriores. Noutros
termos, no final do século XIX e início do XX conviveram, simultaneamente,
transformações e permanências históricas. (Francisco de Oliveira. Herança
econômica do Segundo Império, 1985.)
O texto sustenta que a Primeira
República brasileira foi caracterizada por permanências e mudanças históricas.
De maneira geral, o período republicano, iniciado em 1889 e que se estendeu até
1930, foi caracterizado
a) pela predominância dos
interesses dos industriais, com a exportação de bens duráveis e de capital.
b) por conflitos no campo, com o avanço do movimento de reforma agrária liderado pelos antigos monarquistas.
b) por conflitos no campo, com o avanço do movimento de reforma agrária liderado pelos antigos monarquistas.
c) pelo poder político da oligarquia rural e pela economia de exportação
de produtos primários.
d) pela instituição de
uma democracia socialista graças à pressão exercida pelos operários
anarquistas.
e) pelo planejamento
econômico feito pelo Estado, que protegia os preços dos produtos manufaturados.
2. (FUVEST) Em um balanço sobre a
Primeira República no Brasil, Júlio de Mesquita Filho escreveu: “... a política
se orienta não mais pela vontade popular livremente manifesta, mas pelos
caprichos de um número limitado de indivíduos sob cuja proteção se acolhem
todos quantos pretendem um lugar nas assembleias estaduais e federais”.
A crise nacional, 1925. De acordo com o
texto, o autor
a) critica a autonomia
excessiva do poder legislativo.
b) propõe limites ao federalismo.
c) defende o regime
parlamentarista.
d) critica o poder
oligárquico.
e) defende a supremacia
política do sul do país.
3. (FUVEST) A imigração de italianos (desde o final
do século XIX) e a de japoneses (desde o início do século XX), no Brasil, estão
associadas a
a) uma política nacional de atração de mão-de-obra para a lavoura e ás
transformações sociais provocadas pelo capitalismo na Itália e no Japão.
b) interesses
geopolíticos do governo brasileiro e às crises industrial e política pelas
quais passavam a Itália e o Japão.
c) uma demanda de
mão-de-obra para a indústria e às pressões políticas dos fazendeiros do sudeste
do país.
d) uma política nacional
de fomento demográfico e a um acordo com a Itália e o Japão para exportação de
matérias-primas.
e) acordos internacionais
que proibiram o tráfico de escravos e à política interna de embranquecimento da
população brasileira.
4. (UFSCar) Em julho de 1924, a elite paulista
buscava fugir da capital bombardeada a esmo pelas forças legalistas, descendo a
serra em seus automóveis ou em táxis. (...) O bombardeio desencadeado pelas
forças legais ao governo constituía o principal motivo do pânico. Situadas em
uma posição elevada do Alto da Penha, um bairro ainda periférico, lançavam
tiros de canhão contra a cidade, com uma imprecisão espantosa.
(Boris
Fausto. Negócios e ócios. Histórias da imigração, 1997.)
Os
acontecimentos descritos no texto referem-se à:
a) Revolta dos Tenentes.
b) Revolução
Constitucionalista.
c) Deposição de
Washington Luís.
d) Intentona Comunista.
e) Revolta da Armada.
5. (VUNESP-2008) Com a proclamação da
República no Brasil, as antigas províncias receberam a denominação de estados.
A mudança de província no Império para estado na primeira República não foi
somente questão de nomenclatura, considerando que
a) os presidentes das
províncias indicavam o primeiro ministro no parlamentarismo brasileiro e os
estados eram administrados por interventores nomeados pelo presidente.
b) os governantes das
províncias eram membros das famílias tradicionais da sociedade local e os
presidentes dos estados atendiam aos interesses gerais da nação.
c) os presidentes das
províncias exerciam um mandato de quatro anos, enquanto na presidência dos
estados havia grande rotatividade política provocada por lutas partidárias.
d) as províncias
substituíam o poder central na manutenção da integridade territorial do país,
enquanto os estados delegavam essa função ao presidente da república.
e) os presidentes das províncias eram indicados pelo poder central,
enquanto os presidentes dos estados eram eleitos pelas situações políticas e
sociais regionais.
6. (UNIFESP) Em tempos de forte turbulência
republicana, o ano de 1922 converteu-se em marco simbólico de grandes rupturas
e da vontade de mudança. Eventos como a Semana de Arte Moderna, o levante
tenentista, a criação do Partido Comunista e ainda a conturbada eleição
presidencial sepultaram simbolicamente a Velha República e inauguraram uma nova
época.
