RETROSPECTIVA
POLITIZE! 5 MOMENTOS MARCANTES DE JUNHO DE 2018
O mês de junho de 2018 foi bem
movimentado. Além de marcantes e polêmicos acontecimentos políticos, foi
iniciado um dos mais importantes eventos esportivos do mundo. Para você ficar
por dentro das notícias que mais marcaram o mês que passou, o Politize!
preparou uma retrospectiva de junho de 2018. Vamos lá?
1.
COPA DO MUNDO DE 2018 NO POLITIZE?
Acredita-se que o futebol foi criado por
volta de 1863, na Inglaterra. Na verdade, foi esse o ano da fundação da
primeira associação de futebol do mundo – a Football Association, que criou
regras oficiais para o esporte, mas acredita-se que já se batia uma bolinha na
China, no período de 3000 a.C. Conforme os anos passavam, as regras do futebol
se espalharam pelo mundo e, em 1904, foi fundada a Federação Internacional das
Associações de Futebol (FIFA).
Em 1905 surgiu a ideia de realizar uma
Copa do Mundo, entretanto as tensões que antecederam a Primeira Guerra Mundial
e, posteriormente, o próprio conflito, impediram que o evento fosse realizado.
Foi apenas em 1930, no Uruguai, que a primeira edição do que viria a ser um dos
maiores eventos esportivos do mundo, foi realizada. A partir de então, o
futebol caiu mais e mais nas graças do povo, até se tornar o esporte mais
popular do mundo.
Além de ser tão adorado pelas pessoas, o
futebol movimenta quantidades gigantescas de dinheiro. Segundo estimativas da
FIFA, em 2017 os clubes gastaram 6,3 bilhões de dólares nas janelas de
transferências – ou seja, apenas contratando jogadores. Mas será que algo tão
grandioso poderia ficar imune a questões políticas? É claro que não.
Em muitos lugares, futebol e outros
esportes são políticas públicas. Esse é o caso da Islândia, país com uma
população de 334 mil habitantes que encantou o mundo na Copa de 2018 com seu
goleiro, que também é cineasta e o técnico, que é dentista. Por lá, há um sério
incentivo para que jovens ingressem no mundo do esporte, atitude que rendeu
resultados muito positivos. O país viu cair a taxa de meninos entre 15 e 16
anos que consomem grandes quantidades de álcool de 42% em 1998 para 5% em 2016.
Já o índice daqueles que teriam consumido cannabis alguma vez foi de 17% para
7%. Claramente o mundo tem muito o que aprender com esse país tão gelado.
Ainda não se convenceu de que futebol e
política podem andar de mãos dadas? Aposto que você já ouviu a piadinha sobre o
fato de os Estados Unidos não terem se classificado para a Copa do Mundo de
2018 ser uma vingança da Rússia, país-sede do evento. Para entender a piada, é
preciso saber um pouquinho sobre a Guerra Fria – que envolveu a União Soviética
e os Estados Unidos e fez o mundo mergulhar em uma tensão que durou décadas.
2.
VITÓRIAS NA LUTA PELOS DIREITOS DAS MULHERES
Junho também trouxe grandes conquistas
para as mulheres ao redor do mundo. Na Arábia Saudita, a lei que proibia
mulheres de dirigirem foi revogada, ou seja, agora elas podem ter uma carteira
de motorista e conduzir seus carros pelas ruas do país. Esse Estado do Oriente
Médio era o último do mundo com tal proibição.
Um pouco mais para o oeste do globo, um
dos nossos vizinhos também comemorou uma importante vitória na luta pelos
direitos das mulheres. A Câmara dos Deputados da Argentina aprovou o projeto de
lei que visa dar às cidadãs a possibilidade de realizar o aborto legal, seguro
e gratuito. A votação foi fortemente impulsionada pelo movimento feminista “Ni
Una a Menos” (“Nenhuma a Menos”). Com o lema “viva nos queremos”, os protestos
pró-legalização do aborto vinham acontecendo desde 2015, sendo que em 2016
ocorreu a primeira greve geral das mulheres pelo fim da violência de gênero.
Agora, o Senado deverá votar a questão.
Esse evento confirmou que a questão do
aborto está cada vez mais presente nos noticiários mundiais e nas agendas
políticas dos países. Em maio de 2018, a Irlanda realizou um referendo que
aprovou – com 66,4% dos votos – a descriminalização do aborto. Aqui no Brasil,
a história é um pouco diferente. Um projeto de lei muito semelhante ao aprovado
na Argentina – PL 882/2015 –, que legalizaria o aborto no país, está
interditado no Congresso. Enquanto isso, segue o processo de votação da PEC
181/2015 – a qual visa criminalizar o aborto até mesmo no caso de estupro,
anencefalia do feto e quando há graves riscos à vida da mãe.