(Aspásia
Camargo, “Federalismo e Identidade Nacional”, Brasil, um século de
transformações. 2001.)
Pode-se
afirmar que a situação descrita decorre, sobretudo,
a) do forte crescimento urbano e das classes médias.
b) do descontentamento
generalizado dos oficiais do Exército.
c) da postura
progressista das elites carioca e paulista.
d) do crescimento
vertiginoso da industrialização e da classe operária.
e) da influência das
vanguardas artísticas europeias e norte- americanas.
7. (UEMG) Leia o fragmento a seguir, relativo à
história política brasileira. “Esse procedimento fez com que as eleições
daquela época se tornassem conhecidas como ‘eleições a bico de pena’, pois na
‘feitura das atas, a pena todo-poderosa dos mesários realizava portentosos
milagres’. O número de pessoas envolvidas diretamente com as fraudes era alto,
e muitas recebiam nomes especiais: os ‘cabalistas’ eram os encarregados de
incluir novos nomes nas listas dos votantes, os ‘fósforos’ eram os que assumiam
a identidade de eleitores mortos ou ausentes, e os ‘capangas’ ou ‘capoeiras’
eram os que intimidavam o eleitor e, se necessário, faziam uso da força
física”.
(PANDOLFI,
Dulce Chaves. Voto e participação política nas diversas repúblicas do Brasil.
In: GOMES, Ângela de Castro; PANDOLFI, Dulce Chaves e ALBERTI, Verena
(coords.). A República no Brasil. Rio de Janeiro: Nova Fronteira, 2002.)
O
fragmento acima SÓ PODE SER CORRETAMENTE associado com
a) a eleição dos “homens
bons” para o Senado da Câmara colonial.
b) a prática eleitoral da Primeira República.
c) o controle eleitoral
característico da Era Vargas.
d) o cerceamento político
do regime militar brasileiro.
8. (Mack) Dos fatos históricos referidos abaixo,
um NÃO se inclui entre os que compuseram o Movimento Tenentista. Assinale-o:
a) A sublevação de alguns
jovens oficiais do Forte de Copacabana, em julho de 1922, na qual ganhou
notoriedade o episódio dos “dezoito do Forte”.
b) A chamada “Revolução
Paulista”, de julho de 1924, cujo propósito era, declaradamente, a derrubada do
presidente Artur Bernardes.
c) A formação de uma
coluna armada, no Rio Grande do Sul, em 1924- 1925, que se uniria, em seguida,
à “Coluna Paulista”.
d) A longa marcha pelo
interior do Brasil, entre 1925 e 1927, da “Coluna Prestes”, cujo principal
líder se veria depois envolvido numa aura de heroísmo, a do “Cavaleiro da
Esperança”.
e) Os levantes em Natal, Recife e Rio de Janeiro, em novembro de 1935, nos
quais se destacou a figura de Luís Carlos Prestes.
9. (Mack) As moças ricas não podem compreender o
casamento senão com o doutor; e as pobres, quando alcançam um matrimônio dessa
natureza, enchem de orgulho a família toda, os colaterais e os afins. Não é
raro ouvir alguém dizer com todo o orgulho: — Minha prima está casada com o
doutor Bacabau. (...) O título — doutor — anteposto ao nome tem na Bruzundanga
o efeito do — dom — em terra de Espanha. Mesmo no Exército, ele soa em todo o
seu prestígio nobiliárquico. Quando se está em face de um coronel com o curso
de engenharia, o modo de tratá-lo é matéria para atrapalhações protocolares. Se
só se o chama tout court — doutor Kamisão — ele ficará zangado porque é
coronel; se se o designa unicamente por coronel, ele julgará que o seu
interlocutor não tem em grande consideração o seu título universitário-militar.
Lima Barreto - Os bruzundangas A sátira que o escritor carioca traçou a partir
da descrição da “República dos Estados Unidos da Bruzundanga” se refere, no
trecho acima, a um fenômeno próprio da sociedade brasileira da época. Trata-se
do
a) bacharelismo.
b) coronelismo.
c) parnasianismo.
d) arrivismo.
e) militarismo.
10. (FUVEST) Sobre a economia brasileira durante a
Primeira República, é possível destacar os seguintes elementos:
a) exportações dirigidas
aos mercados europeus e asiáticos e crescimento da pecuária no Nordeste.
b) investimentos
britânicos no setor de serviços e produção de bens primários para a exportação.
c) protecionismo
alfandegário para estimular a indústria e notável ampliação do mercado interno.
d) aplicação de capital
estrangeiro na indústria e consolidação do café como único produto de
exportação.
e) integração regional e
plano federal de defesa da comercialização da borracha na Amazônia.
11. (ESPM) No Rio Grande do Sul, a violência
atingiu um grau de sofisticado barbarismo, tendo até matadores profissionais,
como Adão Latorre, homem que trabalhava para os ‘maragatos’ executando
‘pica-paus’. Durante a luta, tanto ‘pica-paus’ como ‘maragatos’ praticaram atos
de extrema violência e barbarismo.
(Renato
Mocellin. A Revolução da Degola)
O texto
deve ser relacionado com:
a) A Revolução
Farroupilha.
b) A Revolução Praieira.
c) A Confederação do
Equador.
d) A Revolução Federalista.
e) A Guerra do
Contestado.
12. (Mack) (...) A pergunta “Quem é você?”
recebia invariavelmente a resposta: “Sou gente do coronel Fulano”. Essa maneira
de redarguir dava imediatamente a quem ouvia as coordenadas necessárias para
conhecer o lugar socioeconômico do interlocutor, além de sua posição política.
Maria I.
P. de Queiroz - História Geral da Civilização Brasileira O fenômeno
sociopolítico, a que se alude no fragmento acima e que alcançou seu maior vigor
nas primeiras décadas do Brasil republicano, pode ser entendido como
a) a expressão do poder
político dos empresários industriais, que, embora formassem uma classe
numericamente pequena, experimentavam desde o Império um significativo
crescimento de sua importância econômica.
b) o resultado da
militarização das instituições políticas brasileiras em virtude de a liderança
do movimento republicano ter sido exercida por militares, como Deodoro da
Fonseca e Floriano Peixoto.
c) uma reação dos líderes
políticos nos Estados à instituição do voto secreto pela Constituição de 1891,
inovação que reduziu drasticamente o poder dos grandes proprietários rurais.
d) uma forma de clientelismo em que chefes políticos locais (geralmente
proprietários rurais), dominando grupos de eleitores e lançando mão
sistematicamente da fraude eleitoral, sustentavam o poder das oligarquias no
plano estadual e, indiretamente, no federal.
e) a consequência da
ascensão social — por meio das escolas militares — de membros das classes
médias urbanas, formando uma oficialidade coesa de tenentes, capitães, majores
e coronéis.
13. (PUC) Segundo o historiador Jose Murilo de
Carvalho, o povo acompanhou bestializado a criação do regime republicano no
Brasil. Essa afirmação pode explicar nossa Proclamação da República no Brasil
como:
a) adoção das teses sobre
a ordem e o progresso, inspiradas na revolução norte-americana do século XVIII.
b) uma ruptura com os
valores liberais, instituídos pelo ideário dos membros do clube militar do Rio
de Janeiro.
c) um golpe militar ou quartelada, que instaurou novo modelo político nos
moldes que tivemos mais tarde em 1964.
d) estabelecimento de uma
nova ordem social, que promovia a igualdade social com base na organização do
trabalho.
14. (Mack-2004) Exigia-se para a
cidadania política uma qualidade que só o direito social da educação poderia
fornecer e, simultaneamente, desconhecia-se esse direito. Era uma ordem
liberal, mas profundamente antidemocrática e resistente aos esforços de
democratização. José Murilo de Carvalho A República Velha (1894-1930), em
relação à participação política dos cidadãos, determinou:
a) a escolha de um modelo
republicano pautado nos moldes norte-americanos, que garantiam a defesa da
liberdade individual, expressa no voto censitário.
b) o projeto de uma
república liberal dos cafeicultores, que, para se efetivar, necessitou do apoio
das demais classes sociais. O voto era extensivo a todo o povo brasileiro.
c) a formulação de uma
república que garantisse os direitos individuais de todos os seus cidadãos, sem
distinções, evidenciada na eliminação do voto censitário.
d) a perpetuação da injustiça social e dos privilégios de setores
oligárquicos. O voto popular era manipulado pelos grupos dominantes.
e) a eliminação do voto
censitário e a adoção do voto universal, que ampliaram, de forma significativa,
a porcentagem de eleitores nesse período.