3.
ENCONTRO EXPLOSIVO: TRUMP E KIM JONG-UM
12 de junho de 2018 foi marcante para a
política internacional. Nesse dia, os presidentes dos Estados Unidos e da Coreia
do Norte se encontraram pela primeira vez, em Singapura. A reunião, que ocorreu
no auge das tensões nucleares entre os dois Estados, objetivou traçar um plano
conjunto para criar estabilidade na península coreana, assim como dar os
primeiros passos rumo a uma desnuclearização completa da região. Além disso, os
dois presidentes demonstraram o desejo de firmar um diálogo entre seus países –
que não mantêm relações diplomáticas.
A situação entre os EUA e a Coreia do
Norte não é amigável há muito tempo. Após a Segunda Guerra Mundial, a península
foi dividida em duas zonas de influência, uma para cada potência envolvida na
Guerra Fria – União Soviética e os próprios Estados Unidos. Enquanto a porção
sul da região ficou sob a proteção do líder capitalista, a parte norte
estreitou os laços com o Estado comunista. Desde então, a Coreia do Norte se
nuclearizou e, por essa razão, foi duramente punida pela Comunidade
Internacional, por meio de diversas sanções. Esses e outros acontecimentos
acirraram as tensões entre os governos de Trump e Kim Jong-Un, que
surpreenderam o mundo ao se reunirem em junho. Agora, resta esperar para ver se
as promessas feitas vão se concretizar ou se a ameaça nuclear continuará
pairando sobre o planeta.
4. A
POLÊMICA POLÍTICA MIGRATÓRIA DE TRUMP
Em junho, imagens de crianças detidas em
um armazém texano chocaram o mundo. Essa é apenas umas das consequências da
política migratória adotada por Trump, que se elegeu sendo bem claro quanto a
suas opiniões em relação aos migrantes, falando até mesmo em construir um muro
na fronteira entre Estados Unidos e México.
Quanto à lei estadunidense, que separa
pais e filhos que tentam ingressar no país de maneira irregular, o Ministro das
Relações Exteriores do Brasil, Aloysio Nunes Ferreira, a definiu como “cruel”.
O Ministro ainda afirmou estar em contato com os abrigos que, durante os meses
de maio e junho, receberam mais de 2 mil crianças separadas de seus familiares.
Destas, 49 eram brasileiras.
A Comunidade Internacional ficou
horrorizada com as imagens divulgadas – as quais violam drasticamente os
Direitos Humanos. Pressionado, Trump teve que dar um passo atrás em sua
política de “tolerância zero” com imigrantes irregulares. Ainda em junho, o
presidente dos EUA assinou um decreto que ordena a prisão daqueles que entram
ilegalmente no país, porém proíbe que estas pessoas sejam separadas de seus
filhos e filhas.
5.
“ELES NÃO VIRAM QUE EU ESTAVA COM A ROUPA DA ESCOLA, MÃE?”
Na quarta-feira, 20 de junho, foi
realizada uma operação conjunta entre a Polícia Civil, Exército e a Força
Nacional no morro Pavão-Pavãozinho e no complexo de favelas da Maré, no Rio de
Janeiro. Tratava-se de uma operação contra o tráfico de drogas que objetivava o
cumprimento de 23 mandados de prisão, entretanto a missão acabou como um banho
de sangue que chocou o país.
Na Maré, sete pessoas foram mortas – entre
elas estava Marcos Vinícios da Silva. O adolescente de 14 anos se encontrava a
caminho da escola quando foi atingido na barriga por um tiro. O jovem chegou a
ser encaminhado a uma Unidade de Pronto Atendimento (UPA) e ao Hospital Getúlio
Vargas, mas não resistiu aos ferimentos. Infelizmente, essa é apenas mais uma
tragédia que coloca em foco nos noticiários o grave problema de segurança
pública no Brasil.
Os vídeos feitos por moradores da Maré
mostram helicópteros da Polícia Civil fazendo voos rasantes e apavorando as
pessoas que estavam no local. Testemunhas também relataram que os agentes
trocaram, de dentro das aeronaves, tiros com traficantes. Assim ocorreu mais
uma ação violenta, que levanta um questionamento sobre o preparo das nossas
forças policiais para atuar em áreas residenciais. Além disso, a tragédia
chamou atenção para a violência cotidiana a qual é exposta, de maneira mais
extrema, as parcelas pobres da população, especialmente as que vivem em áreas
periféricas.
Fonte: http://www.politize.com.br
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