15. (VUNESP-2006) Além das funções
rituais, a religião historicamente tem desempenhado o papel de catalisadora do
protesto social. Nos movimentos messiânicos isso ocorre de forma clara, pois
estão ligados a crises de estrutura e organizações sociais.
(Elizete
da Silva, Entre a fé e a política. Nossa História, nº- 30, 2006).
No Brasil
podem ser considerados movimentos messiânicos
a) a Revolta da Chibata e
a Coluna Prestes.
b) a Revolta do Quebra
Quilo e a Questão das Salvações.
c) a Revolta de Canudos e a Guerra do Contestado.
d) a Revolta dos Mücker e
a Guerra dos Cabanos.
e) a Revolta do Caldeirão
e a Guerra dos Farrapos.
16. (VUNESP) Padre Cícero, prontamente, jurou
lealdade ao Papa e à Constituição republicana do Brasil e, de imediato,
recorreu aos potentados políticos do interior, atitudes com as quais ele, mais
uma vez, desviou de si a hostilidade ambivalente do Estado e da Igreja. Desde
que começara sua querela com a hierarquia eclesiástica do Ceará, em 1891, padre
Cícero, diferentemente de Antônio Conselheiro, inúmeras vezes procurou, obteve
e cultivou a proteção da hierarquia política local.
(Ralph
Della Cava. Milagre em Joazeiro.)
O texto
distingue a Canudos, de Antônio Conselheiro, do movimento de Joazeiro, no
Ceará, liderado pelo padre Cícero. Apesar das suas diferenças, percebe-se pelas
atitudes do padre Cícero que ele enfrentava problemas semelhantes aos
confrontados por Antônio Conselheiro no interior da Bahia. Aos olhos de parcela
das elites brasileiras da época, sobretudo litorâneas, estes movimentos
a) resultaram da reação
da população brasileira à corrupção da Igreja e ao Dogma da Infalibilidade do
Papa.
b) tinham propósitos
distintos, porque padre Cícero era membro da Igreja e Antônio Conselheiro não
era cristão.
c) ameaçavam a hierarquia eclesiástica, a ordem social no interior do país
e a estabilidade do regime político vigente.
d) exprimiam os ideais da
civilização cristã na sua fase de maior desenvolvimento nas sociedades
americanas.
e) eram liderados por
políticos republicanos radicais, insatisfeitos com os rumos tomados pelo
governo.
17. (UNIFESP) “Será exagero… dizer-se que os colonos
se acham sujeitos a uma nova espécie de escravidão, mais vantajosa para os
patrões do que a verdadeira, pois recebem os europeus por preços bem mais
moderados do que os dos africanos… Sem falar no fato do trabalho dos brancos
ser mais proveitoso do que o dos negros?”
(Thomas
Davatz, Memórias de um colono no Brasil, 1854-1857.)
Do texto
pode-se afirmar que:
a) denuncia por igual a
escravidão de negros e brancos.
b) revela a tentativa do
governo de estimular a escravidão branca.
c) indica a razão pela qual fracassou o sistema de parceria.
d) defende que o trabalho
escravo é mais produtivo que o livre.
e) ignora o enorme
prejuízo que os fazendeiros tiveram com a contratação dos colonos.
18. (Vunesp) Completaram-se, ontem e hoje, 99 anos
da reunião dos presidentes de São Paulo, Minas e Rio de Janeiro que culminou no
Convênio de Taubaté. A primeira crise global do café foi provocada pela
triplicação da produção brasileira na década de 1890 — de 5,5 milhões a 16,3
milhões de sacas (…)
(Folha de
S.Paulo, 27.02.2005. Adaptado.)
Do
Convênio de Taubaté, origina-se a Política de Valorização do Café, que se
constituiu
a) na isenção tributária
sobre todas as mercadorias e serviços relacionados com o café, como o
transporte ferroviário.
b) na proibição de se
plantar novos cafeeiros no prazo mínimo de 10 anos, até a produção igualar-se ao
consumo externo.
c) no acordo entre todos
os países produtores e exportadores de café de diminuírem a produção em 25% em
5 anos.
d) no controle dos preços do café por meio da compra da produção
excedente, por parte dos governos estaduais.
e) na criação de um
imposto sobre cada saca de café exportada e no incentivo à criação de fazendas
de café no Espírito Santo.
19. (Mack) A Proclamação da República, em novembro
de 1889, apontou para a crise decorrente das transformações econômicas e
sociais verificadas no país desde a segunda metade do século XIX. Com relação a
essas transformações, podemos afirmar que:
a) a abolição da escravidão
foi contrária aos interesses dos novos setores agrários, representados pelos
cafeicultores do Oeste paulista.
b) as instituições monárquicas haviam se tornado incapazes de realizar as
mudanças necessárias para a dinamização da vida social e econômica do país.
c) os setores populares,
como os trabalhadores do campo e da cidade, e as classes médias atuaram
ativamente para a mudança do regime monárquico.
d) o Exército brasileiro,
após a Guerra do Paraguai, foi o único segmento da sociedade a permanecer fiel
à monarquia.
e) apesar de o país
atravessar uma série de mudanças, o poder econômico continuava nas mãos dos
antigos comerciantes portugueses.
20. (Mack) O mito de Tiradentes começou a ser
construído durante a Proclamação da República, em 1889, quando, de criminoso, o
inconfidente foi elevado à categoria de mártir e herói nacional. Sobre a
necessidade da construção da figura de herói nacional, podemos afirmar que:
a) o novo regime foi
produto de um golpe desfechado por militares que associaram ao nome do alferes
Tiradentes o prestígio popular necessário ao Exército.
b) a associação do herói
mineiro com a figura de Cristo trouxe problemas posteriores entre o Estado
republicano e a Igreja católica.
c) como a Proclamação da
República foi um movimento apoiado pelas classes populares, seria necessária
uma figura saída das mesmas, que passasse a legitimar o regime.
d) durante o período da
ditadura militar, a figura de Tiradentes como herói nacional, foi substituída
por outros personagens da história.
e) a República resultou de um movimento com pouca participação popular.
Por isso, necessitava de legitimação e de uma figura heroica que congregasse as
diferenças e unificasse a nação.
21. (Mack) O filósofo Charles Spencer defendia, em
meados do século XIX, o darwinismo social, segundo o qual as diferenças sociais
seriam encaradas como resultado da luta pela sobrevivência do mais forte. Os
teóricos liberais brasileiros foram inspirados por essas ideias, pois:
a) nos meios militares,
tais conhecimentos eram difundidos e justificavam que cabia ao Exército, o
setor mais disciplinado da sociedade, a missão de governar o país, para a
construção de um Estado democrático.
b) para evitar as
conturbações sociais, a liderança do governo nacional deveria ser levada a cabo
por uma elite intelectual, devidamente preparada e formada nos meios acadêmicos
europeus.
c) de acordo com esses pressupostos, o grupo superiormente mais forte
seria a burguesia agrária cafeeira, especialmente a paulista, que deveria
exercer a liderança política, pois se tratava do grupo economicamente mais
forte.
d) as ideias desses
teóricos defendiam a adoção de um regime baseado em uma ordem democrática que
impediria as desordens e revoltas que poderiam comprometer o bem estar social.
e) nas sociedades
capitalistas, a evolução em direção a uma organização voltada para a conquista
da ordem e do progresso deveria adotar o regime republicano como forma política
que garantiria ampla participação popular.
22. (PUC-SP) O fragmento a seguir, extraído do livro
Os sertões, de Euclides da Cunha, publicado originalmente em 1902, fala de
Canudos: de sua terra, de seus homens e da guerra lá ocorrida entre 1896 e
1897. “Um negro, um dos raros negros puros que ali [em Canudos] havia, preso em
fins de setembro [de 1897], foi conduzido à presença do comandante da 1ª-
coluna, general João da Silva Barbosa. Chegou arfando, exausto da marcha aos
encontrões e do recontro em que fora colhido. Era espigado e seco. Delatava na
organização desfibrada os rigores da fome e do combate. A magreza alongara-lhe
o porte, ligeiramente curvo. (…) o rosto desaparecia na lanugem espessa da
barba, feita uma máscara amarrotada e imunda. Chegou em cambaleios. O passo
claudicante e infirme, a cabeça lanzuda, a cara exígua, um nariz chato sobre
lábios grossos, entreabertos pelos dentes oblíquos e saltados, os olhos
pequeninos, luzindo vivamente dentro das órbitas profundas, os longos braços
desnudos, oscilando (…).” [recontro: combate]
Euclides
da Cunha. Os sertões (edição crítica por Walnice Nogueira Galvão). São Paulo:
Brasiliense, 1985, p. 535.
A
descrição, pelo autor, da atitude e das condições físicas do prisioneiro,
permite-nos perceber
a) a vontade do
prisioneiro de sair de Canudos, livrando-se da tirania do Conselheiro e
passando a lutar pela República brasileira ao lado das tropas federais
lideradas pelo general que o prendeu.
b) o reconhecimento, pelo
autor, da coragem e da valentia do prisioneiro, diferenciando-o do militar, que
está fora de combate, enquanto o canudense mantém sua luta na defesa de Antonio
Conselheiro.
c) as condições precárias de Canudos no momento da derrota final, motivadas pela dificuldade de obtenção de alimentos, pelas doenças, pela longa guerra e pelo cerco das tropas federais.
c) as condições precárias de Canudos no momento da derrota final, motivadas pela dificuldade de obtenção de alimentos, pelas doenças, pela longa guerra e pelo cerco das tropas federais.
d) os traços físicos
semelhantes aos de Antonio Conselheiro, caracterizado pelo autor como um herói
brasileiro que, a despeito das dificuldades enfrentadas por Canudos, manteve
suas convicções religiosas e seus interesses políticos.
e) a tristeza do
canudense, despojado de sua terra e distante de seus companheiros de combate em
defesa da República, preso pelos militares que haviam destruído o arraial e
reimplantado a Monarquia.
23. (UNIFESP) “A associação dá ao operariado coesão e
meios de pedir, e de exigir… pois a associação solidariza os operários da mesma
indústria. Assim, nós, patrões, perdemos as vantagens de tratar ‘só com os
nossos operários’, isolados e fracos e vamos ser obrigados a tratar com a
associação, pelo menos tão forte como nós. Assim, o contrato individual… tem de
ser substituído pelo contrato coletivo com essas associações. É desagradável,
concordo, mas é inevitável e, afinal, é justo”.
(Jorge Street, O País,
12.06.1919.)
Essa
observação pode ser considerada
a) representativa do
empresariado da época, consciente da fraqueza dos trabalhadores.
b) socializante, por se
tratar de um empresário que defende os interesses operários.
c) demagógica, por
estimular os trabalhadores a se organizarem em sindicatos.
d) avançada, dado que, na época, os empresários em geral e o Estado eram
insensíveis à questão social.
e) populista, uma vez que
visava cooptar o movimento operário para a luta em prol da industrialização.
24. (FGV) “A cidade é um monstro onde as
epidemias se albergam dançando sabats magníficos, aldeia melancólica de prédios
velhos e alçapados, a descascar pelos rebocos, vielas sórdidas cheirando mal.”
Nosso
Século. São Paulo: Abril Cultural/Círculo do Livro, 1985, v. 1, p. 37.
Era dessa
forma que o jornalista Luiz Edmundo descrevia o Rio de Janeiro no começo do
século XX. De fato, em 1904 eclodia na cidade a chamada Revolta da Vacina. Essa
rebelião popular foi provocada:
a) pelo profundo
descontentamento com a epidemia de dengue que afligia a cidade.
b) pela decisão do
governo de limitar a importação de vacinas contra a febre amarela.
c) pela recusa do governo
de promover a vacinação contra a peste bubônica.
d) pelo cancelamento da
vacinação contra a paralisia infantil.
e) pelo decreto que tornava obrigatória a vacinação contra a varíola.
25. (Fuvest) “Não é por acaso que as autoridades
brasileiras recebem o aplauso unânime das autoridades internacionais das
grandes potências, pela energia implacável e eficaz de sua política saneadora
[...]. O mesmo se dá com a repressão dos movimentos populares de Canudos e do
Contestado, que no contexto rural [...] significavam praticamente o mesmo que a
Revolta da Vacina no contexto urbano”.
Nicolau
Sevcenko. A revolta da vacina.
De acordo
com o texto, a Revolta da Vacina, o movimento de Canudos e o do Contestado
foram vistos internacionalmente como
a) provocados pelo êxodo
maciço de populações saídas do campo rumo às cidades logo após a abolição.
b) retrógrados, pois dificultavam a modernização do país.
c) decorrentes da
política sanitarista de Oswaldo Cruz.
d) indícios de que a
escravidão e o império chegavam ao fim para dar lugar ao trabalho livre e à
república.
e) conservadores, porque ameaçavam o avanço do
capital norte-americano no Brasil.
GABARITO
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